III

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  Seguindo os conselhos de sua colega de trabalho, Taehyung conversou com Rose. Era estranho ter que explicar o que estava sentindo ou pensando. Na sua cabeça, parecia incomodar quando tentava desabafar. Ou dizer o simples, o básico.

  Os dois estavam no apartamento sofisticado de Rose, até o cheiro do lugar lembrava coisas caras, Tae pensou o que Mayumi diria se fosse em um lugar desses, talvez caramba! Tae, sua namorada é rica, casa logo com ela!
O garoto afastou esses pensamentos quando a voz suave de Rose chamou sua atenção.

 — O que queria me dizer de tão importante? — A mulher questionou quando entregou para seu namorado uma xícara de café.

 — Eu penso que você não reparou, mas estou incomodado com nossa relação. — Recordar os conselhos de Mayumi naquela tarde fez Taehyung tomar coragem para dizer.

 — E o que seria? — Rose parou de tomar o café, sentiu medo. Por mais egoísta que fosse com ele, o amava. O amava mais do que já amou alguém daquela maneira.

 — Você não me escuta, Rose, não sei como está me escutando agora. Parece que seu trabalho é mais importante, parece que tudo na sua vida é mais importante do que eu. — O garoto deixou a xícara de lado, odiava ter que falar seus pensamentos, mas, nesse caso, foi preciso. — Eu só quero ter certeza que eu tenho você, não o que sobra de você depois de todo o restante. 

 — Eu não sabia que estava sentindo assim. — Rose pousou a mão por cima da dele. — Desculpa ter feito você sentir e pensar isso. Você não é menos importante que qualquer coisa que eu faça, pelo contrário, Tae, você é uma das pessoas que eu mais amo. — Uma lágrima escapou de Rose, Tae a limpou com a ponta do polegar.

 — Não chore. — Apressadamente, Tae abraçou Rose. — Eu só quero você por inteira. Não quero viver nosso amor sozinho.

 — Você não vai mais viver nosso amor sozinho, vamos sair para onde quiser e fazer o que quiser. Me desculpe.

— Que bom que entendeu.

•••

  Mayumi usava fones e escutava alguma música de sua pré-adolescência, notava-se a emoção quando ela fechava os olhos e colocava a mão no peito. Tae ficou parado na frente dela tentando adivinhar que música podia ser, já que sua amiga nem parecia estar na livraria.

  Enquanto a menina gesticulava como se estivesse em show, abriu os olhos e encontrou Tae em sua frente segurando o riso. Com o susto, Mayumi deu um pulo para trás, tropeçou no banco que ficava no caixa e caiu sentada no chão.

 — Meu Deus, May! — Tae correu para trás do balcão, tentou segurar a risada, mas sua amiga gargalhou quando seus olhos se encontraram. 

 — O que você estava fazendo parado me encarando? Quer me matar do coração? Eu sou cardíaca! — Mayumi tirou os fones, estava sendo exagerada. Teve que dar uma pausa no Justin Bieber.

 — Você é cardíaca? — Questionou Taehyung, preocupado.

— Não. Mas eu podia ser. — May guardou seu celular no bolso, irritada. Tae revirou os olhos. — E o que você quer?

— Que grossa, não fala assim comigo. — Tae fez um biquinho, May colocou a mão no rosto dele, escondendo o biquinho. — Tira essa mão suja da minha cara! — O garoto se afastou, com uma careta de nojo.

— Como você é chato, quem limpou a livraria hoje foi você. — Mayumi riu, Tae cruzou os braços.

— E o que tem a ver? — O garoto segurou a mão de Mayumi para que ela se levantasse, a menina aceitou e os dois levantaram do chão. Mas, por alguma razão, continuaram de mãos dadas. — Ah, para de tagarelar e me escuta.

Um dia vou estar com você | CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora