Capítulo 5

189 26 0
                                    

Eu comecei a correr apressada até o primeiro andar daquela casa, ansiosa como se ela fosse muito grande. Eu não poderia me demorar ali, pois assim que minha mãe me contou a novidade, eu tive uma ideia especial de contar para Sarah que ela poderia voltar a escola. Subitamente, eu fiquei um pouco tensa e angustiada, será que ela iria gostar da novidade ou iria sair dando as costas e sumindo novamente?

Parte de mim, sentia falta da sua voz, do seu rosto, da sua presença e principalmente, de seu jeito. Acima de tudo, de seu jeito. Como alguém pode me abalar ao ponto de que eu sentisse falta em tão pouco tempo de convívio? Chegava a ser engraçado, mas aqui estávamos nós. Eu parada na sua porta e tomando uma nova atitude, bati na porta do quarto rapidamente, sem parar, sendo bem inconveniente mesmo.

— Sarah Carolline Andrade! Acho bom você abrir essa droga de porta agora mesmo. — Eu continuei batendo depois de falar.

Ouvi uma certa movimentação pelo quarto e parei de bater. Novamente, eu via a sua sombra no interior da porta e revirei os olhos. Voltando a bater com os dedos na porta, esperando que ela abrisse, mas nada. Ela continuava no mesmo lugar, sem se mexer. Eu estava a ponto de dar um chute na porta, mas isso provavelmente a machucaria, então não fiz e também, eu tinha que respeitar seu espaço.

Comecei então a respirar fundo e imaginei que ela ali na porta, significava querer saber porque eu estava ali, então comecei.

— Olha, chega de ficar nesse quarto, ok? Você tem dezessete anos. Está na hora de sair daí e não ficar só convivendo com a velha da minha mãe. — Eu esperei e nada.

— Eu vou te dar uma hora para se arrumar. Use uma boa roupa, pois iremos sair! Eu te esperarei lá embaixo e acredite, eu só vou sair de lá quando você aparecer. Pense também que se você não sair, estará me fazendo perder a sexta-feira. — Como se eu fizesse muita questão de curtir uma sexta-feira, mas eu precisava convencê-la.

— Então é isso, te vejo em uma hora lá embaixo.

Com isso, eu olhei a sua sombra embaixo da porta e ela já estava saindo de lá. Eu esperava que fosse para se arrumar o quanto antes, pois era isso que eu iria fazer. Comecei a ir para o meu quarto, tirando toda a roupa e indo até meu closet. Fazia tempo que eu não procurava algo mais arrumado para vestir, mas eu tinha um plano de tornar a estadia de Sarah Andrade agradável e precisava fazer isso.

Perdi mais tempo do que deveria procurando algo decente, mas quinze minutos depois, acabei encontrando um conjunto de vestido listrado preto e amarelo, com uma camisa preta. Giu sempre dizia que eu tinha comprado aquela roupa pensando em abelhas, e eu acabei rindo, escolhendo aquela. Corri para o banheiro e fiz toda a minha higiene pessoal, arrumei os cabelos valorizando a visibilidade das minhas mechas do moreno iluminado, passei perfume faltando dez minutos para encontrar a loira no último andar.

Olhei para o fim do corredor e não havia sinais de vida lá dentro, mas eu sabia que ela não iria me deixar esperando. Comecei a descer para o primeiro andar e fui direto para a sala, ansiosa. Minha mãe ainda estava vendo TV e ainda comia pipoca, ela havia feito mais e parecia atenta ao filme, mas ao me ver, deu um assovio em forma de elogio e eu revirei os olhos.

— Uau. Filha! Como eu pude ter criado algo tão lindo assim? — Ela falou boquiaberta.

— Mãe, para com isso. — Fui até ela e sentei ao seu lado.

— Não mesmo! Você é muito linda, Juliette Freire. — Ela parecia extremamente orgulhosa. — Levanta e dá uma giradinha agora. Vai!

— Mãe! — Eu fiquei vermelha.

— Vai, Juh. Não seja mala! — A pessoa mais mala do mundo falando...

Bufando levantei sob seu olhar, dei uma volta e me senti bem. Eu me sentia bonita e agradeci por minha mãe confirmar aquilo ao bater palmas, me fazendo rir.

𝘾𝙧𝙚𝙚𝙥 𝘼𝙣𝙙 𝙒𝙚𝙞𝙧𝙙 • 𝙎𝙖𝙧𝙞𝙚𝙩𝙩𝙚 Onde histórias criam vida. Descubra agora