Em nome da solidão e da carência

523 54 29
                                    

Voltei, achei que alguma de vocês apareceria aqui em casa para me bater se eu demorasse mais um segundo rsrs.

Digo apenas que, ouça a música.

Quando eu me vi tendo que colocar o ponto de vista da Marília eu me perguntei o que ela sentiria, e aí fui atrás dela. Atrás do que ela acreditava. Então aí está!

Música: https://youtu.be/Dt13Wv6Opeo

.
.
.
.
.
.
.
.
.
.

Bonito não é, nem chega aos pés

Do conto de fadas que a moça sonhou

Não foi por querer, foi por convencer

De tanto forçar, ele se acostumou, não soltou

Maiara,

Eu sinto que nós estamos de parabéns, ou pelo menos eu estou. Sou ridícula, um pouco cega, totalmente descrente. Queria que você soubesse que eu me orgulho de você e que eu entendo o quão idiota sou de por uma fração de segundos passar pela minha cabeça estragar isso tudo. Eu te vi chorando, rindo, pintando um quadro ao som de um rock instrumental e não mais que de repente, me vi te amando.

Sei que dizer isso é difícil e espero que ler seja mais ameno a sensação. Desculpa a dificuldade, por favor, me desculpe.

Se eu quisesse que fosse fácil eu teria me adptado ao meu antigo relacionamento. Se eu quisesse que realmente fosse fácil eu ouviria meu coração, mas aí que está, uma linha tênue entre a facilidade e a complicação. Um amor bem vivido e complicado, ou um amor cômodo e suave.

Deus me livre amar morno e suave, né Marília?

A hipócrita da história talvez seja eu, mas como explicar o inexplicável? Sou movida desde sempre por um impulso gigantesco de amar, eu sou assim. Eu escrevo sobre isso. Eu canto sobre isso. Eu vivo sobre isso.

O problema está exatamente na chance de estragar tudo, imagina que se sem querer -mas querendo- eu acabo com uma relação de tamanha cumplicidade. Sim, eu estou confusa. Eu quero, quero muito esse amor. Mas a hipotética chance de amar sozinha não me faz bem. Quero te amar.

Deus me livre não te amar.

Deseja salvar essa mensagem no bloco de notas?

Sim.

E quis o destino que aquela mensagem não fosse enviada.

   - Sabe do que eu não preciso? - indago olhando em seus olhos- Que tudo seja tão difícil! - constato,vejo uma ruga em sua testa - A gente pode tentar alguma coisa realmente séria se você quiser

  - Isso é a sua maneira de dizer que quer me ver todo dia descabelado quando eu acordo ou que meu café da manhã na cama é apaixonante? - ele se engatinha pelo colchão

   - Eu quero te ver descabelado, eu quero o café da manhã, eu quero você, a Helena, quero tudo que tiver no pacote!

  Sabe aquelas cenas de filme de romance que passa na sessão da tarde? A cena que você sonha em viver por mais clichê que pareça ser. Estávamos na minha cama, com os lençóis bagunçados, apenas de roupas íntimas, numa quarta-feira. Conversando sobre um futuro.

   - Namora comigo, Marília? - enquanto segurava minhas mãos e olhava no fundo dos meus olhos eu via dúvidas no olhar dele, não sabia ao certo se era o meu próprio reflexo.

  Concordei com a cabeça, e começamos a nossa dança de beijos.

Água mole na pedra bateu

Tempo que não temos Onde histórias criam vida. Descubra agora