Por Gisinha Lima
Querido diário,
Faz meses desde que mudei para Godric's Hollow, quando achava que não conseguiria me encaixar e conseguir meu espaço, tendo que voltar para Vegas e... Bom, você sabe, para a minha vida normal, ou algo próximo disso, mas... O que é realmente uma vida normal?
Ainda acordo a noite, pensando em todas as coisas que nunca achei que seria capaz de fazer e acabei fazendo. Me sinto orgulhosa e apreensiva na mesma medida. Poderes vem com um preço, que, em geral, ninguém quer pagar.
Eu gostaria de contar como foi que a batalha final nas ruínas do que, um dia, foi a tão falada Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, o que aconteceu, quantas vidas foram perdidas e necessárias para que essa guerra fosse vencida, porque foi, literalmente, uma guerra do bem com o mal, de como...
Dois homens ainda entravam e saíam de uma casa, um rapaz ainda imberbe tentando carregar uma pesada TV de plasma junto com outro rapaz, com talvez vinte e sete, vinte e oito anos, no máximo, ambos torcendo para a tela não bater na parede da pequena sala de estar.
- Claire, querida, preciso mesmo agir feito trouxa? – o outro rapaz fechou a cara à menção da última palavra. – Posso usar a varinha.
- Os carregadores... – a moça começou, um tanto preocupada com os homens, que ainda descarregavam a mudança.
- São bruxos, igualzinho a nós. – outro homem que veio com eles, um senhor idoso, já estava com a varinha em punho, levando as malas do casal para o segundo andar. – qual quarto vocês querem?
- No final do corredor, pai. – o rapaz sorriu, os cabelos ficando ligeiramente cor de mel na fresta de luz do sol que entrou pela porta entreaberta. – é uma suíte, pelo menos nisso os antigos moradores acertaram.
A moça sorriu enquanto todos se encarregavam da mudança, o irmão desta sorrindo ao vê-la tão à vontade.
- Como vão?
Ela sorriu ainda mais.
- Nós três estamos ótimos. – ela sorriu, afagando o pequeno volume, na forma de um bebê de aproximadamente trinta e sete semanas, que agora se espreguiçava, um pequeno punho formando uma bolota na parede abdominal da mãe. – acho que em setembro acertamos as coisas.
- Vai ficar bem sozinha?
- Quem disse isso? – a moça deu uma risadinha, o irmão encarando-a, confuso. – porque você acha que escolhemos uma casa com quatro quartos?
- Sei lá, o do térreo é muito pequeno pra ser considerado um, vocês já decidiram transformar em escritório no dia que compraram a casa. – ele ainda estava confuso ao encarar a irmã. – quanto aos outros dois, fora a suíte...
- Você vai ficar comigo durante o ano letivo, - ela sorriu. – meu marido é funcionário do ministério agora, mas durante esse ano letivo em especial, ele ficará em Hogwarts, então...
- Entendi, vou tomar conta da família, sem novidades. – ele sorriu, para logo depois correr na direção dos carregadores, pálido. – Aí, esse computador é caro, cuidado, pessoal! – os quatro bruxos começaram a rir. A jovem mulher então voltou-se para as páginas que escrevia.
A batalha de Hogwarts foi sangrenta. Muito sangue mágico foi derramado para que pessoas como meu irmão e eu possamos desfrutar de algo próximo da calmaria. Falo isso porque, mesmo de forma indireta, os não-magi também sofreram com a escalada de poder dos Comensais da Morte. Voldemort ficando mais poderoso a cada dia que passava assustou a todos, bruxos e não bruxos, enfim, todos nós tivemos perdas significativas dos dois lados. Mesmo quem não sabia deles, perdeu seus parentes e amigos para um inimigo invisível, para o qual não estavam preparados. Fizemos nosso melhor, mas agora podemos respirar um pouco mais aliviados. Meu pequeno Leon agora sabe que pode crescer, sabendo que o mais perto do terror que ele conhecerá é o Bicho-Papão, e mesmo ele tem como ser enfrentado. Queria poder dar esse alivio ao meu filho que um dia teria desde Raccoon City e agora posso cumprir essa promessa. É um alívio imenso poder ter certeza que meu bebê poderá crescer um pouco mais seguro. Mas até o último dia em que nos falamos, Harry e eu não estávamos exatamente certos disso. eu tinha lá minhas dúvidas, não sabia se seria capaz de ajudar a enfrentar o Lorde das trevas, ou mesmo se seria capaz de matar essa criatura, as chances diminuíam a cada passo mais perto da escola, mas uma coisa, que fiz sem nem mesmo perceber que estava fazendo, enfim, virou o jogo, nos dando uma vantagem que eu não imaginava que teria, mas que, com certeza, foi muito bem-vinda...
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Harry Potter e a feiticeira de ouro
FanfictionUma lenda há muito contada durante a infância de Harry agora pode ser sua única esperança na árdua batalha que viria contra Aquele-que-não-deve-ser-nomeado