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Acordo com um mal estar, ainda estava tudo escuro do lado de fora. Odeio acordar durante a madrugada pois me sinto totalmente deslocada. Eu não estava sozinha na cama. Não havia notado isso, mas tinha um braço sobre minha cintura me abraçando. Tae Hyung estava dormindo abraçado comigo, com o rosto bem perto do meu pescoço, eu conseguia sentir sua respiração calma. Eu precisava levantar, mas não conseguia pensar em um jeito de fazer isso sem o acordar.
Consegui me retirar de seus braços com muita relutância e fui para a cozinha tomar um remédio e água, como estava sem sono, optei por ir para a sala e maratona a série que estava sem ver a tempos. Me aconcheguei no sofá e depois de cerca de dois ep de 50 min, eu sinto o estofado do sofá afundar. Nem me faço o trabalho de olhar pro lado.
— está se sentindo bem? — sua voz sai rouca. Olho para o mesmo, e ele estava meio sentado e deitado no sofá, prestando atenção na série que eu estava vendo, que por incrível que pareça do nada surgiu uma cena de sexo me deixando extremamente envergonhada.
Tae hyung solta uma risada nasal, me olhando. Na minha cabeça só passava "como ele sabe que estou passando mal?" e "como uma pessoa pode ser bonita até com cara de sono?"
— como você sabe que estou me sentindo mal? — ele alisa minhas costas. Essa sensação é tão gostosa. Faz a gente querer estar em um relacionamento.
— você estava dando febre enquanto dormia — sua mão continuava repousada em minhas costas e seus olhos em mim, uma feição de preocupação estampava em sei rosto.
olho para a televisão, cortando nosso contato visual — estou bem — concordo com a cabeça.
o silêncio se instalou no local, só se conseguia ouvir o barulho da televisão. Escuto ele respirar fundo, parecia frustrado com algo.
— precisamos conversar — ele diz por fim, retirando sua mão de minhas costas. Eu não queria ter essa conversa, não agora.
— eu não quero ter essa conversa — desligo a televisão, deixando o silêncio se instalar por completo no ambiente.
— você não pode ficar fugindo disso — ele segura o meu braço e eu me viro pra ele
— isso não é importante agora — ameaço levantar do sofá mas ele me puxa.
— o que não é importante? a gente resolver as coisas logo? — ele me fez essa pergunta e eu fiquei parada o olhando.
— sim, isso não é importante — apontei para nós dois. Eu podia estar fazendo algo errado? sim, mas eu não queria ter essa conversa pois sabia que a gente iria acabar discutindo.
— eu não sou importante para voce? — sua voz soava baixa. Ele queria me soltar mas parecia ter medo de que eu fugisse dele novamente — fique ao meu lado — ele disse cabisbaixo e com a voz quase em um sussurro — o futuro sem você é um mundo sem cor, acredite em mim, eu te quero ao meu lado, agora e sempre — vejo seus olhos brilhando quando ele decide me olhar, mesmo na escuridão, eu conseguia ver. Por que meus olhos estão cheios de lágrimas? olho pro lado para o mesmo não ver que eu estava prestes a chorar.
— isso não pode acontecer — não sei se partiu o coração dele, mas o meu já estava fraco e dolorido.
— se eu estivesse sozinho, se eu não te conhecesse — ele solta uma risada fraca — queria que você me amasse, assim como eu. Era pra mim ter desistido — o olho — talvez eu tivesse desistido, mas meu coração esteve em chamas como um desejo ardente por todo esse tempo — ele sorriu com os olhos lacrimejantes — tudo isso foi destino sabia? eu não pretendia te encontrar, mesmo que meu coração quisesse isso — nós dois estamos sofrendo — o que quer que esteja te atrapalhando eu vou ultrapassar só para ter você de volta pra mim. Eu farei tudo que puder pra isso acontecer. Nem que eu tenha que recomeçar do zero novamente.
— você sabe que é melhor assim.
— me deixe fazer você mudar de ideia, me deixe fazer você vê que o melhor é nós juntos e não separados — eu já não sabia o que falar, então ele vai embora depois de alguns segundos, pois viu que eu não iria falar nada sobre. Eu não sabia o que fazer, não queria que acabasse acontecendo aquilo tudo de novo. Eu sei o que eu quero, e o que eu quero é não o machucar mais.
Jimin sai do escuro e vai até mim, eu havia visto a silhueta dele no corredor quando estava discutindo com o Tae.
— está tudo bem? — me olha preocupado
— tá estampado na minha cara — ele solta uma gargalhada.
— realmente — se senta ao meu lado no sofá, colocando uma almofada em sua perna e batendo nela para mim deitar ali — do que você tem tanto medo? — mexe em meus cabelos.
— de machuca lo de novo! — respiro fundo
— então não o machuque — reviro o olho. Como se fosse tão fácil — o difícil é você querer negar uma coisa que sua boca diz não mas seu corpo e olhos dizem sim.
— eu não estou dizendo não pra nada — faço manha.
— não adianta nada ficar emburrada. Sabe que eu estou certo — aperta a ponta do meu nariz. Eu odeio quando o Jimin vira o rei da verdade — você só tem que deixar acontecer. Não tem mais nada te impedindo a fazer o que o coração manda — ele está falando do Jung Kook — se leva pelos momentos, você vai ver que a coisa certa é ser nós, e não, você e ele — eu fecho os olhos para não ter que o responder. Queria encerrar essa conversa e fiz o certo. Depois de algumas horas eu peguei no sono com o Jimin mexendo em meu cabelo.

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