Heartbeat

11°

Nabi: Tae Hyung! — eu o chamo novamente antes dele dar as costas para mim naquela chuva — TAE HYUNG — o grito mas ele não se vira. Ele continua a caminhar com a cabeça baixa para longe dali.
Eu deixo minhas coisas ali na porta e vou atrás dele mas Jungkook segura meu braço.
JK: Porque você ainda corre pros braços dele?
sn: Eu gosto dele.
Ele engoliu em seco, e concordou com a cabeça olhando para outro lugar que não fosse eu.
JK: Então por que não namora com ele?
Olho para o chão triste pensando sobre isso, eu gostava dele mas não a esse ponto.
Nabi: eu não quero decepciona-lo
Mas eu já estava fazendo isso
Jk: E quanto a mim?
Levanto a cabeça o encarando, e sinto o meu peito doer, meu corpo esquentar e minha respiração descompassar, ele se aproxima de vagar segurando a minha nuca, chegando mais perto, colando as nossas testas, automaticamente eu fecho os olhos, sentindo sua respiração bater contra a minha pele, me causando arrepios. Queria o mandar se afastar; mas queria estar nos braços dele, sentir o seu toque e beijo novamente.
JK: eu sei que eu errei, mas... — ele já estava tão perto que a cada movimento de seus lábios, eu conseguia sentir eles roçando nos meus — Eu nunca deixei de gostar de você.
Nossos lábios entraram em perfeita harmonia, ele não me esperou dar qualquer resposta a ele ou pensar em dizer que não era mais recíproco, e nessa altura do campeonato eu não podia fazer nada disso, já havia caído em seus encantos novamente, era como um imã, eu era sempre puxada para ele a qualquer momento e circunstâncias.
Nossos lábios se separaram e eu fico pensando no Taehyung. Nossas testas continuam coladas uma na outra.
Nabi: O Taehyung — sussurro.
JK: Não adianta mais — ele se afasta e seca uma lágrima que escorria pela minha bochecha involuntariamente — Ele já está longe de mais para você o alcançar e ainda está chovendo.
Tanta coisa acontecendo e eu simplesmente esqueci que ainda chovia. Meus olhos começaram a marejar e as lágrimas rolarem.
Nabi: Por que você teve que voltar? — bato em seu peito chorando.
JK: Não tem mais volta — ele estava certo, não tinha mais volta.
Nabi: eu não teria quebrado o coração dele assim — o encaro.
JK: é inevitável anjo — ele pega em meus pulsos e me abraça, me aconchegando em seu peito — você teria quebrado o coração dele de qualquer jeito. Não é ele que tem seu coração e ele sabe disso, por isso está arrasado assim. Ele só estava maquiando a dor que já sentia ao estar ao seu lado e ver que você não o amava.
Pensar nisso me doeu o coração. Pensar que eu fiz ele sofrer esse tempo todo.

Já era segunda à tarde e durante todo o final de semana eu não consegui falar com o Tae Hyung. Hoje eu havia o procurado durante o almoço mas não o achei em lugar algum, "ele deve não ter vindo para a faculdade hoje" era o que passava pela minha cabeça esse tempo todo.
In Yeop: Nós estamos indo pro terraço fumar, você quer vir também? — ele se senta em minha frente, me fazendo parar de desenhar em meu caderno e olhá-lo.
Nabi: Preciso espairecer — pego em sua mão — Vamos — o puxo pra fora da sala colocando meu braço entrelaçado com o dele, enquanto subíamos até o terraço do prédio. A cada degrau que eu subia eu pensava se já havia decidido sobre os meus sentimentos, e até agora eu não havia parado pra pensar direito em nada do que estava acontecendo, a aparição repentina do Jung Kook, a discussão com o Tae. Desde que o Jung Kook apareceu as coisas mudaram muito drasticamente, o Tae e ele eram amigos mas agora não pareciam mais ser amigos. A cada vez que eles apareciam juntos o clima em volta mudava. Eu gosto realmente do Jung Kook ainda? e se eu gosto dele, será que é o certo para mim? E o Tae Hyung? O que eu fiz com ele! Eu só precisava de um tempo para me desligar de tudo e poder decidir claramente sobre meus sentimentos, mas estava tão difícil decidir sobre tudo.
Eu estava muito preocupada com o Tae Hyung, me sentia muito mal vendo ele sofrer tanto. Quando a gente chegou na porta do terraço eu o vejo, apoiando os braços sobre o murinho, olhando as folhas das árvores voarem de acordo com o vento. Ele estava pensativo, talvez triste, não conseguia ver o seu rosto, apenas as suas costas. Cheguei mais perto dele, ainda hesitante, com medo de o fazer fugir ou de que ele não queira mais falar comigo.
Nabi: Podemos conversar? — ele não fala nada, continua olhando para frente — me desculpa
Tae: Pelo o que? — ele fala baixo — Não tínhamos nada, então não há motivos para você pedir desculpa — suas palavras vieram como um tapa certeiro no meu rosto e meu estômago doeu de nervosismo com aquilo.
Nabi: Mesmo assim — falo de cabeça baixa, enquanto brincava com os meus dedos tentando conter o nervosismo que estava sentindo.
Tae: Tudo bem — ele diz por fim, e eu o olho respirando fundo, virando-me para olhar a paisagem a nossa frente. Nós ficamos alguns minutos em silêncio apreciando a paisagem, e nesse silêncio dava pra ouvir as engrenagens de nossos pensamentos a todo vapor, mas ele decidi falar, cortando o silêncio — No dia em que nós decidimos ficar, você me disse que nunca se apaixonaria, mas agora eu entendo você, eu sei que aquilo tudo era medo — ele se vira para mim e nos entreolhamos — Agora estamos aqui, tão perto e tão distante um do outro. Ainda não passei no teste? — seus olhos mostravam dúvida e confusão — Quando você perceberá, anjo? que eu não sou como o resto? não quero partir seu coração, só quero dar um tempo a ele. Eu sei que você está com medo de dar errado, como se eu fosse cometer um erro, mas me diz, quando foi que eu vacilei com você?
Nabi: Nunca — falo baixinho — Não tinha porque vacilar — a expressão em seu rosto dizia muitas coisas mas uma delas era "então porque não sou eu?" — Na sexta, você foi para casa sozinho, havia lágrimas em seus olhos. Eu liguei para o seu celular, mas você não atendeu, porque? eu te procurei a semana inteira e você não deu um sinal de vida, eu me preocupei com você — não sei porque mas eu queria muito chorar. Fechei meus olhos no intuito de cessar as poucas lágrimas que já estavam querendo cair pelo meu rosto.
Tae: Eu queria ficar sozinho — ele olha pra frente novamente com um vazio nos olhos e frieza nas palavras.
Nabi: Ficar sozinho? Tudo bem, eu estaria aqui no final, mas não dar sinal, não mandar nem uma mensagem... — bufei e abaixei meu tom de voz novamente — Eu sei que errei, eu escondi algo de você, mas...
Tae: Eu disse que não sentia nada, mas eu menti — ele me interrompe — Eu quase cortei um pedaço de mim para entrar na sua vida — ouvir essas palavras me fez voltar para a nossa briga em questão de segundos.
"Tae: Acho que eu era apenas outra parada rápida, alguém para você brincar — ele dizia enquanto sorria, um sorriso sombrio — Você só desperdiçou o meu tempo — ele depositou suas palavras em mim tão friamente que eu esqueci que ele estava bebado e que depois iria se arrepender do que tinha falado mas isso me machucou e eu me segurei para não chorar"
Tae: Eu te ajudei a sair de um lugar destruído, você me deu conforto, mas durante tudo isso, me apaixonar por você foi o meu erro — ele me olhou e o brilho de seus olhos transbordavam de uma paixão tão grande que chegava a me sufocar, e ao mesmo tempo era um olhar angelical que transbordava calma, aconchego e um calor — Porque não sou eu? Eu posso deixar tudo para trás, por você. As coisas podem melhorar, só basta você segurar a minha mão — ele estende a mão para mim, eu olho para seus olhos que demonstravam súplica, ele queria que eu escolhesse ele é não o Jung Kook, mas meu coração não pertencia a ele mesmo que eu quisesse.
Sn: eu não quero quebrar seu coração
Tae: Você já está fazendo isso Nabi — ele abaixa o rosto — eu sempre soube que você ainda gostava dele, você sorria pra mim tentando disfarçar mas algumas coisas você não pode esconder.
Nabi: Tae — minha voz soou como um pedido de desculpa. Minhas mãos percorrem o seu rosto e ele levantou o rosto para mim sorrindo como se não estivesse chorado e como se não estivesse doendo tudo aquilo. Eu só senti vontade de o beijar, e sem que eu fizesse algo, ele me puxa para mais perto e sem muito esforço me beija, Eu sinto o gosto doce de seus lábios e o salgado de suas lágrimas junto ao beijo. Eu sei que era pior para ele deixar o beijo rolar mas era como uma despedida para as nossas almas que pareciam estar tão juntas que não queriam se soltar mesmo sabendo o que era melhor para ambos.
Tae: quando nossos lábios estão colados um ao outro, eu sinto como se nossos corações estivessem batendo como um só, mas você foge e eu tenho a sensação de ver você escapando pelas pontas de meus dedos — ele diz ao parar o beijo e colar sua testa na minha sussurrando para mim — Eu não queria te deixar ir mas não é a nossa hora — ele me afasta dele e olha para o lado — Vai, ele está te esperando — eu continuei o olhando preocupada e sim eu sentia a dor dele, por um breve momento eu quase o escolhi mas ele não merece ficar com uma pessoa que não o ama como ele me ama — Vai ficar tudo bem baixinha — ele mantém um sorriso em seus lábios mas eu sabia que no momento em que eu saísse daqui ele iria desabar, é sempre assim quando temos o coração partido.