Heartbeat

17°

Mas agora eu estou aqui, com o Taehyung na minha frente, se sentindo péssimo? magoado talvez, mas não sei direito a intensidade de seus sentimentos.
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TAE HYUNG

— Eu não a amo e isso é lógico — falo para Jimin.
— Mas não tira os olhos dela — sorri — Não teria brigado com o Jung Kook por ela —
Sorri para o mesmo, foi apenas uma briguinha boba, ele me provocou e eu provoquei ele, no final um deu um soco um no outro. Se ela soubesse disso teria metido a porrada em nós dois e teria falado "vocês são dois imbecís". Essa briga foi quando Jung Kook voltou a falar com ela e eu descobri que os dois tinham ficado na viagem, mas quando eu indaguei ele negou, negou como todas as outras vezes que eu o perguntei se ele ainda gostava dela.
"— Você sabe não sabe? — perguntei ao mesmo que se mantinha sentado ao meu lado, bebendo. Eu continuava a olhar para frente mas via sua silhueta pela painel das bebidas a nossa frente.
— Que vocês dois estão juntos? — bebeu um grande gole da bebida em seu copo — Sim eu sei" a nossa amizade ficou estranha depois disso, porém ele disse que não ligava, mas sempre ficava no caminho, mas não me contava nada sobre os dois e isso me deixava irritado e me fazia me sentir mal pensando que ela poderia me deixar por ele, como ela fez. Eu nunca sabia o que acontecia entre os dois.
— Eu tô blefando isso é óbvio — bebo um gole de minha bebida e vejo o pequeno sorrir largamente.
— Porque não vai falar com ela? — Jimin me pergunta — Eu sei que você quer! Seus olhos entregam muita coisa que você não quer dizer —
Eu queria muito, mas infelizmente ali não era o momento e hora certa para isso. Eu fiquei todos esses anos longe o que alguns dias são comparados a isso?

Eu estava magoado, deixei ela ir, mas queria ter segurado seu braço quando ela foi embora, sabia que ela voltaria para o Jung Kook e agora estamos aqui. Cara a cara, mas não conseguindo expressar o que realmente sinto. Eu a quero pegar nos braços e dizer tudo o que sinto, mas não posso fazer isso.

°°°

"os olhos dele. Como eu senti falta de ser observada por eles"

"eu sempre amei os olhos dela, assim como seus lábios e sorriso"

"como eu queria beija-ló"
"como eu queria beija-lá"

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"podemos conversar?" era a mensagem que Jung Kook deixou para mim as 4 da manhã. Só havia essa mensagem e mais nenhuma outra. Isso me deixou preocupada, porque ele me mandou mensagem a essa hora do dia?
"tá tudo bem?" mando para ele. Depois de 5 min ele me responde.
"você sabe a senha do meu apartamento, me encontra lá as 20 hrs"
Nós nunca fomos de conversar muito por celular. Para nós era melhor pessoalmente do que pelo celular, eu preferiria isso também.
As horas passaram muito rápido. Quando eu percebi, eu já estava em frente à porta do apartamento do Jung Kook, olhando para a tranca da porta, decidindo se entrava ou não. Eu me sentia mal, mas não sabia porque aquele sentimento estava me consumindo. Por fim eu adentrei o apartamento. Estava tudo escuro. Não tinha ninguém ali. Fui para a sacada, pois estava fresco do lado de fora e o céu estava lindo. Como a cidade.
— você chegou cedo — tomo um susto com a sua voz que vinha atrás de mim. Me viro para ele e olho para o relógio. Eram 19:58h.
— achei que não estava em casa — ele se aproxima — porque deixou as luzes apagadas se estava em casa? — ele para do meu lado, olhando para frente.
— acabei de chegar — seu tom e gestos estavam frios mas calorosos. Eu não conseguia entender direito. Ele estava fingindo estar à vontade.
— está tudo bem? — o pergunto. Ele me olha e sorri.
— soube que o Tae Hyung voltou — ele coça o nariz sutilmente — quer dizer, ele está em Paris.
— é, eu sei — solto um suspiro. Um silêncio se acomoda ali. Mas ele faz o favor de o cortar.
— e como se sentiu? — seu tom era brincalhão mas sua feição estava. Triste?. Ele mudou de assunto quando eu perguntei se ele estava bem, mas isso?
— hmmm — penso se devo falar. Afinal de contas ele é a única pessoa com quem eu posso contar as coisas. Ele é como um melhor amigo para mim. Sempre foi.
— tenho certeza que ficou feliz. Afinal, vocês eram bem próximos quando eu voltei pra Coreia — eu sentia ser analisada pelos seus olhos.
— não sei — respiro fundo e olho para o céu. As vezes fazer isso me ajudava a dispersar meus pensamentos.
— não sabe? — vejo de canto de olho ele cruzar os braços e franzi a testa — como não saber o que sentir quando se vê alguém?
— bom, eu não sei direito o que senti quando eu o vi realmente pessoalmente. Mas você não quer ouvir isso — o olho. Eu sabia que ele não queria saber disso mas queria desabafar.
— tá tudo bem — seu semblante e voz me encorajavam a falar.
— eu senti saudade quando o vi. Havia esquecido tudo, mas o ver me fez lembrar de tudo o que vivi ao lado dele. Quando estou longe quero estar perto, mas nem nos falamos direito ainda para estarmos juntos. E eu simplesmente não sei o que fazer — as palavras saiam como um sopro da minha boca. Rápidas. Eu acho que nem respirei direito para falar, eu só falei. Mas depois disso o clima ficou estranho. Eu sentia que fiz algo de errado e olhar nos olhos dele me fez crer nisso.
Jung Kook se aproxima de mim, com um sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos.
— Você sabe que eu te amo — ele coloca uma mecha de cabelo minha atrás da orelha — E eu queria que fosse você a minha noiva — encosta sua testa na minha — Como sempre quis, mas não é comigo que você tem que ficar Sn. Você sabe mais do que ninguém que seu coração acelera pra ele e não para mim e olha, eu não queria admitir, mas, saber disso, corta meu coração em mil pedaços. Eu só quero ver você feliz, independente de tudo — ele cela nossos lábios em um beijo calmo, era doce mas ao mesmo tempo amargo. Ele estava mostrando toda a sua dor por me deixar partir. Eu não sabia mais como ele se sentia em relação a nós dois e agora, com essa confissão, eu descobri que ele sorria querendo chorar e que estava suportando toda a dor de ver quem ama, amando outra pessoa. Não era pra mim ter falado sobre o que eu estava sentindo pelo Taehyung para ele. Como eu fui tão cega de não perceber que ele ainda me amava e achei que as coisas tinham voltado a época em que a gente era apenas dois adolescentes.
Ele para o beijo e cola a sua testa na minha, respirando fundo algumas vezes.
— eu sei que eu não tentei ganhar seu coração de novo — sua voz saia como um sussurro — e foi a pior coisa que eu decidi fazer, mas está tudo bem.
Eu estava chorando junto com ele, mas não entendia o motivo para isso. Ele se afasta e me olha.
— Jung Kook, eu ...
— está tudo bem — ele sorri — dorme aqui hoje! Mas se você não quiser, tudo bem — ele seca minha bochecha — eu só queria passar essa última noite com você.
   Escolhi passar a noite com ele, mas não consegui dormir. Eu o encarava e passava a mão em seus cabelos. Seu rosto estava sereno, agora que dormia, mas era visível que ele tinha chorado. Meu coração estava quebrado. O olhar assim, alinhado em meus braços, como uma criança que pede colo a mãe quando está com medo me fez querer chorar com todas as lembranças de nosso relacionamento. Uma lágrima escorre de minha bochecha. Eu não iria conseguir ficar ali, mas fiquei com ele até ele adormecer, mas antes de ir embora eu deixei uma carta de poucas linhas, aonde eu pedia desculpa, por ele não ser a pessoa que meu coração escolheu pra ficar e que esperava que algum dia nós pudéssemos nos olhar e apenas ver que tudo foi maravilhoso, mas que era melhor assim.