Heartbeat

6º

   Alguns professores iriam com a gente para nos guiar. Fora o museu nós também iríamos em outros lugares de arte por Seul para nós dar a inspiração certa para concluir nossos projetos, como a professora disse "nem sempre nos somos movidos pelos nossos sentimentos" não sei da onde ela tirou aquilo, mas parecia ter muita verdade naquilo. Era bom ter inspirações olhando as pessoas em volta, tem vezes que não temos inspirações o suficiente com nós mesmos, mas ver alguém nos trás um lampejo de criatividade, assim como estar apaixonado.
O primeiro e segundo dia se passou com um piscar de olhos, nós fizemos tantas coisas que nem reparamos que já era o terceiro dia e que amanhã seria a ida ao museu e último dia em Seul.
Já era a hora de dormir, mas como era nosso penúltimo dia aqui e amanhã nós iríamos ao museu a tarde e depois pra casa, nós não iríamos ficar atoa. Como não podíamos sair do hotel, nos juntamos no maior quarto que era o meu por sinal e compramos algumas bebidas para jogar à noite. Eu passei todos os dias evitando ter contato com o Jung Kook o máximo que eu conseguisse, mas nem sempre conseguia pois meus amigos não ajudavam muito na situação, e ter o mesmo círculo de amizade também não ajudava muito. Sorte minha é que de vez em quando algumas meninas o puxavam pra fazer não sei o que. Não gostava mas me sentia um pouco aliviada, não queria que ninguém descobrisse sobre nós dois.
Todos nós ficamos por muito tempo jogando e bebendo no quarto, quando vimos que alguns já estavam levemente alterados a gente decidiu parar e ir dormir pois já estava realmente muito tarde para continuar a diversão. Eu tomei um banho e troquei de roupa, enquanto a Jennie catava o lixo que estava no quarto.
Nabi: Por que não pediu ajuda dos outros? — a pergunto enquanto secava o cabelo com a toalha.
Jennie: O Jeon estava me ajudando, mas foi atender uma ligação — ela me olha de relance e continua a catar as coisas.
"Jeon?" eu olhei pro chão dando uma pequena risada de nervosismo. Quanta intimidade não é mesmo?
Jennie: porque está rindo?
Nabi: Nada não — pego umas sacolas de lixo que tinha ali — Eu vou jogar isso fora
ela acenou com a cabeça para mim e eu saí para ir lá em baixo jogar o lixo fora. Ouvir ela o chamar daquele jeito me deixou extremamente nervosa.
Depois de alguns minutos sentada no Hall do hotel pensando em tudo o que estava acontecendo na minha vida como a certa aproximação do Jung Kook, o ciúmes excessivo do Tae, e um certo distanciamento dele, que dizia ser por conta dos trabalhos, e o meu ciúmes pelo Jung Kook. Decidi me levantar o mais de vagar possível e fui para o meu quarto e o da Jennie.
JK: Está me evitando por que? — ele aparece em minha frente como passe de mágica segurando em meus ombros impedindo que eu saísse dali.
Nabi: Eu não estou te evitando — coço o nariz olhando para o lado. Ele cruza os braços semicerrando os olhos
JK: Se eu não te conhecesse tão bem, não saberia que você faz isso quando mente — aponta pra mim. Reviro os olhos fazendo cara de nojo enquanto confirmava com a cabeça. Ele pega na ponta de meu nariz e eu lhe dou um tapa na mão.
Nabi: Você quer parar com isso? — sussurro para ele.
JK: Mas eu não fiz nada — ri.
Nabi: O que você quer Jung Kook? — o pergunto já cansada disso tudo.
JK: Saber porque você está me evitando!
Nabi: porque eu quero, satisfeito? agora vai embora.
Ele continua na porta do meu quarto atrapalhando a minha entrada nele, enquanto me analisava da cabeça aos pés. Eu estava de pijama agora, pois quando eles estavam no quarto eu não quis trocar de roupa com eles ali mas a Jennie não viu problema de ficar de pijama na frente deles. Meu pijama era um shortinho de seda e uma blusa de seda da cor preta. O pessoal já havia saído do quarto fazia tempo então porque ele estava ali naquela hora? Por que ele voltou para o quarto novamente?
JK: Alias, bonito pijama — sorriu malicioso tocando o tecido do meu short.
Nabi: Sai daqui Jung Kook — dou um tapa em seu ombro e ele sorrindo segura meu pulso, eu não sabia se estava irritada ou envergonhada dessa cena. Nos seus lábios ainda continha um sorriso meio malicioso e ele com um piscar de olhos conseguiu juntar o meu corpo ao dele me puxando pela cintura. O meu nervosismo era evidente pois minha respiração mudou o ritmo e eu engoli em seco.
JK: Você nervosa assim me faz parecer um cara mal.
Eu tentei falar mas ele começou a se aproximar mais do meu rosto me cortando totalmente. Ele iria me beijar. Eu sentia isso, e queria isso. Ele colocou delicadamente o meu cabelo atrás de minha orelha e sussurrou bem perto dela me arrepiando.
JK: pode deixar que eu já estou indo, mas antes — ele colocou a mão em minha nuca e me beijou, eu não neguei o beijo e sim deixei rolar, e esse beijo me despertou um desejo absurdo por ele, o desejo que eu tanto reprimia por estar com o Tae Hyung, mas era por mim também.
Eu não podia demonstrar quaisquer sentimento por ele perto das pessoas ou sequer interesse, ninguém poderia saber sobre isso, saber que já tivemos algo. Era errado eu estar beijando a boca dele e não me sentir mal pelo Tae Hyung, era errado meu corpo desejar mais por ele do que apenas um beijo. Quando ele se afastou eu instintivamente aproximei meus lábios do dele por mais, mas ele se afastou olhando em meus olhos. Não que ele não quisesse por mais, mesmo que ele dissesse que não queria seria mentira tanto da dele quanto da minha pois nossos corpos e olhares diziam a verdade.
JK: Nós podemos ir para outro lugar se preferir — ele acaricia minha bochecha com a outra mão ainda repousada sobre minha cintura. Por um breve instante eu esqueci do Tae mas aquelas palavras me lembraram rapidamente dele.
Nabi: Não acho que isso seja certo — me afasto dele e ajeito o meu cabelo. Ele abre espaço para mim entrar em meu quarto.
JK: Eu vou fazer de tudo para você voltar para mim.
O escuto sussurrar para mim enquanto entro no quarto e aquilo surtiu efeito em mim, doendo em meu coração.