𝔇𝔢𝔷𝔢𝔰𝔰𝔢𝔱𝔢

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A casa onde as meninas agora ficavam era habitada também por alguns empregados, para poderem manter tudo arrumado e limpo, alguns cozinheiros para tratarem das refeições e duas professoras para acompanharem a evolução académica das garotas.
Tudo na casa fazia Enola se lembrar da sua infância, e com alguns toques de Lottie na decoração tudo ficára ainda mais perfeito.

A princesa e a detetive entraram de mãos dadas na casa, a maior parte dos funcionários sabiam da relação das mais novas, mas como haviam sido escolhidos pelo seu bom senso, eles não se incomodavam com o facto de serem duas garotas numa relação amorosa.

--Menina Enola, princesa Charlotte-- Sr.a Elizabeth comprimenta as meninas-- Têm uma visita no andar de cima

Enola olha confusa para a sua amada, mas a mesma ignora a situação assim que sente o cheiro de biscoitos.
--Você sobe, Holmes, veja quem é. Eu vou buscar biscoitos-- Canta a última frase e corre para a cozinha após dar um beijo na bochecha da morena

--Também te amo-- Enola fala com sarcásmo e a loira espreita pela porta

--Eu te amo muito senhorita "eu não preciso de ninguém"-- Lottie mostra a língua para a mais velha e volta a entrar na cozinha.
A morena sorri e sobe as escadas.

Enola abre a porta do quarto que dividia com Lottie, com o sorriso bobo que a mais nova causou ainda em seu rosto, mas o mesmo desaparece assim que vê a mulher que a aguardava.
A garota ficou parada, não sabia como reagir a tal. Ela se sentia magoada, queria perguntar o porquê da mulher a ter deixado, queria gritar com a senhora. Mas apenas ficou parada. Todas as suas aventuras passaram pela sua cabeça, ela nunca esteve tão feliz quanto agora....

--Esse quarto é surpreendentemente bom. Gosto dos retoques finais.-- Eudoria comenta com calma, mas não obtém resposta da filha. A mais velha suspira.-- Não posso demorar-- Enola fecha a porta atrás de si-- Pode estar a alguém a ver... Como encontrou isso?-- aponta para a pinha mascarada de rato nas mãos da Holmes mais nova

--Foi Sherlock-- fala rápidamente

--Pensei que o tivesse esquecido-- se aproxima da filha, com um sorriso pequeno-- Você nunca o largava quando mais nova, costumava arrasta-lo...

--Sherlock me contou.-- interrompe a mãe

--Soube que encontrou a princesa e o marquês sabe que agora o seu nome está...-- é mais uma vez interrompida

--Em todos os jornais, Sherlock também me contou-- Enola contia ao máximo as suas lágrimas, mas elas já ameaçavam cair de seus olhos

--Bom... Ainda bem que criaram laços.-- comenta com um sorriso triste-- Eu lamento-- a senhora se pronúncia após um tempo de silêncio-- Queria mesmo dizer-lhe para onde ia, mas não era seguro

--Você está a salvo agora?-- questiona se aproximando da mãe que nega com a cabeça

--Não a deixei por não te amar. Eu parti por você porque não suportava que esse mundo fosse o seu futuro.-- Enola já não prendia as lágrimas, apenas as deixava rolar pelo seu rosto

A menina abraça a mãe, apertando o seu corpo contra o da mais velha, sentia falta daquilo, sentia saudades de tudo, mas não trocaria o seu passado pelo seu presente.
O momento carinhoso entre mãe e filha é interrompido pela porta a abrir.

--TEA TIME-- Charlotte fala animada, pousando o tabuleiro com biscoitos e chá em cima da mesa-- Olá senhora que eu não conheço e que está chorando abraçada à Nola-- cumprimenta com um sorriso e se senta do na mesa distribuindo o chá de cereja pelas canecas de porcelana

Eudoria e Enola se afastam, a morena limpa as lágrimas do seu rosto e se vê na obrigação de apresentar o seu amor à sua mãe.
Ela suspira, pensando na melhor forma de apresentar a loira.
--Lottie -- chama a atenção da mais nova, que olha para ela com um sorriso -- Esta... É minha mãe, Eudoria. Mãe esta é a princesa Charlotte.

Antes mesmo da mulher poder reagir ao choque de estar perante um membro da realeza, Lottie falou:
--Quer biscoitos?-- estende o prato para a mãe da morena

--Eu... Não ficarei por muito tempo. -- comenta como forma de negar a comida

--Acredite em mim, eles são uma delícia. -- comenta a princesa.
A mais velha se dá por vencida, pegando numa bolacha e levando-a timidamente até aos lábios

--Isto é estranhamente saboroso...-- comenta mastigando o biscoito-- Posso pegar outra?-- questiona assim que termina

--Com certeza! Mi casa és su casa!-- diz calma, estendendo o prato para a mãe da sua amada e elas sorriram uma para a outra.
Enola sorriu ao ver que a loira e Eudoria estavam se dando bem.

--Como já referi, não posso me demorar -- engole o último pedaço de biscoito -- Tenho medo de estar sendo observada, mas tenho algo para te entregar, Enola. -- Tira uma carta na sua pequena bolsa e entrega à filha -- Creio que Sherlock não lhe falou sobre isso...

-----~º~-----

Querida irmã,

Após ler inúmeros jornais acerca do caso da princesa perdida e de como você o desvendou - fiquei extremamente orgulhoso e impressionado - percebi que você, Enola, é a pessoa certa para me acompanhar neste novo caso.
Esta manhã chegou ao meu escritório uma senhora de cabelos ruivos, o seu braço estava ferido, ferimento esse que fora causado por uma bala, ela alegou ter sido vitima de uma tentativa de assassinato e conseguiu vários dados sobre o tal assassino.

Ele estará no baile real amanhã, no baile onde a princesa Charlotte irá estar também, tudo indica que ela será a vitima desta vez...
Me encontre em Red River hoje às seis.

Após ler várias vezes a carta que Sherlock lhe mandara, Enola finalmente ganhou coragem para o encontrar no local que o mais velho havia mencionado no texto.

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Hello Bitches

Eu não desisti porra, eu apenas...
sumi!
Porque sim.

𝔸 𝐏ℝ𝐈ℕ𝐂𝔼𝐒𝔸 𝐏𝔼𝐑𝔻𝐈𝔻𝐀|ᵉⁿᵒˡᵃ ʰᵒˡᵐᵉˢOnde histórias criam vida. Descubra agora