are we in the clear yet?

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"Remember when we couldn't take the heat? I walked out, I said: I'm setting you free. But the monsters turned out to be just trees. When the Sun came up, you were looking at me."


Violet não soube como reagir em torno de sua irmã após ter seu segredo revelado. A pequena, no entanto, não gostaria de confrontá-la ainda. Ela esperou pacientemente o dia de sua aula chegar para questionar sua irmã e seu professor.

Ao chegar à escola, Emma pediu à Violet para acompanhá-la até sua sala, onde ela sabia que Luke, o possível novo namorado de sua irmã, já estava presente. Violet se recusou a entrar, argumentando que não era necessário. E realmente não era, mas Emma desejava observar as reações de ambos quando se encontrassem.

Seu objetivo foi conquistado ao assistir Violet abrir um sorriso bobo em direção ao professor rodeado de alunos. A cena liberou todas as borboletas presas no estômago de Violet por toda Chicago. Ela soube, então, que estava apaixonada por ele. Por quem menos deveria.

Satisfeita com a reação de sua irmã, Emma se despediu e adentrou a sala, chamando a atenção de seu professor, que logo fixou os olhos em Violet em frente à porta. Seu coração se apertando em adoração indevida. Violet apenas acenou e seguiu rumo à recepção, onde aguardaria por Emma e miseravelmente, por ele também.

Como de costume, Luke acompanhou Emma até a saída. A pequena saltitou até estar de frente com sua irmã.

— Violet, podemos tomar sorvete? — Emma pediu à irmã, em tom suplicante, mas seus olhos estavam sobre Luke.

— Você gostaria de minha companhia, Emma? — Luke perguntou, mesmo já sabendo a resposta e a intenção de sua aluna.

— Sim, por favor! Eu, você e Violet! — Sua animação provocou risadas sobre o casal. A incerteza passou pelos olhos de Violet, mas quando a mão de Luke pousou na parte inferior de suas costas, nada além de paixão permaneceu em seus olhos.

[...]

A sorveteria era localizada a apenas alguns metros da escola de música. Emma deixara seu violão no carro da irmã e assim, a pequena, Violet e Luke caminharam até o estabelecimento.

Violet e Emma se acomodaram em uma mesa mais afastada, longe dos olhares dos demais clientes, enquanto Luke estava à beira do balcão de atendimento, pedindo seus sorvetes. Quando retornou à mesa, carregando em sua mão o último pedido, o de Violet, ele se sentou ao lado da amada. Emma estava sentada em frente ao casal com seu olhar fixo e sugestivo revezando entre a irmã e seu professor.

— O que vocês estavam fazendo juntos ontem? — questionou finalmente, referindo-se à manhã do dia anterior, quando flagrou Luke escondido sob a cama de Violet.

— Estávamos aproveitando a companhia um do outro — respondeu Violet, vagamente. Sua atenção voltada ao sorvete, evitando os olhos questionadores de Emma.

— Jogando? — Emma rebateu, em sugestão.

— Sim, Emma. Nós jogamos a noite toda — Luke lhe respondeu, com um sorriso de canto.

— Uno? — a pequena quis saber mais.

— Claro. Sua irmã é ótima jogando Uno — Luke respondeu mais uma vez, mas seus olhos estavam sobre Violet, observando as bochechas dela ganharem um tom rosado. Emma apresentava um semblante desapontado. — Eu prometo que um dia passaremos a noite juntos e podemos brincar com aquela sua Barbie ou até mesmo tocar. O que acha?

O rosto da pequena se iluminou em alegria. O casal e Emma conversaram sobre trivialidades até que Violet fora deixada de lado, pois sua irmã mais nova e seu possível namorado engataram uma conversa sobre notas musicais, riffs, cordas, palhetas, capotraste e tudo que envolvia música e suas aulas. Violet sorria boba ao assistir Emma e Luke apreciarem a companhia um do outro e desejou mais uma vez que o relacionamento dos dois não tivesse de ser secreto e proibido de certa forma.

Enquanto caminhavam em direção à escola de música, John Hemmings transitava perto do local. Ele pôde ter um vislumbre rápido de seu filho, Violet e Emma. Luke estava com a mão sobre a parte inferior das costas de Violet e eles riam de algo que Emma dissera. A cena, por mais breve que tivesse sido aos seus olhos, fez seu sangue ferver e o homem teve que lutar bravamente para não segui-los e tirar satisfações.

[...]

Ao chegar em casa naquele fim de tarde, apenas uma ideia rondava os pensamentos de Luke. Confrontaria seus pais sobre seu relacionamento com Violet, pois estava farto de se esconder sob as sombras da rivalidade entre suas famílias. Uma rivalidade que para o casal de nada significava. O fio entre eles estava cada vez mais fino, porém, o desejo do casal era a extinção por completo do mesmo.

O músico aguardou inquietamente, sentado sobre o grande sofá bege da sala de estar. Assim que o som da porta chegou em seus ouvidos, ele se levantou em um pulo, os dedos se contorcendo em suas mãos.

— Pai, podemos conversar? — A hesitação em sua voz o fez praguejar mentalmente.

— Não só podemos como devemos — John respondeu, em um tom assustadoramente firme. — Eu avistei você com a primogênita dos Jones mais cedo. Suponho que você não estava a dizendo o quanto os desprezamos, certo? — Sua sobrancelha arqueada foi o sinal que Luke precisava para saber que nada seria resolvido ali.

— Não, não estava. Eu gosto dela — a hesitação em sua voz foi dando lugar à fúria. A risada sombria de John não o assustou.

— Você sabe que um relacionamento é inviável, impossível — ele se aproximou de seu filho mais novo, tentando intimidá-lo.

— Essa rivalidade inútil é entre vocês, Bruce e Charlotte. Não condiz entre nós dois — a impulsividade percorria o corpo de Luke e as consequências de suas falas era algo que não passava pela sua mente naquele instante.

— Cuidado com o que diz! Eu ainda sou seu pai. Você ainda mora sob meu teto. Eu devo ter o seu respeito — John esbravejou para cima de Luke.

— E eu não devo ter o seu? — ele indagou, olhando profundamente nos olhos de seu pai.

— Você jamais terá o meu respeito se continuar com essas atitudes. Essa conversa acaba aqui! — Os passos duros de John soaram escada acima, mas Luke permaneceu no mesmo lugar, em um transe, por longos minutos.

what a feeling | lrhOnde histórias criam vida. Descubra agora