Capitulo 7

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Doi-me tudo. Meu Deus fui atropelada e não me avisaram.

Pelo menos parece que dormi pois mesmo toda partida estou bem quentinha e confortável numa cama e bem, à tempos estou a dever tempo de namoro com a minha linda e maravilhosa almofada então à que aproveitar. Não que não queira descansar mas simplesmente não dá. Bem, ela conserteza que compreende mas pelos vistos acho que compensei o que devia. Acho que vou aproveitar mais um pouco antes de voltar para o mundo real.
Era o que devia ter feito no entanto o cheiro a hospital despertou-me da minha preguiça de encarar a verdade. Se bem me lembro já devia estar mortinha da silva por todos os ferimentos que obtive da invasão ao laboratório contudo parece que até a morte não me quer. Pois minha gente vale a pena repetir, nem a morte me quer. Oh que triste vida.

Tento abrir os olhos mas estes estão mais pesados que o normal e a preguiça não ajuda em nada.

Finalmente consigo fazer um esforço extraordinário e a minha visão esta a funcionar. Estou numa cama de hospital isso é um facto. Porém, não me encontro num hospital normal. Primeiramente este esta demasiado silencioso o que já é de estranhar para além do facto de que bem ao meu lado esta o paraíso e pesadelo das minhas noites depois de o ter visto pela primeira vez.

As minhas noites já não eram lá grande coisa mas depois de por os olhos em cima do ser que se encontra ao meu lado, elas viraram em estado decadente. Simplesmente infiltrou-se na minha mente sem pedir permissão e destruiu o meu estado calmo. Pelo lado positivo, considero-o um clorídrico para os olhos, um belo pedaço de mau caminho.

Parece que anoiteceu então já estou aqui a algum tempo e pelo estado dos meus ferimentos posso considerar que estou aqui a dias se não for semanas.

Lentamente levo novamente a minha cabeça para o lado com cuidado para não dar alarme de que já me encontro acordada e observo bem o terror da minha sanidade mental. Ele esta sereno a dormir que nem um bebé. Olheiras são vistas perfeitamente em volta dos seus olhos, parece tão cansado. Dá vontade de chegar a beira dele e envolver nos braços até ficar recuperado.

Passos são ouvidos do corredor. Rapidamente volto a posição inicial e finjo estar a dormir. Três pessoas entram dentro do quarto e uma delas aproxima-se de mim. Obrigo-me a manter o batimento cardíaco normal para eles não perceberem que já acordei.

-Será que vai demorar muito para ela acordar?

-Os ferimentos já estão todos curados ela está a evoluir será uma questão de tempo até ela despertar.

-Nós precisamos das informações que ela tem assim podemos cuidar dos nossos mais rápido.

-Calma Justice primeiro ela tem que recuperar.

-Eu sei. Quero e vou ter atenção a isso mas essa informação é valiosa demais.

-Nós vamos ter respostas só temos de esperar.

Então estou na presença do líder dos Nova Espécie nunca pensei chegar a esse patamar. Sinceramente nunca pensei sair viva das minhas missões e vê só onde estou. Mas eu não posso revelar nenhuma informação, pelo menos não agora. Sei que existe alguns traidores por aqui, não sei quantos são e muito menos quem são mas é demasiado arriscado dizer alguma coisa.

Quando descobrimos que eles existiam encontramos a rede de comunicação que utilizavam e a partir daí modificamos toda a informação e mais alguma para que não tenham mais material para trabalhar e trocamos por informações falsas. Por isso é muito importante ficar em anônimo esta descoberta, tudo pode ficar a perder.

Já vi que vou ter que dar a fuga daqui. Mentir nem vira opção eles sentem o cheiro dela à distância e falar a verdade também não. Oh vida complicada.

Quero ver é como vou sair daqui se me mexer já é uma tortura.

-Ei Deper acorda.

Deper, então esse é o nome que ele escolheu. Gostei condiz com ele. Finalmente vou dar um nome a cara do sujeito dos meus sonhos.

- Que foi?

-Tens que comer alguma coisa Deper se não o fizeres ficarás fraco e nem conseguirás cuidar dela porque nem irás manter-te de pé.

-Eu só queria estar aqui para quando ela acordar. Eu preciso ficar ao lado dela.

Ó meu querido e tu estavas mas já sinto uma grande angustia ter que partir sem puder olhar-te nos olhos e deixar-te desolado depois de todo o sacrifício que estás a fazer.

-Ela provavelmente vai estar aqui a dormir quando chegares. Tu sabes disso e além disso não existe previsão certa para quando vai acordar, só certifica-te de que estarás bem para cuidares dela.

-Ok eu vou só comer e tomar um banho para voltar novamente.

-Fazes bem, vem vamos fazer-te companhia.

O quarto fica silencioso novamente, estou sozinha. Ai que dor no coração por ter que fazer o que vem a seguir. Levanto os lenções e saiu da cama. Tem uns chinelos lá então calço. Até nisso ele pensou que coisa mais fofa. Olho em volta e vejo um bloco de notas e caneta então decido escrever alguma coisa para deixar-lhe. Tenho que ser rápida tenho pouco tempo.

Deper.

Peço imensas desculpas por te estar a deixar assim. Pelo que percebi tu estiveste a cuidar de mim este tempo todo. Quero que saibas que estou imensamente agradecida por tudo o que fizeste mas o que eu descobri é demasiadamente importante e perigoso para ficar parada à espera. Não posso contar-vos nada pois nem todas as coisas são o que parecem.

Por favor diz ao Justice que obterá respostas quando for o momento propicio mas agora seria muito arriscado.

Não deixes que mais ninguém leia esta carta só tu e Justice deverão saber da sua existência.

Tu estavas cá quando acordei. Não te culpes pois estavas cá quando abri os olhos, mas estavas tão cansado que adormeceste.

Até um próximo encontro,

Rosa.

Agora a parte mais difícil vem aí, sair desta fortaleza sem ser vista. Em que complicações eu me meto.

Deper - Nova EspécieOnde histórias criam vida. Descubra agora