De frente para o prédio paro para respirar um pouco. Estou no mínimo sobrecarregado com tudo desde o momento que soube que iriamos para a guerra, que no momento o pior é saber que a minha companheira vai colocar-se em risco. Não é duvidar que não é capaz mas sim saber que a qualquer momento pode dar errado e não a poder ter mais nos meus braços. Mas o que me sobrecarrega mais é o passado sombrio dela nunca na vida iria pensar que sofreu tanto quanto eu ou ainda mais, isso me leva a um nível de ódio extremo, como é que puderam fazer isso?
Agora de frente para o edifício sei que não irei ter mais tempo para dar sequer um suspiro, não haverá tempo para aproveitar até tudo terminar. Quando entrarmos pela porta a dentro não haverá volta será tudo ou nada.
Vendo o meu receio para entrar coloca a sua pequena mão em cima do meu braço e dá um delicado aperto de conforto, chega perto do meu ouvido e sussurra bem baixinho.
- Não posso prometer que todo ficará bem e que sairá como planeado. A única certeza que posso te dar é que farei de tudo para que voltemos para casa.
Aperto o seu corpo macio ao meu e cheiro os seus cabelos grandes de modo a acalmar a tempestade interior.
-Isso não me chega. Eu só queria ter a certeza de que ficarias bem sem sequer um único arranhão. No entanto sei que te deixar amarrada a cama não iria dar resultado pois de uma forma ou de outra conseguirias ir para a guerra. Agora só posso estar lá para te proteger as costa e garantir que nada te aconteça.
Olhando-me nos olhos com um carinho especial direcionado a mim levanta-se nos bicos dos pés dando-me um beijo singelo.
-Não terias nem coragem de me tentar impedir de lutar a minha própria guerra. Se sequer tentasses quando te visse a minha frente podias-te considerar um homem castrado. Mas ainda bem que sabes que não o podes fazer. Além do mais nós vamos sempre proteger as costas um do outro. Não penses nem por um segundo que também não tenho receio do que possa vir a acontecer contigo. Durante muito tempo não me preocupava com nada contudo tu apareceste e essa preocupação veio com tudo, o receio de nunca mais te ter, mas temos que ter fé Deper, fé um no outro para isto dar certo.
Dou-lhe um beijo carregado de significados, de todos os receios que tenho mas a esperança de um futuro melhor. Separo os nossos lábios dando-lhe mais um beijo na testa e com a mão na sua cintura levo-nos para dentro do edifício.
Seguimos diretos ao escritório, com certeza Justice estará lá a nossa espera. Batemos à porta e ouvimos o nosso convite a entrar. Justice encontrava-se com olheiras profundas e uma cara de preocupação. Sentamo-nos na sua frente para decidir o que vem a seguir.
- Crianças, bebês de meses nem sequer um ano tinham quando começaram, bebês com 4 a 6 meses.
Incredulidade e raiva sobressaia-se na sua voz. Disso eu também não sabia mas eles foram longe demais, normalmente começavam com os testes em crianças de pelo menos 6 anos e já era demasiado para se suportar agora com unicamente meses? A taxa de mortalidade desses testes deve ser enorme. Rosa olha para mim como se soubesse exatamente o que estou a pensar dá-me um aperto na mão em que esta a segurar antes de se virar para o nosso líder.
-Primeiro temos que acabar com o laboratório. Não tenho maneira nenhuma de saber quem é que esta por traz disto tudo. No final vamos encurrala-lo.
-Tens razão mesmo que soubéssemos quem era que estava por traz de tudo quando o fossemos confrontar estaríamos a colocar a vida destas crianças em risco.
Responde-nos Justice quase que resignado e encurralado por não poder meter as mãos já nele. Como eu o compreendo, como eu quero meter as minhas mãos nele.
-Das duas uma ou apanhamos os dois ao mesmo tempo ou só podemos fazer uma única coisa, mas as crianças estão em prioridade.
- Tens razão por isso vamos ficar com o laboratório primeiro, sabemos que este é o central por isso também o ultimo ligado a tudo isto então a nossa atenção irá toda para ele. Entretanto eu tentarei encontrar mais sobre esse politico. Tem que ser de alto escalão e com relação aos nova espécies para ter todo material e descrição por isso só pode ser um homem só existe homens nessa área. Terei que investigar todos, vai ser um longo trabalho pela frente. Outra coisa a minha equipa deve estar quase a chegar deixa a entrar por favor e manda-a direta para aqui. Quando chegarem traçaremos o plano para o resgate para ainda hoje.
-Assim o farei. Vou mandar a minha equipa se preparar estaremos prontos quando eles chegarem.
Com tudo decidido saímos para nos prepararmos para a guerra o plano será traçado e daí seguiremos com tudo.
Rosa pega no telemóvel e afasta-se um pouco para uma área mais isolada, sigo atras dela e vejo-a a fazer uma chamada o que me surpreende é que coloca no altifalante para que também ouça.
-Ainda tenho pouca coisa estou atras do tal politico com nome de morta mas ainda não tenho nada concreto.
- Estou Vitor sim estou bem também não te preocupes nas próximas semanas dormes no sofá longe da tua Girassol, não há problema nenhum.
-Caralho nem me digas nada isso esta-me a comer o caco nunca tratei bem ninguém a não ser as mulheres da família e agora esta bela manipuladora está a obrigar-me a isso, vê se pode.
-Oh Vitor vais ver que consegues da próxima ate tens uns chocolates para mim quando te ligar.
- Ah vai te foder Rosa.
-Quando tiveres alguma coisa diz me estou a precisar disso.
-Estou a trabalhar nisso é complicado mas quando tiver alguma coisa concreta digo.
Desliga a chamada e dá um longo suspiro, todo o trabalho está ser feito por ela nem imagino o cansaço que sente. Deslizo as mãos pela cintura e puxo-a em direção ao meu corpo, bem coladinha a mim.
-Quando isto tudo acabar não sairás da minha cama até renovares as forças todas. O que é provavelmente quase impossível, pois vou fazer questão de as gastar todas.
-E eu vou adorar isso.
Quando olhamos em frente vemos um carro a parar e uma equipa de humanos a sair pelas portas. Parece que o descanso acabou. O plano vai se traçar e a guerra começar.
A raiva toda guardada dentro de mim durante todos estes anos vai ser descarregada e bem beneficiada.
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Deper - Nova Espécie
RomanceAlguém o tinha salvado e Deper não sabia quem era. A única coisa que sabia era que a dona de um cheiro fabuloso o tinha libertado do seu cativeiro. Numa espera sem fim ele quer reencontra-la e fazer dela sua. Mas por enquanto só lhe resta sonhar com...