A Guerra Divina | The Divine War

A loucura do pesar

POV HOPE

Então era isso, eu estava de volta àquele lugar insuportável, me juntando àquelas pessoas nada confiáveis, tentando planejar algo eficaz para deter a horda de deuses que viria até mim graças à Aurora. Isso, Aurora traiu a Lizzie, como sabia que faria, e acordou os deuses. Lizzie voltou quando soube que o pai estava de volta e, para minha desagradável surpresa, Landon também voltou. Controlar minha falta de humanidade vem se mostrado um desafio desde então, mas nada que uma ou duas mortes indiscriminadas não resolva. Aparentemente, recuperar minha humanidade é um problema secundário, agora que temos inimigos de verdade.

O fato é que, juntando minhas informações com as da Lizzie, conseguimos traçar um mapa informativo sobre nossos inimigos. Jen, a deusa da maquinaria divina, agora estava ao nosso lado, um reforço bem útil, tenho que reconhecer. Sendo assim, só restava esperar que os outros viessem até nós. Aurora os acordou e informou da profanação extrema que é a minha existência à essência da magia, era uma questão de tempo até um deles vir até mim conferir e tentar me matar. Independente de qualquer coisa, eu estaria pronta.

A escola seguia seu curso normal, evacuações repentinas ainda ocorriam quando um ou outro monstro surgia graças ao Ben, que já não contava mais com a magia da Cleo para escondê-lo. Alaric não conseguia me olhar nos olhos sem externar sua decepção e raiva por eu ter matado a Lizzie e transformando-a em herege, ainda que essa última parte tenha sido um golpe de sorte dela, o que o deixava ainda mais furioso. Eu evitava o Landon a todo custo, a mera presença dele me fazia sentir coisas que não eram nem um pouco bem-vindas naquele momento, eu precisava ser implacável, e qualquer vestígio de humanidade era uma fraqueza.

Acho que nem o mais criativo pessimista poderia imaginar quão caótico seria um embate com um deus como foi o nosso. Tudo começou com uma visita inesperada da estúpida irmã do Ethan, Maya. Ela veio com o tio checar se o irmão estava bem, já que ele não mandava notícias desde que voltou para a escola. Aquele cenário estudantil me entediou tanto que saí para caçar, ou só para me divertir, ainda não havia decidido. O território estava escasso, estava quase decidindo ir até à cidade quando senti o cheiro de alguém, mas sem ouvir seus paços. Retornei à forma humana e segui meus instintos até o velho moinho, onde me deparei com o tio da Maya, aparentemente perdido.

H – Perdido ?

D – Não exatamente. – Ele disse sem se virar, encarando a velha construção.

Estranhei sua calma, mas não demorei muito tempo para decidir que a Maya teria que voltar para casa sozinha. Seu tio seria minha presa do dia, talvez isso garantisse meu sossego de algum discurso idiota pró humanidade que alguém fosse usar por um bom tempo.

H – Sabe, não é um bom dia para estar sozinho por aqui.

D – Há algo errado ? – ele disse se virando.

H – Pelo que tenho ouvido nos últimos tempos, há sim: Eu. – disse avançando contra ele.

POV LANDON

Acho que nem a versão mais realista de mim esperava fracassar tanto em trazer a Hope de volta. Eu não gostava nada dessa ideia de adiar a recuperação da sua humanidade, simplesmente não parecia certo não lutar por ela, mesmo com a guerra divina que estávamos nos preparando para travar. Infelizmente, eu parecia ser voto vencido quanto a isso. Dr. Saltzman não conseguia aceitar muito bem ter perdido uma filha para o vampirismo e outra para o mundo. O super squad estava mais preocupado com o problema de magia da Cleo e com os poderes do Ethan e do Kaleb, que estavam instáveis na presença do Ben – que se isolou com o Jed em algum lugar nos arredores da escola. Eu, bom, só me restou passar mais tempo com a Jen, nossa mais nova engenheira divina, aprendendo sobre os deuses e pensando em planos para nos defender e salvar a Hope, não que a própria Hope se importasse com isso.