- Capítulo revisado. Aproveitem!
Harry já sabia quem era o tal Príncipe Mestiço. Embora a quantidade de deveres de casa que tinham recebido o impedisse de ler todo o exemplar de Estudos avançados no preparo de poções, ele o folheara o suficiente para ver que não havia praticamente página alguma em que o Príncipe não tivesse feito anotações, que nem sempre se referiam ao preparo de poções. Aqui e ali havia instruções para feitiços que pareciam inventados por ele mesmo.
"Ou ela mesma" rebateu Hermione irritada, escutando Harry mostrar alguns para Rony na sala comunal, sábado à noite. "Pode ter sido uma garota, acho que a letra parece mais feminina do que masculina."
"Chamava-se o Príncipe Mestiço" disse Harry. "Quantas meninas são príncipes?"
Hermione não soube responder. Apenas amarrou a cara e puxou o trabalho que estava fazendo sobre "Os princípios da rematerialização", para longe de Rony, que tentava lê-lo de cabeça para baixo.
Harry consultou seu relógio e guardou depressa na mochila o velho exemplar de Estudos avançados no preparo de poções.
"São cinco para as oito, é melhor eu ir andando ou vou chegar atrasado no Dumbledore."
"Ooooh!" exclamou Hermione, erguendo imediatamente a cabeça. "Boa sorte! Vamos esperar acordados, queremos saber o que ele vai lhe ensinar!"
"Espero que tudo corra bem" disse Rony, e os dois ficaram observando Harry passar pelo buraco do retrato.
A exaustão mental foi intensa, memorias sobre a família Gaunt com Dumbledore e um futuro sem Sirius. O último pesadelo era Malfoy tentando matar Dumbledore na torre de Astronomia.
Tal como Hermione previra, os períodos livres do sexto ano não eram as horas de abençoada descontração imaginadas por Rony, mas aquelas em que se tentava dar conta da vasta quantidade de deveres que eram passados. Não somente eles estavam estudando como se tivessem exames diariamente, mas as aulas em si estavam exigindo mais do que nunca. Harry mal entendia metade do que a professora McGonagall dizia ultimamente; até Hermione precisava lhe pedir para repetir as instruções uma ou duas vezes. Por incrível que pudesse parecer, e para a raiva crescente de Hermione, de repente Poções se tornara a matéria em que Harry se saía melhor, graças ao Príncipe Mestiço.
Agora esperavam que os alunos realizassem feitiços não verbais, não apenas em Defesa Contra as Artes das Trevas, mas em Feitiços e Transfiguração também. Era frequente Harry olhar para os colegas na sala comunal, ou à hora das refeições, e constatar que o esforço os deixava púrpura, como se tivessem exagerado em O aperto-você-sabe-onde, embora ele soubesse que, na realidade, estavam tentando realizar feitiços sem pronunciar os encantamentos em voz alta. Era um alívio ir para as estufas; em Herbologia estavam lidando com plantas mais perigosas que nunca, mas pelo menos tinham permissão de xingar em voz alta se um dos Tentáculos Venenosos os agarrasse inesperadamente pelas costas.
Um dos resultados da enorme carga de trabalho e das horas frenéticas em que praticavam feitiços não verbais foi que Harry, Rony e Hermione não tinham arranjado tempo para visitar Hagrid até aquele momento. Ele parara de fazer refeições à mesa dos professores, um mau sinal, e, nas poucas ocasiões em que tinham se encontrado nos corredores ou nos jardins, misteriosamente ele não os vira nem ouvira seus cumprimentos.
"Precisamos ir nos explicar" disse Hermione, olhando para a enorme cadeira vazia de Hagrid, à mesa dos professores, ao café da manhã do sábado seguinte.
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Afalaur - A cidade dos Imortais
FanfictionSérie Afalaur 1°livro: concluído (em hiatus) 2°Livro: em andamento (ainda não postado) Harry não soube porque ou como tinha certeza de que estava vendo a se mesmo em outra dimensão através de seus sonhos. Seu futuro era tão triste e irritante, que...