Nightmares

766 63 3
                                    

Pv Autora

O homem de cabelos grisalhos soltou as correntes dos pulsos da garota e sorriu divertido

-Você tem cinco minutos para correr_ sorriu para a garota totalmente ensanguentada quase inconsciente sobre o velho colchão sujo _ um.. Tic-tac, o tempo não para gracinha,melhor correr

A jovem garota uniu suas únicas forças e ergueu seu pequeno corpo desnudo,cortado,sangrento e repleto de hematomas, não esperou nem mesmo para tomar fôlego, apenas correu em direção a porta que estava aberta a sua frente, a cada passo seu, sua perna baleada derramava sangue e mais sangue. Passado quatro minutos correndo a garota alcançou a saída do bunker, chegado aos cinco os homens passaram a percorrer floresta adentro em uma caçada pela garota, todos com armamentos e ordem para atirar se preciso para imobilizá-la.

-Garcinha, onde você está? _ gritavam pela floresta enquanto soltavam inúmeras gargalhadas, para eles estava sendo mais uma de suas noites divertidas, mas para a garota estava sendo como ir ao inferno e encarar o demônio face a face, não estava preparada para o pior, pois o pior já estava acontecendo e a morte seria apenas uma recompensa, um espécie de descanso após tanto sofrimento. Ao ouvir passos perto de si a garota se assustou ainda mais, estava apavorada, seu coração rasgaria seu peito a qualquer momento, seu corpo doida, queimava, ardia, mas isso não importava, não mais, pois seus olhos pesavam, sua cabeça rodava e seu cérebro parecia pulsar dentro de seu crânio. Seu estômago embrulhava e sentia que desmaiaria a qualquer momento.

-Achei você _ foi surpreendida por um dos homens que apareceu em sua frente e logo em seguida a acertou um golpe em sua nuca desferindo por um Rifle, a garota caiu desacordada no chão _ ACHEI!

Horas depois a garota acordou no mesmo colchão velho e sujo, porém desta vez não haviam vários homens mascarados no local, havia apenas um, e não estava com a face coberta _ Boa garota,sabia que não iria muito longe.

PV Cheryl Blossom

Minutos antes

Adentrei meu carro pronta para ir para casa, porém assim que liguei o veículo percebi que o tanque estava zerado

-Porra_ dei um forte tapa no volante e respirei profundamente, olhei no relógio e vi que já eram quase oito da noite, sai do carro batendo a porta fortemente e voltei para a mansão Lodge.

-Cheryl que bom que ainda está aqui, preciso falar com você

-Senhor Lodge

-O dia com Toni hoje foi horrível, ela não confia em absolutamente ninguém além de você para cuidar dela, não sei o que raios está fazendo mas está dando certo, então preciso que fique aqui por um tempo, bom pelo menos até ela se acostumar conosco novamente

-Senhor Lodge eu não posso, tenho que voltar a ativa, não sou babá _ respondi impaciente

-Eu dou as ordens por aqui, então se ainda quer continuar trabalhando para mim sugiro que faça o que a mandei fazer, já mandei Ruby preparar o quarto de hóspedes ao lado do quarto de Toni para você, agora vá_ respondeu rígido e se retirou, soltei o ar de minhas narinas totalmente incrédula

Horas depois já havia me acomodado no quarto de hóspedes a qual Hiram havia mandado liberar para mim, coloquei uma série qualquer para me distrair até que o sono me tocasse.

23:59

Acordei com um choro que aparenta vir do quarto ao lado do meu, mesmo com as paredes abafando o barulho ainda consegui ouvir o choro agonizante que após alguns minutos deduzi que vinhesse de Toni.

-Eu mereço_ suspirei alto e tentei abafar o barulho colocando o travesseiro em meu rosto, após algumas tentativas sem sucesso resolvi ir falar com a garota, levantei-me a contragosto e me encaminhei em direção a porta ao lado, adentrei o quarto e deparei-me com Toni encolhida embaixo da própria cama enquanto chorava e abraçava as próprias pernas, ok talvez ela realmente esteja ficando louca. Me aproximei da cama e me agachei em frente a mesma

-Hey, o que faz aí em baixo? _ perguntei ainda confusa pelo sono

-Dor…_ respondeu baixinho

-Onde? _ questionei e a vi apontar para o próprio peito _ seu peito tá doendo? _ ela negou _ então o que dói? _ novamente a vi apontar para o próprio peito _ não estou entendendo, pode me dizer com palavras?

-Isso que faz tum-tum _sussurrou baixinho

-Seu coração?_ela confirmou_ teve pesadelo? _concordou novamente_ tudo bem, mas você precisa voltar a dormir, vem sai daí

-Toni não querer ficar só_ novamente lágrimas desceram por seus olhos, suspirei impaciente, desde quando virei mãe e não estou sabendo?

-Está tudo bem, foi só um pesadelo, vem_ estendi minha mão para que ela saísse de debaixo da cama

-noum.., Homem mal _voltou a soluçar

-Toni, não tem ninguém aqui e você precisa dormir, venha logo_ ordenei ríspida e a vi me obedecer totalmente encolhida e recuou quando fiz, menção de tocá-la_ tudo bem, agora deite-se _ ela obedeceu hesitante e cobri com os cobertores novamente _ durma _ desliguei as luzes de seu quarto e retornei ao meu quarto.

01:00

Novamente acordei com um barulho de choro, porém desta vez estava mais alto e agonizante, abri meus olhos e me deparei com Toni na porta do meu quarto agarrada a uma pelúcia, com uma chupeta torta na boca e com os olhos banhados em lágrimas enquanto soluçava e gemia de forma que dava até um pouco de pena.

-Toni, o que faz aqui?_ perguntei bocejando

-Homem mau cheliu, machucou, farinha.. gosto ruim.._ falava coisas desconexas enquanto chorava, passei minha mão por meus cabelos e suspirei

-vem _ chamei e imediatamente ela fechou a porta e veio até mim mesmo mancando com sua perna engessada e com sua pelúcia no braço que não estava quebrando, puxei os cobertores para que ela pudesse deitar ao meu lado, olhei em seus olhos e não tive tempo de raciocinar antes que ela me abraçasse de forma desajeitada porém firme, como se procurasse por abrigo, suspirei e a envolvi em meus braços.

Olhei para a garota em meus braços e mais uma vez suspirei pesadamente, sequei algumas de suas lágrimas e a ninei lentamente, por mais que eu queira é impossível não sentir pena do estado deplorável em que ela se encontra, imagino que sua recuperação mental será longa e difícil, isso se ela melhorar.

-O que você quis dizer com farinha? _ perguntei realmente intrigada

-os homens malvados obrigaram Toni a engolir remédio luim _ respondeu em um sussurro contra meu pescoço onde ela havia escondido a face

-Remédio ruim?_ questionei sem entender

-xim.., um pozinho_ disse inocentemente

-esse pozinho, era parecido com farinha de trigo? _ela apenas afirmou com a cabeça, abri minha boca incrédula, eles a obrigaram a ingerir drogas, acariciei seus cabelos com longas mechas rosas_ eu sinto muito…, Toni nada respondeu, apenas permaneceu com o rosto enterrado em meu pescoço enquanto me abraçava pelo resto da noite.

Ela pagou e está pagando por erros a quais nem foram ela que veio a cometer, e mesmo vendo a filha sofrer de tal forma, Hiram pouco se importa.

Revenge Onde histórias criam vida. Descubra agora