A Alie já tinha saído pra faculdade, e eu ainda estava com febre mas não sentia sintomas de estar com febre. Estava começando a ficar preocupada e não fazia ideia do que fazer, eu não podia ir pro hospital era arriscado demais pro Jisung, e agora não tinha como pedir ajuda pro professor. Nunca imaginei que teria um professor que traficaria seres vivos, muito menos que teria um simbionte. Só tinha uma pessoa na minha mente, e eu não sabia como dizer isso pra ele... Ainda era muito arriscado, mas eu precisava entender o que estava acontecendo com o meu corpo. Era a única chance de dar certo, mas era mais uma das milhares chances de dar tudo errado.
—O que acontece com você se eu morrer?
(Jisung): Lembra que eu te disse que sei tanto quanto você?
—Então não podemos arriscar...
(Jisung): Não faz isso...
—Eu não sei se nossos organismos vão se acostumar um com o outro, precisamos de ajuda... E se não se acostumarem? Eu lembro do Hyunjin dizendo sobre ter estudado sobre vocês em um curso adicional. Talvez ele entenda e possa ajudar.
(Jisung): Ele faz o mesmo estágio que você, se ele disser algo mesmo que sem querer, o seu professor vai saber que estou aqui.
—E por que ele diria algo?
(Jisung): Só estou supondo, temos que analisar as possiblidades.
—E o que vamos fazer se algo acontecer? Se nossos organismos...
(Jisung): Você confia nele?
—Eu não sei...
(Jisung): Você confia nele?
—Se sabe meus pensamentos por que me pergunta?
(Jisung): Diz.
—Confio. —Suspiro.
(Jisung): Chama ele.
Eu respirei fundo e me levantei da cama pegando o celular em cima da escrivaninha.
~Mensagem ON~
(S/A): Hyun, preciso de ajuda. (11:23)
(Jinnie): Onde você está? (11:25)
(S/A): Em casa. (11:25)
(Jinnie): Me manda o endereço. (11:25)
(S/A): >Localização< (11:27)
~Mensagem OFF~
Medi a minha temperatura mais uma vez e ela estava aumentando mais a cada vez que eu media, ainda me sentia cansada mas passei a manhã inteira tentando dormir e não conseguia sentir sono. Se eu não estava doente eu não sabia o que era isso. Algum tempo depois eu ouvi batidas na porta e me levantei da cama descendo as escadas e indo até a porta e abrindo a mesma.
(Hyunjin): O que está sentindo?
—Promete que não vai achar que eu sou louca? —Pergunto dando espaço pra que ele entrasse em casa.
(Hyunjin): Ok... Prometo. —Ele me olhou assustado e se sentou na poltrona da sala.
—Eu estou com um simbionte.
(Hyunjin): O que? Onde conseguiu isso?
—Você não pode contar isso pra ninguém. Por favor.
(Hyunjin): Tudo bem, não precisa me dizer... O que está sentindo?
—Estou com febre mas não sinto a febre em si... Me sinto muito cansada mas não consigo sentir sono. E ele não quer ir embora.
(Hyunjin): Falou com ele?!
—Está mais pra, "ele falou comigo".
(Jisung): Agora vai jogar tudo pra cima de mim?
—Mas a culpa disso é sua... Eu não pedi pra que entrasse em mim, nem mesmo deixei que entrasse.
(Hyunjin): Está falando com ele?
—Sim.
(Hyunjin): Ok, tem quanto tempo que estão em simbiose?
—Desde ontem.
(Hyunjin): Tudo bem, é normal o que está sentindo é porque seu organismo ainda está processando a informação, é como quando você está em um supermercado e a atendente precisa passar as suas compras e passar o leitor do código de barras em tudo.
—E se o meu organismo não for compatível com o dele?
(Hyunjin): Ele tem que ser compatível.
—Hyun?
(Hyunjin): Se não for compatível... Você morre.
—E o que acontece com ele?
(Hyunjin): Não tínhamos muitas informações sobre essa parte, meu professor só nos explicou o básico sobre.
(Jisung): Mas que porra de curso foi esse?!
—Digo o mesmo. E quanto tempo leva pro meu organismo ler o dele?
(Hyunjin): Algumas horas, ou dias... Depende.
—Então pode ser que eu tenha algumas horas ou dias de vida...
(Hyunjin): Mas considerando que já estão nessa desde ontem, não acho que seu organismo não seja compatível. Se não fosse, acho que já estaria morta, nas aulas disseram que as cobaias usadas ilegalmente morriam nas primeiras horas se não tinham um organismo forte o suficiente pra suportar o simbionte.
(Jisung): Meus parabéns... Você é forte.
—Não tô achando graça nisso.
(Hyunjin): Pelo visto se deram super bem. —Diz cruzando os braços.
—Claro... —Reviro os olhos.
(Hyunjin): Posso examinar vocês?
—Quantos cursos você tem garoto? —Ri fraco.
(Hyunjin): Alguns básicos e que eu achei que seriam essenciais.
—Aham... Tudo bem, você pode.
(Hyunjin): Onde está o termômetro?
—Eu vou buscar, deixei no meu quarto.
(Hyunjin): Ok.
Eu subi as escadas indo pro meu quarto, peguei o termômetro em cima da escrivaninha e desci.
(Hyunjin): Quanto estava na última vez que mediu?
—Quarenta.
(Hyunjin): É muito alto... Como não está sentindo?
—Eu não sei.
(Hyunjin): Ok, vamos medir de novo, com sorte ela vai ter abaixado pelo menos um pouco.
—Tudo bem.
Assim que o termômetro apitou vimos que permaneceu em quarenta.
—O que vamos fazer? Eu não posso ir pro hospital.
(Hyunjin): Calma, vamos tentar abaixar a sua temperatura e se não conseguirmos eu sei de uns remedios que podem ajudar com isso. Tenta tomar um banho gelado.
—Ok...
(Hyunjin): Eu vou pesquisar um pouco mais enquanto isso.
Acenei positivamente antes de subir as escadas mais uma vez indo pro meu quarto e fechando a porta.
—Você não pode sair nem por alguns minutos? Eu juro que não vou demorar.
(Jisung): Humanos...
Senti que algo escorria pelos meus olhos, era muito mais denso do que água, eu não estava chorando... Então tudo escureceu.
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Inside
FanfictionDepois de um pequeno acidente no laboratório de biologia, sua vida é totalmente virada do avesso.