De: Délim Seleni, chefe da Comitiva Imperial
Para: o Imperador.Sol Nº 8, mês de Imorvan, C5 324.
As histórias a seguir são de autoria desconhecida. Os textos foram encontrados durante uma expedição de reconhecimento, feita pela Comitiva Imperial, ao norte do Novo Continente. O nosso explorador Nitanten Danarik as encontrou em um baú enterrado nas areias de uma das cavernas no litoral da região, sob o terceiro sol do mês de Tálator. Não pudemos ainda verificar a veracidade de muitos dos fatos expostos nestes textos, entretanto, a quantidade de detalhes – até mesmo íntimos daquelas pessoas – dos acontecimentos impressiona.
Apesar do desconhecimento quanto a autoria destas obras, existem algumas suspeitas que recaem sobre duas figuras importantes, de eras anteriores a nossa, por conta do quinto texto dessa obra. Uma dessas figuras é o líder político e religioso Guinon Guivilin, fundador da religião do Culto da Grande Engrenagem. Ele viveu durante aqueles que seriam os últimos anos do Ciclo 1. Sua morte, por sinal, foi um dos acontecimentos que levaram ao fim do primeiro ciclo. O Culto da Grande Engrenagem teve início quando o próprio Guinon Guivilin ingeriu uma pétala de lírio purificada. Em diários pessoais o mesmo afirmou: "A pétala purificada me mostrou a verdade me levando até o topo de tudo, no último e mais importante andar. Lá em cima, uma grande e imponente engrenagem girava, enquanto diversas outras menores acompanhavam o giro, como os planetas ao redor da nossa majestosa estrela. Quando meus olhos encontraram a Engrenagem eu tive a absoluta certeza de que aquela era a mais divina das coisas". Porém, suspeita-se que ele é o autor por conta de uma outra passagem de seu diário: "[...] As idéias... Elas falaram comigo. Em seu lar eu consegui entender tudo. Eu pude compreender que nunca fomos, nem jamais seremos, donos de nossas vidas. Tudo foi decidido por elas e para elas".
A outra suspeita recai nos ombros de Tondrur Braços-de-Ferro que, até a sua morte no terceiro ciclo, era o único descendente vivo do clã Braços-de-Ferro. O anão foi, também, o fundador dos Falkiri. Segundo os próprios Falkiri, Tondrur teve contato direto com os patronos e teria sido através deles que as armas de púrpura chegaram às mãos de Tondrur. De todos os cinco Falkiri, Tondrur foi o único que debruçou-se no estudo do oculto. Seus diversos textos, tão confusos quanto o quinto capítulo desta obra, indicam que ele também teve contato com o Plano Ideal. Em um trecho do texto 'Quando Elas Chegam' diz o seguinte: "[...] Elas... Elas chegaram. Mas isso não é surpresa. Elas SEMPRE chegam. Como fugir delas? Elas estão em toda TODA toda parte. TODA PARTE. Por que me atormentam tanto? Me arrependo todos os dias de ter visto a verdade". Tondrur em determinado momento de sua vida, após ser dado como morto, viveu isolado em sua cabana localizada no bosque próximo a cidade de Moréa. Os moradores dessa região não tinham ciência de que aquele idoso era o grande Tondrur Braços-de-Ferro. Diversos registros dessa época afirmavam que o Falkiri era alguém insano e completamente fora de si.
Por enquanto, conclusão alguma pode ser tirada de nenhuma destas teorias quanto a autoria dos textos e também como eles foram parar no Novo Continente. Ao fim da expedição, quando voltarmos para o continente de Eiröndil, uma investigação maior e detalhada deverá ser feita, caso assim seja da vontade do império.
Glória ao império! Glória à Eiröndil!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contos de Eiröndil
FantasiConheça Viorno e a sua busca pela canção perfeita; a breve jornada de Tanilia pelo deserto de Öter; a história de como Endrica se meteu no meio de um conflito entre os dois clãs dos orcs de Sultani, enfim... Tudo é possível em Eiröndil.