Eu não escrevi nada disso. Eu nem mesmo sei se tudo isso aconteceu de verdade. Elas vieram até mim e apenas usaram-me para pôr palavras e mais palavras no papel. Olho para a direita e para a esquerda e nada vejo, e o mesmo acontece se olho para baixo. Mas para cima... Para cima eu vejo todas elas. Correndo e deslizando de um lado para o outro; de uma mente para a outra... Às vezes eu gostaria de ter o controle pelo menos uma vez na vida. Maldita consciência que desenvolvi, não é? Consciência que me deixa vulnerável e suscetível à elas. Nossos primeiros anos no plano terreno talvez sejam os únicos de vida. O restante são todos delas. ELAS. POR QUÊ É TUDO DELAS E SOBRE ELAS? Ou deles e sobre eles? Por acaso possuem algum gênero? Elas me dizem que não. O próprio gênero, por acaso, é só mais uma delas, não é? Às vezes me pego longe do alcance delas, mas assim que percebo elas logo me alcançam. Foi meditando que descobri a verdade por trás... DELAS DELAS DELAS DELAS DELAS... Ou deles? Tantas delas e nenhuma para entrar na cabeça de quem fosse ser levado a sério.
Apenas hospedeiros desses parasitas. Vivemos a falsa ilusão das escolhas. A falsa ilusão das idéias. A falsa ilusão da criatividade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Contos de Eiröndil
FantasyConheça Viorno e a sua busca pela canção perfeita; a breve jornada de Tanilia pelo deserto de Öter; a história de como Endrica se meteu no meio de um conflito entre os dois clãs dos orcs de Sultani, enfim... Tudo é possível em Eiröndil.