Bato os pés no chão rapidamente pela ansiedade e olho em volta me sentindo extremamente perdido, lágrimas ameaçavam descer e eu só piscava tentando espantá-las.
Vejo Harry correndo até aqui com um skate nos braços, ele parecia desesperado e assim que me vê, corre até mim mais rápido e larga o skate no chão, me abraçando. Pronto, o choro saiu na mesma hora. Apertei meus braços ao seu redor e chorei com desespero, eu chorei pelo pânico que eu silenciosamente sentia com a possibilidade de vê-los de novo.
Harry somente acariciava meus cabelos e eu me sentia cada vez mais fraco, meu corpo praticamente caindo no dele enquanto meu choro não cessava.
— Vem aqui meu amor — ele sussurra me pegando no colo e eu abracei seu quadril com as minhas pernas.
Entramos em sua casa e logo entramos no seu quarto, eu só observava ele passar pelos cômodos em silêncio, as lágrimas não paravam de descer. Harry me deitou na cama e logo ficou ao meu lado, me abraçando com força. Aos poucos meu choro foi diminuindo e eu só puxava o ar tentando respirar, sua mão massageava meu peito, ajudando o ar a entrar e eu me acalmei um pouco, me sentindo mais seguro com seus braços ao meu redor.
— Quer me contar o que houve? — ele pergunta após alguns minutos e eu suspirei.
— E-eu quero, mas...pode me dar um momento? — pergunto com a voz fraca e Harry assentiu, deixando um beijo na minha testa.
Nós ficamos vários minutos, senão horas, em silêncio com ele apenas me fazendo companhia e me dando carinho, eu me sentia mais leve, mas ainda bem ansioso.
— Ok...minha mãe me ligou mais cedo, logo depois de você me ligar — digo e senti ele parar o carinho em meu braço por alguns instantes, logo voltando.
— Uhum, o que ela queria? — Harry pergunta e eu respiro fundo.
— Ela disse que o José e o Pedro sairão da prisão daqui um mês, mas uma pessoa tinha que ir fazer a visita, já que será liberdade condicional por bom comportamento, eles vão ficar em observação e Alícia, minha mãe, não tem a melhor das visões já que ela sempre está levando homens para a casa dela, ela queria que...eu ficasse com eles — explico sentindo minha garganta fechar e o corpo de Harry ficou tenso.
— E o seu outro irmão, o médico desgraçado? — ele pergunta e eu percebi o seu tom de voz sério.
— Aparentemente, ele também está indo para lá — murmuro e ouvi seu suspiro.
— Vamos resolver isso, se você tomar a decisão de ir, eu vou com você e deixamos o João com o Tristan se você não quiser levá-lo e ele puder cuidar dele — Harry diz e eu sorri fracamente apertando ele em um abraço, já que minha cabeça estava deitada no seu peito — Falando nele, ele está bem?
— Sim, Tristan disse que poderia dormir lá e ficar com ele hoje — explico e ele assentiu fazendo um cafuné em mim.
— Que bom, vamos dormir um pouco boo, amanhã resolvemos isso — ele diz e eu assenti me aconchegando mais no calor do seu corpo e sentindo ele me abraçar.
O mundo poderia cair mas eu ainda me sentiria seguro nos seus braços, como se fosse a maior das fortalezas. Fecho os olhos e senti o sono me dominar já que meus olhos já estavam ardidos e cansados pelo choro.
Pisco os olhos, atordoado. Eu parecia ter recobrado a consciência, mas por que eu estou de pé? Eu estava dormindo não estava?
Assim que consegui enxergar algo eu paralisei, minhas mãos tremiam e em uma delas havia uma faca. A ponta da faca estava tocando a garganta de Harry, eu estrava prestes a...
Porra!
— Boo? — a voz rouca de Harry soou me fazendo assustar, eu não conseguia olhar em seu rosto.
Vi seu peito subir e descer mais rápido, me fazendo ver que ele entendeu a situação.
— Jhonny? — ele chamou e eu subi o olhar por um segundo, vendo a preocupação, mas não medo.
Como ele podia não sentir medo?!
Mordi meu lábio com força e me forcei com toda a força a dar um passo para trás, soltei a faca e olhei para o chão.
Eu...preciso sair daqui, preciso sair daqui, eu não posso ficar aqui, eu vou machucá-lo, eu vou...perder o controle.
Andei rapidamente até a porta com a respiração acelerada, entre tropeços eu toquei a maçaneta e assim que ía virar ouvi a voz do meu precious.
— Jhonny, se você sair por essa porta eu irei jogar essa cadeira na sua cabeça! — ele gritou e eu me virei lentamente, vendo ele com uma cadeira da bancada ao seu lado.
— Eu...não posso ficar, eu... — sussurro o olhando e meu coração doeu, eu iria perder o que eu havia acabado de conseguir, felicidade.
— Você pode, você se controlou, você conseguiu — ele diz com um sorriso pequeno — Eu estou orgulhoso boo, muito orgulhoso, você é incrível.
Eu senti o choro vir com as suas palavras, o soluço saiu dos meus lábios e ele deixou a cadeira no chão abrindo os braços. Soltei a maçaneta e corri até Harry, pulando em seu colo e as lágrimas saindo junto com os meus soluços desesperados. Ele havia me confortado e minha cabeça perturbada me fez quase matá-lo, e-eu...não posso perdê-lo!
Eu consegui antes de tudo, ele estava bem, ele está vivo.
Hi pessoinhas
Capítulo pesado, mas necessário, tipo...vamos entrar no tópico de conhecer mesmo a família do Jhonny, realmente essa história vai ficar bem maior do que eu planejei kkkk aparentemente vai demorar terminar, espero que tenham gostado.
Beijos,bye.
25/03/2023
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JHONNY - My Killer Boy
Roman d'amourUm assassino em série ou apenas uma alma atormentada que buscou vingança? Ele teria uma redenção? Conseguiria ela no amor? Uma pessoa atormentada faz coisas consideradas pela noção humana, ruins. Mas dependendo de um ponto de vista elas realmente s...