VIII

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Normani P.O.V

Olho para o rosto animado e ansioso da minha irmã sentada a minha frente, comentando sobre os trabalhos na faculdade. As vezes eu pensava em entrar para a faculdade, fazer algo além de ser aeromoça, mas voar era algo que eu amava e não me via agora sem fazer isso.

— Você está indo bem, Ari. Sério. – Sorrio calorosa para minha irmã.

— Obrigada, Mani. Estar lá vem sendo uma das melhores coisas que rolou comigo. – Arielle era muito parecida com minha mãe, desde o rostinho cheinho e carinhoso e até mesmo a personalidade. Blair e eu éramos como nosso pai. Algo que no final foi um castigo para mim. Derrick Hamilton conseguia ser um pai totalmente ausente.

— Eu sei.

Rio e como mais um dos biscoitos da minha mãe, sentindo o chocolate derreter na minha língua. Era bom estar em casa, ter uma folga do trabalho e colocar os pensamentos em ordem. Tudo vinha sendo insano e ter um sossego era ótimo. Ficar longe de Dinah era ótimo, por assim dizer. A presença dela me deixava em um estado que não era bom, e eu preciso ser forte, resistir a todos os esforços do meu corpo de me entregar a ela.

— Normani, você falou com Ally sobre aquele jantar? – Quem fala é mamãe, surgindo na cozinha, com cheiro de sabonete e os cabelos lavados. Linda. Sorrio ao vê-la.

- Falei, mamãe. Ela disse que pode sim, só você marcar. E o Troy disse o mesmo. – Minha mãe era muito próxima de meus dois amigos, tratava-os como filhos. Ally amava Dona Andrea com todo seu coração e passou esse amor para Troy. Eles já vieram várias vezes passar o dia com minha māe sem eu estar junto e eram considerados da família.

— Que ótimo. Sinto saudades da Allycat. – Quem fala é Arielle, focada em seu celular.

— Eu também, filha. Ela passa mais tempo comigo que você, Normani Hamilton – Mamãe faz cara de tristeza e falsa repreensão e rio, levantando da cadeira e abraçando ela pelos ombros.

— Eu sou uma boa filha, Andrea Hamilton. Só tenho um emprego de verdade, diferente da Ally.- Dou de ombros e ela ri. Ally e eu éramos como irmãs.

Abro a geladeira e pego uma lata de cerveja que estava ali, por motivos de Blair gostar de beber em suas folgas, e a abro, dando um gole e sentindo o líquido descer geladinho por minha garganta. Beber cerveja era definitivamente uma das coisas que mais me acalmava.

— Você ainda tem essa mania, Normani?- Mamãe se senta para comer os biscoitos.

— Não é mania, mãe. Eu gosto.

Olho pela janela da cozinha enquanto bebo, sentindo toda aquela paz quando estava naquela casa. Eu tinha um compromisso importante na American hoje, um chamado do meu chefe, e sentia uma dorzinha no estômago. E se tivessem descoberto sobre meu caso com Dinah? Não que fosse proibido funcionários ficarem com funcionários, mas no caso dela era diferente. Meu chefe era Stephen Gray, o padrasto de Dinah. Há um tempo ele, o super investidor e dono de muitas indústrias de importação de eletrônicos, havia comprado algumas ações na American. Ele era meio que um promotor da companhia, e isso envolvia cuidar de muitas áreas dela.

Comandante Hansen | Intersexual(ADAPTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora