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Anahi POV

Na noite do jantar com meu pai e Ruth, Poncho parecia bem nervoso e intercalava constantemente o seu olhar entre o relógio de pulso e a porta de entrada do restaurante. Vê-lo daquele jeito também me deixou com os nervos à flor da pele.

— Nós chegamos alguns minutos adiantados, eles já estão a caminho. — eu disse, pousando minha mão sobre a dele.

— Não é com isso que eu estou preocupado.

— E com o que é?

— É que... — me olhou cuidadosamente. — Eu sei que ele é seu pai e parece ser um cara legal, mas eu não gosto dele.

— Ok... — assenti devagar. — É para isso que estamos aqui, certo? Para quebrar as más impressões. Eu também não gostava muito da Ru no início, mas aí eu fui convivendo com ela e deixei a birra de lado. Você só precisa se acostumar.

— Vai ser bem difícil. — respirou fundo.

— E eu estou aqui para apoiar você. — abri um pequeno sorriso de canto.

Poncho ergueu minha mão e depositou um beijo, sorrindo para mim em seguida. Ele pareceu relaxar um pouco. Continuei segurando a mão dele até avistarmos Enrique e Ruth passando pela entrada. Meu namorado pareceu voltar com a tensão anterior e em resposta a isso, eu apertei sua mão de leve e lhe lancei um olhar de apoio.

— Boa noite! Não estamos atrasados, estamos? — Ruth perguntou.

— Não. Fomos nós que nos adiantamos um pouco. — eu disse ao ficar de pé e cumprimentá-la com um beijo no rosto.

— Oi, meu girassol! — meu pai me abraçou carinhosamente.

— Poncho, querido. — Ruth foi até o filho e lhe deu um abraço tímido e breve.

— Enrique — Poncho acenou positivamente uma única vez e em seguida trocou um aperto de mãos firme com o meu pai.

Sentamos os quatro à mesa e no primeiro momento, o silêncio se destacou. Eu sentia que a socialização seria um trabalho para mim naquela noite e que eu seria a ponte para as conversas serem mais leves. Ok, socializar nem sempre foi o meu forte, mas essa poderia ser uma ótima hora de treinar as conversações.

— E então, quando vão começar a mudança para a cidade? — perguntei olhando para o meu pai.

— Já está quase tudo pronto. Hart agilizou as coisas com a compra da casa e semana que vem podemos começar a mudança. — ele respondeu sorridente.

— Isso é ótimo. — falei.

— Nem para todos. — Ru riu. — Sua mãe vai ser uma peça bem difícil de se conviver.

— Ela está tentando ser diferente e está fazendo isso muito bem. — comentei. — Vocês ficariam surpresos.

— Só a ideia de Tysha querer mudar já me deixa surpreso. — meu pai disse.

— Eu garanto que ela está sendo uma mãe incrível pra mim.

Ruth e ele me olharam como se eu estivesse dizendo alguma coisa super inédita. E na verdade, aquilo era.

— Então... — pigarreei. — Poncho, por que não conta pra sua mãe o que tem feito da vida?

— Ah, na verdade eu não tenho feito nada. Eu vendi as minhas ações para o meu pai porque queria me desvincular dele e encontrar uma aérea para mim sem a influência de ninguém. — explicou.

— Eu acho isso magnífico, filho. Nunca é tarde pra se encontrar.

— Você deveria tentar o mercado de ações. Passou muito tempo administrando o seu próprio patrimônio, tenho certeza que se daria bem. E se precisar de algum consultor, eu estou aqui. — meu pai sugeriu.

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