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NA OPINIÃO DE AMÉLIA, o Largo Grimmauld era um lugar escuro, fedorento e asqueroso, com cheiro de decomposição, poeira e umidade; o local dava a impressão de ser um prédio condenado.
Naquela casa até o momento, o único lugar decente era a cozinha e um quarto ou outro. Parecia que o local não recebia uma mínima limpeza a pelo menos dez anos. Isso sem comentar as cabeças de elfos antigos penduradas nas paredes e quadros que gritam ofensas a cada barulho feito no corredor.
Tendo crescido na elite, Amélia sabia como as coisas funcionavam com os Black's. Pelo menos os poucos que haviam restado e ela havia conhecido. Eles eram interesseiros, preconceituosos e cheios de si. Prepotentes e arrogantes. Tendo nascido em 1972, a Yaxley quando menor compareceu em diversos jantares com a agora quase extinta família Black, pelo fato de tanto eles quanto os Yaxley servirem fielmente ao Lorde das Trevas.
A reunião não foi tão grande coisa, diria Mélie. Muita gente não a conhecia e ela não conhecia muita gente. Moody a encarou durante toda a reunião com o olho robótico e outras pessoas cochichavam sobre o fato dela ser uma Yaxley e toda sua família sanguínea ter a marca negra no braço e uma incondicional lealdade à Voldemort. Os assuntos eram resumidos a recrutar mais gente, a proteção de Harry Potter, a ocultação da volta do Lorde pelo Ministério e diversos olhares trocados com Bill. Mais do que Amélia podia contar.
"Pelo menos o vinho que foi servido é bom", pensou ela. Ao fim da reunião, tudo o que Amélia queria era voltar para casa, encher a cara e cheirar umas carreiras de pó; quem sabe até compor algo. Mas maldito seja Sirius Black que a ofereceu mais vinho quando estava prestes a levantar. Amélia Yaxley nunca recusava uma boa bebida.
E Amélia riu de piadas idiotas do Black e encheu a cara ao lado dele, que futuramente se tornaria seu maior confidente. Uma relação que não seria facilmente quebrada.
— Aqueles bailes infernais Sirius, eu te juro ainda são a mesma merda! Quer dizer, eu não apareço em um desde que fui deserdada, mas nunca mudaram nem o cardápio. – A Yaxley gritou indignada quando estavam apenas ela e Sirius numa conversa sobre parentes e passado.
— Bom, então bem-vinda ao clube dos deserdados, querida. – Ele disse. – Poderíamos até fazer uma festinha se minha prima Andrômeda estivesse aqui.
Remus Lupin já havia percebido que ambos estavam alterados ou nunca falariam do passado como se estivessem em um chá da tarde e logo se reuniu aos dois, numa falha tentativa de freá-los. Afinal, não estavam sozinhos.
— Digo, eu sempre fui completamente diferente dos Black e foi até um alívio quando fui deserdado. Afinal, eu tinha os Potter e meu adorável Remus, é claro. – Ele tagarelou gesticulando.
— Não minta Sirius, você não é completamente diferente do restante dos Black. – Disse Remus em provocação ao companheiro. – Ouça só Amélia, desde que éramos crianças ele sempre foi orgulhoso, prepotente e arrogante. Até o modo que ele segura os talheres e arruma os cabelos representa a nobreza da mui antiga família Black.
E com isso, Sirius Black tornou a fechar a cara e Amélia se engasgou com o modo que os dois falavam um do outro.
– Pelo amor, se fodam de uma vez – Ela disse e voltou a encher o copo, fazendo com que os dois homens ao lado a encarassem.
— Isso é definitivamente a melhor ideia que você já teve pequena Amélia. – Sirius disse encarando Remus de modo sugestivo. — Mas agora não é horário para isso ! E você ainda não contou como é que foi parar no subúrbio de Londres levando a vida adoidado.
Ele se reencostou na cadeira ainda segurando a mão do Lupin esperando ouvir a Yaxley dizer algo. E Amélia poderia acrescentar que jamais viu duas pessoas com tamanha conexão igual a Remus Lupin e Sirius Black.
— Bom, eu nunca liguei muito para essa coisa de sangue. Mas as coisas pioraram em casa quando meus pais descobriram sobre minha amizade com Penny, que é nascida-trouxa, um breve relacionamento com Bill no final de Hogwarts e meu desejo de cantar. Afinal, eu deveria apenas me casar, gerar herdeiros e todo aquele blá blá blá. Nada de música. — Contou Amélia, bebericando a taça novamente. — E em toda a minha vida, tudo o que eu mais desejei é cantar. Se minha família permitisse ou não, eu seguiria em frente sem eles.
Ela deu de ombros e pegou uma garrafa nova de vinho. Aquele havia sido um dia cansativo e portanto, ela beberia o quanto poderia. Penny estava se alimentando do jantar da Sra. Weasley enquanto se juntava ao trio.
— Isso aí! Então Amy foi deserdada e veio para minha casa, achamos um apê legal e fizemos contatos com alguns músicos. — Contou a groupie. — Às vezes não é fácil, sabe. Mas é o que sabemos fazer e é o que gostamos. Amélia canta e eu faço contatos e ambas ficamos sempre juntas. É assim que funciona.
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I. Eu sinceramente ando sem criatividade alguma para escrever. E de tudo o que já escrevi ou comecei, essa é a história que eu mais tenho planejamentos. Por favor, não abandonem a história, Amélia e Bill ainda tem muito a resolver.
