Capítulo 8

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Capítulo com fofura.
 
 
Divirtam-se!!!
 
 
Como havia sobrado muita comida da noite de jogos, Kara resolveu dar as crianças o resto de pizza no café. Muito provavelmente Lena brigaria com ela após saber disso, mas ver o sorriso no rosto de Lori e Liam valia a pena.
 
— Mamãe nunca deixa a gente fazer isso no café da manhã — Lori comentou comendo seu segundo pedaço pizza. — Ela diz que não faz bem pra saúde.
 
— Vamos deixar essas proibições chatas com a outra mãe de vocês. Comigo, hoje comer besteira está liberado.
 
— O que vamos fazer hoje?
 
— Bom, já que sua mãe vai ficar muito tempo fora, pensei em te ensinar a nadar. O que acha?
 
O coração de Kara se derreteu quando Liam a olhou com surpresa e alegria, e logo seu rosto se iluminou em um sorriso contagiante.
 
— Está falando sério? — perguntou sem acreditar.
 
— Claro que estou. Até pedi pra mãe de vocês já deixar as suas roupas de banho aqui — viu as duas crianças sorrirem. — Depois que terminarem de comer, vamos ver algumas boias pra comprar e vamos para a piscina.
 
— Obrigado — Liam saiu de sua cadeira para abraçar Kara que estava ao seu lado.
 
— Não precisa agradecer, meu bolinho. Assim que você aprender vai pode nadar com os golfinhos — o pegou no colo. — O que foi, Lori? — perguntou ao ver a garotinha com a expressão fechada. — Quer um abraço também?
 
Assim como o irmão, Lori foi até a loira e a abraçou.
 
— Eu amo vocês.
 
Na sua vida, Kara nunca tinha falando tantas vezes que amava alguém quanto vinha dizendo para aquelas duas crianças. Não se importava de repetir quantas vezes fosse preciso, pois sabia que não se decepcionaria com eles e que era recíproco.
 
Depois de comprarem as bolas — Liam escolheu boias de braços com desenhos de golfinhos — Kara foi com as duas crianças para a piscina.
 
Há mais ou menos uma hora, Liam não falava outra coisa se não em como iria se dedicar a aprender a nadar rápido para nadar com os golfinhos. Essa conversa continuou até chegarem na borda de uma piscina que não era nem muito funda e nem muita rasa.
 
— Um amigo meu levou o verão inteiro para nadar. Como vai me ensinar tão rápido? — olhou para cima fitando a loira.
 
— Eu vou fazer do mesmo jeito que meu avô me ensinou — pegou Liam o jogou dentro da água.
 
— Calminha — Alex, que já estava na piscina, pegou o garotinho no colo que estava assustado. — O vovó só levou oito horas pra nos ensinar. Foi um pesadelo.
 
— Porque me jogou na água? — sua voz estava ofegante.
 
— Primeiro, porque eu sabia que a Alex estava aí. Segundo, pra você perder o medo da água.
 
No começo das aulas de natação — entre muitas aspas — Lori ficou um pouco emburrada por toda a atenção de Kara estar sobre o seu irmão. Nem mesmo queria entrar na piscina para brincar e ficou por muito tempo sentada na borda.
 
Ao perceber aquilo, Kara conversou com a pequena estrela e explicou o motivo de estar dando mais atenção a Liam. Lori só desfez a cara de emburrada quando a sua falsa mãe disse que elas poderiam fazer algo sozinhas depois. Então finalmente a garotinha acabou indo para água e participando do que acontecia.
 
Como incentivo para Liam continuar treinando, Alex comprou para ele um saco grande de biscoitos em formato de golfinhos. Não muito diferente da irmã, ela também gostava dos pequenos Luthors, mas como uma tia.
 
Conforme o tempo foi passando, Liam perdeu mais e mais o medo da água. Aos poucos já dava braçadas, mas ainda com as boias nos braços.
 
— Tá aprendendo? — Kara perguntou ao garotinho no seu colo e o viu assentir. — Ele está indo bem, não é?
 
— Ele está ótimo — Lori respondeu.
 
— Agora vamos avançar um pouquinho. Eu quero que você nada até a tia Alex. Se chegar lá sem pisar no fundo, você ganhar mais biscoitos.
 
— Foi isso que seu avô te deu quando te ensinou a nadar? — a Luthor mais velha quis saber.
 
— Vovô me deu uma coisa que chamamos de loura gelada.
 
— Eu quero uma também — Liam falou sem nem saber do que se tratava.
 
— É melhor não. Vamos ficar só nos biscoitinhos.
 
— É, dói menos quando jogam na sua cabeça. Vovó era um psicopata — Alex murmurou.
 
Jogando novamente Liam na água, o garotinho começou a bater os braços e as pernas até chegar em Alex. Enquanto ele fazia isso, Kara e Lori gritavam o incentivando.
 
Um pouco distante de onde os filhos estavam, Lena aproveitava a massagem que recebia no spa. Ter entrado na cachoeira tinha sido bom, mas o spa estava sendo o ponto alto de toda aquela viagem.
 
Fechando os olhos, Lena deixou seu corpo relaxar. Poderia até dormir ali.
 
— Imra? Imra?
 
— Eu — respondeu ao se lembrar que era seu nome falso que estava sendo chamado.
 
— Olha só, o aniversário da Kara é mês que vem e eu nem sei o que comprar pra ele. Se importa em me ajudar?
 
— Nunca dê a ela nenhum cinto. Ela tem um monte, mas só um.
 
— É bom saber disso — virou a cabeça para encarar Imra.
 
— Ela adora livros e vinil — pensou mais um pouco para se lembrar do que mais Kara gostava. — Não vale a pena comprar nem roupas ou sapatos, ela mesma gosta de escolher o que usar. Ela também gosta de equipamentos de pesca, mas só coleciona. Não consegue tirar o peixe do anzol, tem medo de machucá-lo e quase chora.
 
Diana ouvia a tudo atentamente e sem interromper o monólogo de Lena.
 
— Ela adora jujubas — Lena continuou. — Mas tem que tomar cuidado, pois ela é alérgica a amendoins, mas é distraída o bastante pra comer sem perceber. Então, você tem que comprar um saco de jujuba, separar as de algodão e as de tuti-frut, que são as que ela mais gosta, e colocar num saquinho com um fecho que eu costumo comprar na Internet.
 
— Que loucura. Você a conhece bem demais.
 
— É. Eu a conheço há anos.
 
Um silêncio se instaurou entre as duas. Um silêncio bem desconfortável.
 
Quando falava sobre Kara, tudo saia de forma natural. Já havia tantos anos que a tinha em sua vida, que nem tudo estre ela parecia uma surpresa. Era até estranho, pois Lena, às vezes, tinha a impressão que conhecia mais a loira do que um dia chegou a conhecer sua ex-esposa.
 
Para Diana, não foi muito agradável saber que Imra conhecia muito mais de sua namorada do que ela mesma. Tudo bem que não estavam juntas a muito tempo, mas nem sequer sabia que Kara era alérgica a amendoim antes de sua ex ter dito.
 
No dia que Kara falou para Diana que ela é Imra iriam se separar, a morena pensou que era por incompatibilidade ou algo assim, já que, segundo a loira, houve até traição. Mas quando via as duas lado a lado, parecia que nunca tinham deixado de estarem juntas.
 
— Imra... eu... eu posso te fazer uma pergunta?
 
— Pode.
 
— Você ainda é apaixonada pela Kara? — apesar de não saber se queria ouvir a resposta, não conseguiu deixar de não perguntar. — Você ainda quer ficar com ela.
 
— Porque está me perguntando isso?
 
— Por que eu ainda sinto que ela pode estar apaixonada por você — ficou calada, mas não teve resposta nenhuma. — Ela fica toda elétrica quando você está por perto. Ela ri das suas piadas, ela não ri das minhas.
 
— Nós temos familiaridade. São muitos anos de convivência.
 
— Que bom ouvir isso de você — respirou aliviada. — Porque se sua resposta fosse sim, eu sei que eu não teria a menor chance contra você.
 
O engraçado da frase final de Diana, era que Lena também vinha sentido que não tinha a menor chance contra ela. Não importava o quanto Kara a elogiasse ou a desse atenção. Ela ainda estava com Diana.
 
Depois de mais algumas horas, Lena e Diana foram procurar por Kara na piscina do hotel. Ao chegar lá, a morena de olhos verdes se deparou uma cena que fez seu coração acelerar. Liam havia tirado a boia dos braços e a loira o jogou na água. Após fazer isso, carregou Lori e as duas começaram a gritar para o garotinho chegar até Alex.
 
Lena não conseguia se lembrar a última vez que viu seus filhos tão felizes. Tudo para eles ao lado de Kara parecia uma grande brincadeira.
 
Não tinha como não gostar de alguém que se dedicava tanto aos filhos. E foi nesse momento, vendo toda aquela cena, que Lena admitiu para si mesma que há muito já não via Kara só como sua amiga. O pior de admitir isso agora é que a namorada da loira estava bem ao seu lado e a olhava mais apaixonada do que nunca.
 
— O que estão olhando?
 
A Luthor se assustou com a inconfundível voz da verdadeira Imra.
 
— Imra, que susto — levou a mão peito. — Você chegou de repente. Me deu um susto danado.
 
— Você se assusta fácil? É sinônimo da menopausa.
 
— Seu nome é Imra? — Diana questionou e a morena assentiu.
 
— Diana Prince, essa é Imra Ardeen. Eu e elas fizemos faculdade juntas.
 
— E quem é você? — olhou Diana com certo desdém.
 
— Eu sou a namorada.
 
— Namorada de quem?
 
Assustando novamente Lena, Alex apareceu de repente entre elas. Poderia até brigar com a ruiva, mas estava aliviada por sua intromissão.
 
— Eu sou a Hermione — estendeu a mão para Imra. — Comment ça va (como vai)? E você é muito linda.
 
Automaticamente, Lena revirou os olhos. Alex nunca perdia a chance de tentar um flerte.
 
— E casada. Muito bem casada. Obrigada — Imra respondeu a Alex.
 
— Engraçado que eu nunca tinha escutado o nome Imra até agora e você...
 
Num ato de desespero, Alex jogou Diana na piscina e pulou logo atrás.
 
— Cadê a Kara?
 
— A Kara tá lá na piscina ensinando nosso filhos a nadar.
 
Com seu jeito extravagante, Imra começou a acenar para Kara até que ela retribuiu de forma simples, mas depois voltou a dar sua atenção para as crianças.
 
— Estão disponível hoje a noite para um jantar?
 
— Sabe o que é Imra...
 
— Estão brigando? Eu sei, essa fase chega para todo mundo.
 
— Não. Não estamos brigando. Quer saber. Hoje noite estará perfeita para um jantar.
 
— Então não vemos às sete da noite no Ocean — deu um sorriso falso. — Até mais.
 
— Hermione — gritou para Alex que não deixava Diana sair do fundo da piscina. — Deixa ela sair daí.
 
Um tempo depois daquela situação totalmente confusa com Imra, Lena conseguiu cinco minutos a sós com Kara quando Diana e Alex resolveram levar as crianças para tomarem um sorvete.
 
— Tem certeza que quer ir a esse jantar? — Kara a olhou enquanto caminhavam.
 
— Na hora do susto, eu não soube dizer não. E eu não pediria isso se não fosse importante. Pode fazer esse favor de ir comigo?
 
— Você sabe que eu faria qualquer coisa por você, não é? Não vai ser um favor te acompanhar, vai ser uma honra — sorriu ao ver Lena sorrir. — Fala para a Alex ligar lá para o quarto e chamar a Diana para ir jantar. E diz para levar a Diana pra bem longe pra gente não precisar se preocupar. Eu vou arranjar uma babá para as crianças.
 
— Nem sei como te agradecer — a olhou sorrindo agradecida.
 
— Esteja de cabelo solto que já considerarei um agradecimento.
 
Por mais que não fosse um encontro, Kara sentia que estava indo a um. Ela queria estar bonita, queria impressionar Lena, mas nada que vestia — depois que Diana saiu com Alex — parecia bom o bastante. Depois de tantas trocas e com medo de se atrasar, escolheu uma calça preta e uma blusa de alcinha azul. Talvez aquela roupa não fosse impressionar Lena, mas não dava mais tempo de ficar escolhendo.
 
Andando de um lado para o outro no saguão, Kara sentiu suas pernas fraquejarem quando Lena apareceu. Aos seus olhos, parecia que a cada dia ela ficava mais bonita. Agindo por impulso, a loira foi até e a abraçou. Ansiou por aquilo o dia inteiro, mas não pode fazer.
 
— Acho que você está querendo me matar com esse vestido — sussurrou em seu ouvido enquanto inalava seu perfume. — Hoje você está mais linda do que ontem.
 
A morena usava um vestido curto vermelho do mesmo modelo do que usou na praia.
 
— Você também não está nada mal — comentou quando se afastaram, mas Kara não havia tirado sua mãos dela.
 
— Quer dar um bolo na sua animiga e ir fazer alguma coisa só nós duas? Eu estou mesmo te devendo um jantar em um restaurante chique.  
 
Ela queria. Muito. Só não achava certo.
 
— Vamos — maneou a cabeça. — Não gosto de me atrasar — começou a andar.
 
Imóvel, Kara passou alguns segundos apenas vendo Lena se afastar. Deixando um suspiro escapar, andou rapidamente para chegar até ela e então pegou em sua mão entrelaçando seus dedos.
 
— Não me olhe assim, para a sua amiga nós somos casadas.
 
Não foi por isso que havia segurado a sua mão e Lena sabia disso, pois sabia que Kara apenas a tentou enrolar. Porém, não disse nada, queria saber como era a sensação de apenas sair andando por aí de mãos dadas com a loira.
 
Fizeram o caminho todo até o restaurante em silêncio, cada uma com suas mentes barulhentas.
 
Mal haviam chegado no restaurante e Kara já percebia que Lena estava nervosa por causa de Imra. Ela é seu marido estavam quase discutindo com a garçonete sobre vinhos. O que fazia Lena revirar os olhos a cada dois minutos.
 
— Você leu as mensagens que eu te mandei? — Lena perguntou a Kara de maneira sutil.
 
— Eu dei uma olhada — se arrepiou quando a morena arqueou as sobrancelhas. — Eu me formei em medicina sem ler um livro. Relaxa.
 
Assim que a discussão sobre o vinho acabou, Mike já estava novamente encrencado com a garçonete pelo modo como ela estava o servindo.
 
— Ai, Lena, olha pra gente. As duas amigas bem casadas.
 
— Pois é — sorriu fraco.
 
— Kara, quer dizer que você é cirurgiã plástica?
 
— Sou, sim — respondeu à Imra.
 
— Muito conveniente para você, não é, Lena?
 
— Essa mulher não precisa retocar nada não. Ela já é uma beleza natural — colocou sua mão sobre a de Lena que estava na mesa. — A mulher mais linda do mundo.
 
Por alguns segundos, se olharam nos olhos.
 
— Mas e eu. O que você retocaria em mim?
 
— Profissionalmente falando? Nada. Não faria nada em nada. Já tiraram muita gordura dos seus braços, mas é pra isso que servem as mangas.
 
Apertando os lábios, Lena se segurou para não rir da cara que Imra fez com aquele comentário.
 
— E onde vocês se conheceram? — demonstrou toda a sua curiosidade.
 
— No show do Coldplay — Kara respondeu.
 
Um som estranho começou a ecoar na mesa, era o celular de Mike.
 
— Alô? — ficou em silêncio. — Desculpa, gente, preciso resolver uma coisa — se levantou. — É de uma das minhas fundações — se curvou para Imra aproximando seus rostos. — Sua beleza, sua força... sua feminilidade.
 
— Sua generosidade, sua inteligência e sua paixão.
 
O casal deu um beijo de esquimó e então Mike se afastou.
 
Lena e Kara se entre olharam sem entender nada. Com Imra e Mike, era bem fácil não entender nada o que acontecia entre eles.
 
— Isso é uma coisa que a gente faz quando outro se ausenta. A gente diz o que ama um no outro — Imra explicou. — Vocês deveriam tentar.
 
— É melhor não — Lena respondeu.
 
— Tudo bem. Isso não é pra qualquer um.
 
— Quer saber? Vamos tentar agora — se virou para Kara e se inclinou em sua direção. Quando a loira também se inclinou, seus olhares se encontraram. — Adoro seu senso de humor.
 
— Adora? Sempre?
 
— Cada baixaria que você fala — sorriu. — E adoro suas histórias. Elas são sempre interessantes. Adoro quando você lê as mensagens que eu te mando e dá atenção a elas. Adoro a atenção que dá a nossos filhos. Eles te amam. Eu adoro você porque... tem um coração enorme e ele é cheio de gentileza e humildade.
 
— E sangue — brincou.
 
— Eu sei que tem sangue. Eu te adoro porque... te acho uma pessoa incrível e realmente gosto de passar um tempo ao seu lado.
 
Kara tinha um sorriso bobo nos lábios. Ouvir tudo aquilo só a mostrou o quanto queria ter a chance de ter Lena ao seu lado. Sabia que teria que consertar algumas e faria isso o mais rápido possível.
 
— Kara, é a sua vez — Imra disse quase cantarolando dando três palminhas.
 
— Certo — respirou fundo. — Eu adoro o jeito como você faz tudo para todo mundo sem esperar nada em troca. Até quando eu digo “obrigada”, eu não tenho certeza se você me escuta. Você escuta?
 
— Escuto.
 
— É uma graça — se inclinou um pouco mais ficando apenas alguns centímetros do rosto de Lena. — Eu adoro... Eu adoro... Você e os nosso filhos são a únicas pessoa pra quem eu nunca menti na vida. Eu juro por Deus. Confio em você mais do que em qualquer pessoa no mundo. Você sabe todos os meus segredos — a morena sorriu. — Adoro seu sorriso. Todos os dias, eu já acordo esperando o momento em que você vai sorri pra mim. Ele que começa o meu dia. Esse sorriso. Você é perfeita pra mim, Lena. Resumindo, eu adoro tudo em você.
 
— Eu ganhei o sorriso mais bonito da faculdade três anos seguidos, lembra?
 
O comentário de Imra fez Lena e Kara se afastaram bruscamente. Não demorou muito, Mike retornou a mesa e então começaram o jantar.
 
No restaurante onde estavam, havia um competição de hula entre as mulheres. Imra logo se prontificou a participar e Lena — depois de duas taças de vinho — acabou indo também. A brincadeira acabou em empate entre as animigas, e Imra não gostou nada daquilo, ela não aceitava não vencer. Só havia um jeito de desempatar e dessa vez era em uma competição de casal.
 
— E é assim que desempata por aqui — um cara alto que fazia a competição falou. — Eu chamo isso de beijo de côco. O côco começa na barriga de vocês e tem que subir até a boca sem deixar cair. O casal que fizer o côco chegar na boca primeiro, ganha.
 
Fazendo de tudo para ganharem, Kara e Lena começaram a se remexerem tentando fazer o côco subir. Enquanto faziam isso, as duas riam da situação e principalmente por estarem tão coladas uma na outra. Naquele momento, elas não estavam com tempo para ficarem envergonhadas.
 
Em contra partida, o outro casal acabou deixando o côco cair. Como alternativa — já que não podia pegar o côco com as mãos — Mike teve a brilhante ideia de pegar o fruto com o glúteo. A situação causou risadas histéricas em todos do restaurante.
 
No entanto, nada disso foi o suficiente para Mike e Imra vencerem. No fim, Lena e Kara conseguiram levar o côco até suas bocas.
 
No caminho de volta para o hotel, o falso casal que decidiu caminhar na praia não conseguia parar de rir de toda a situação. Não sabiam se era o álcool ou se só estavam felizes por terem ganhado de Imra e Mike, mas quanto mais riam, mais queriam rir.
 
— Acho que hoje o Ipod vai apanhar pra valer da sua animiga.
 
— Eu ainda não acredito que ele pegou o côco com o glúteo — começou a gargalhar. — E a cara da Imra quando a gente venceu? Acho que tem muito tempo que não me divirto assim — sentiu Kara segurar sua mão e entrelaçar os dedos.
 
— O barbicha não te faz rir assim?
 
— Você cismou com ele — revirou os olhos.
 
Parando de repente, Kara puxou Lena para mais perto de si ficando cara a cara com ela.
 
Seus corações estavam acelerados e, muito provavelmente, não estavam pensando de forma muito racional.
 
— Então me diz o que ele queria com você — passou seus braços em volta da cintura da morena.
 
— O doutor Edge vai mudar o consultório para Metrópolis. Jack queria saber se eu queria ir para Metrópolis e ser assistente dele.
 
— Você não vai me deixar, não é? Se fizer, vamos ter que brigar pela guarda dos nossos filhos.
 
A olhando com expectativa, Kara esperava ouvir um “não” de Lena. Não dava para imaginar sua vida sem ela, Lori ou Liam.
 
— Eu não vou — voltou a rir. — O que seria de você sem mim?
 
— Só fez isso pra eu ficar com ciúmes?
 
— Porque? Ficou com ciúmes?
 
— Qual é o próximo truque que você vai usar para me deixar rendida a você? — colocou uma mexa dos cabelos negros atrás de sua orelha. — Você está com aquele perfume? — não esperou Lena responder para aproximar o nariz de seu pescoço. — Eu não me menti quando eu disse que adoro tudo em você.
 
— Kara... — Sua voz saiu falhada quando sentiu a loira entranhar os dedos em seus cabelos e começar a beijar seu pescoço.
 
— Eu queria que aquele côco não tivesse ficado entre nós.
 
— Você não daria conta.
 
Com delicadeza e afeto, Kara começou a distribuir pequenos beijos pelos pescoço, mandíbula e rosto da morena. Ela queria parar, mas estava difícil se controlar quando há muito tempo desejava aquilo.
 
Não muito diferente dela, Lena até estava tentado racionar direito, mas estar daquele jeito com Kara não ajudava em nada.
 
Quando seus lábios estavam bem próximos, apenas a milímetros de distância, e suas respirações já ofegantes. Um raio cortou o céu e a chuva começou a cair.
 
Se lembrando de ter visto um quiosque perto de onde elas estavam, Kara pegou na mão de Lena e saiu correndo com ela até ele.
 
Até parecia que a chuva tinha sido um aviso divino para não fazer aquilo. Se fosse começar alguma coisa com Lena, tinha que começar de maneira certa.
 
Chegando ao quiosque, Kara se sentou no chão. Não tinha outra maneira, teriam que esperar a chuva passava. Estavam molhadas, mas, pelo menos, tinham guarida.
 
— Está com frio? — perguntou ao ver Lena tentando se esquentar passando as mãos nos braços.
 
— Um pouco.
 
— Senta aqui comigo — Lena a olhou. — Eu prometo que só vou te esquentar.
 
Cedendo mais rápido do que gostaria, Lena se sentou entre as pernas Kara que a abraçou por trás e apoiou o queixo em seu ombros. Era até estranho como a loira, apesar da chuva, era bastante quente. Se encostando em seu abdômen, Lena deixou seu corpo relaxar enquanto sentia seus dedos deslizarem por seus braços. Era um toque leve, mas poderia até transpassá-la.
 
— Eu vou arrumar toda essa bagunça. Eu prometo — disse como quem conta um segredo a apertando um pouco mais em seus braços.
 
— Não faça promessas que não pode cumprir.
 
— É você que se encaixa direitinho em mim, Lena —  deixou um beijo em seu ombro. — É você quem eu quero.
 

 
 
A fic está em sua reta final.
 
:)

Esposa de MentirinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora