Capítulo com fofura.
Divirtam-se!!!
Abrindo os olhos lentamente, Kara começou a se espreguiçar. Finalmente tinha chegado o dia de seu encontro com Lena e isso a fez começar a sorrir bobamente.
Tudo estava indo muito bem entre o casal. Mas o que fazia Kara se sentir ainda mais feliz era o fato das crianças terem aceitado bem aquele relacionamento. Assim como Lori, Liam apenas quis saber se não ia ser deixado para trás. Mais uma vez a loira reafirmou que não iria fazer aquilo.
Sempre que parava para pensar sobre Lena, Kara percebia que queria tudo ao lado dela. Queria casar em com ela, viajar em todas as férias junto com as crianças, levá-la em muitos outros encontros, presenteá-la com tudo que a fizesse se lembrar dela, queria casar — o mais rápido possível — e, se ela também quisesse, queria ter mais um filho.
Um dia, pensou em todas essas coisas com Lucy Lane. Pensou, pois era algo que queria conquistar com alguém e achava que sua ex-noiva era essa pessoa. Hoje agradecia por tudo ter dado errado e ter ouvido aquela conversa pouco antes do casamento. Se não tivesse sido curiosa, era muito provável que estivesse se mantido em um casamento horrível ou ter se traumatizado muito mais com relacionamentos.
Lucy a fez se sentir que não deveria ser amada, que ninguém iria gostar de seu verdadeiro eu e que sempre seria traída. Não poderia culpá-la cem por cento de suas mentiras contadas ao longo dos anos, mas achava que teria que mentir para que alguém tivesse o mínimo de interesse nela. E então, conhecer Lena, mesmo que tenha sido uma amizade a princípio, a fez ser ela mesma com alguém que não fosse Alex.
Tanto ela quanto Lena haviam sido machucadas por outras pessoas que as enganaram. Cada uma tentou se curar de uma maneira diferente. Ela com suas mentiras e sem se envolver sentimentalmente com alguém, e Lena focando no trabalho e nos filhos. Era por isso que tinha certeza que elas dariam certo por muito tempo, não só por desejar isso, mas porque não queriam fazer uma com a outra o que fizeram a elas um dia.
Claro que não idealizava um casamento sem pequenos problemas. Isso sempre acontecia, mas dependia do casal se acertarem ou deixar tudo ir se desfazendo aos poucos. Se elas conseguiram encontrar esperanças de amar novamente juntas, poderiam fazer muitas outras coisas.
Por tudo o que Lena representava para sua vida, queria dar a ela um ótimo primeiro encontro. Se no fim da noite recebesse dela um sorriso de felicidade, já estaria satisfeita.
— Kara, você não tem calda de chocolate? — Alex perguntou entrando em seu quarto sem mais nem menos.
— O que você está fazendo aqui?
— Te perguntando se você não tem calda de chocolate. Preciso para as minhas panquecas.
— O que você está fazendo na minha casa? — se levantou indo em direção ao banheiro.
— Você disse que era para eu ficar com as crianças aqui, esqueceu? — se encostou na porta do banheiro observando o que a irmã fazia.
— A noite. Não agora.
— Eu fiz seu café da manhã, vou ficar com as duas pestinhas que você chama de filhos e é assim que me agradece?
Quando Kara pensava em Lena, ficava tão fora do mundo real, que nem tinha sentido cheiro de comida invadindo seu apartamento. Nesses momentos, tudo o que vinha em sua mente era cheiro do perfume da morena. Ele estava empreguinado em sua mente.
— Não os chame assim.
— Você os chamava assim.
— É diferente. Agora me dá licença que preciso tomar um banho — começou a empurrá-la para do quarto.
— Tem calda pra por nas panquecas ou não?
— Procura na dispensa — fechou a porta antes que Alex pudesse falar mais alguma coisa.
Meia hora depois, Kara estava se juntando a irmã para tomar café da manhã.
Em silêncio, Alex observava a irmã por cima da revista que fingia estar lendo. Sabia que ela estava feliz, seus olhos demonstravam isso e seus suspiros de minuto a minuto também.
Embora Kara nunca tivesse contado, sempre percebeu como ela olhava para Lena e ficava com raiva quando Alex flertava com ela. A primeira vez que isso, fez por tê-la achado bonita, mas a caçula faltou pouco agredi-la. Depois que a morena se separou, desconfiou que ela correspondia aquilo. As duas se olhavam com a mesma intensidade e eram abertas um para com a outra.
— Ansiosa? — Fechou a revista a deixando de lado.
— Sim. Nem lembro mais como é ter um encontro com alguém — sorriu com certo nervosismo.
— O que vai fazer para ela?
— Vou levá-la no restaurante mais procurado da cidade. O chef foi meu cliente, pedi a ele pra fazer algo somente para nós duas.
— Vai fechar o restaurante pra isso? — perguntou curiosa.
— Não — negou com a cabeça. — Ela não iria gostar. Mas vamos estar num local mais reservado e tudo só para ela.
— Realmente ela não iria gostar de algo assim. E depois do jantar?
— Pretendo ficar com ela — deu ombros. — Mesmo que não aconteça nada. Só quero ficar um tempo sozinha com ela. Desde que voltamos do Havaí isso não acontece muito, apenas alguns minutos a noite. Sempre tem as crianças ou estamos no trabalho.
— E precisa de ajuda com algo além das crianças?
— Roupa e quais flores devo levar pra ela.
E foi isso que fizeram depois do café. Kara queria estar impecável, como jamais esteve. Queria impressionar Lena de todas as formas. Não estava em busca de elogios, na verdade, queria era deixá-la sem palavras.
Não foi fácil para Alex aguentar a histeria da irmã conforme as horas foram passando. Nunca tinha a visto tão nervosa daquele jeito, nem mesmo quando quase casou. Se ela estava assim por um encontro, nem queria saber quando ela fosse casar. Bem capaz dela desmaiar antes mesmo de conseguir chegar ao altar.
Como sabia que aquilo era importante, Alex tentou acalmá-la da maneira que podia, mas estava difícil.
Experimentando mais um vestido que só usava para ocasiões especiais — e aquela obviamente era uma — Kara se olhou no espelho.
— O que acha?
— Assim com os últimos cem vestidos que você colocou, está perfeita.
— Perfeição nessa relação é só a Lena — se encarou por alguns no espelho. — Eu ainda acho que não está bom.
— Vai de terninho — foi em direção ao closet. — Eu acho que esse azul combina muito com você — voltou com a roupa no cabide a colocando na cama.
— Acha mesmo?
— Claro. Experimenta — apontou com queixo para a roupa.
Um pouco indecisa entre o vestido e o terninho, Kara acabou aceitando a sugestão da irmã e no fim, se agradou com o que viu.
— Ela vai gostar?
— Tenho certeza que vai. Queria entender uma coisa.
— O que?
— Porque as crianças vão vir para a sua casa? Não era mais vantagem eu ficar com elas na casa da Lena ou na minha casa?
— Eu comprei um monte de brinquedos para eles que estão no quarto de hóspedes — começou a escolher um sapato que combinasse com a roupa escolhida. — E enquanto eu não me casar com a Lena e não tivermos a nossa casa do nosso jeito, quero que eles vejam que aqui também é a casa deles.
— Engraçado, se eu entro aqui com a chave de emergência falta pouco me expulsar, mas para eles já, já, vai decorar um quarto.
— E vou mesmo — mostrou um par de sapatos para irmã. — O que acha?
— Combina muito bem.
Calçando os sapatos, Kara se olhou mais uma vez no espelho. Até que Alex tinha escolhido uma roupa de bom gosto. Estava com o terninho azul escuro simples, uma blusa branca e sapatos de salto pretos. Agora só faltava a maquiagem, mas não faria nada demais. Um pouco de blusa, marcar um pouco os olhos e um batom discreto estava de bom tamanho.
No dia a dia, só costumava usar maquiagem mais quando saia para algum lugar em busca de diversão. Fora isso, se mantinha o mais natural possível. Mas como queria impressionar e teria ao seu a mulher que para ele era a mais bonita do mundo, tinha que faz jus a tudo aquilo.
— Como devo deixar meu cabelo? Solto? Preso? Raspo? Coloco uma peruca?
— Eu não vou levar a sério todas as opções só porque você está nervosa — olhou para a irmã pensando como combinava mais seu cabelo. — Acho que solto fica mais bonito.
— Ótimo! Espero que Lena esteja com os delas solto. Adoro os cabelos dela solto. Sendo sincera, adoro tudo nela. Não tem nada nela que eu não ame. Eu amo muito aquela mulher. Ela... ela... Preciso procurar mais adjetivos para poder falar dela...
— Kara, respira. Não quero ser a responsável por dizer que não terá mais um encontro porque você desmaiou.
— Desculpa — se virou para encarar a irmã. — Eu me sinto assim perto dela, mas tento fingir que não.
— Tenho certeza que ela adoraria ouvir seus devaneios — sorriu. — Vai buscar suas criar pra eu cuidar e se divirta.
— No terceiro encontro eu a peço em casamento — as duas riram.
Alex não duvidava que ela fizesse isso mesmo.
— Qual é a flor que eu tenho que comprar?
— Tulipas vermelhas, simbolizam amor duradouro — repetiu pela terceira vez no dia.
— Certo. É isso que eu quero, um amor duradouro com o meu amor — respirou fundo. — Me deseja sorte.
— Boa sorte.
— Quando eu estiver chegando com as crianças — pegou a bolsa escolhida para aquele momento. — Eu aviso e você desce para pegá-las — Alex assentiu. — Já ia esquecendo de uma coisa — foi até a escrivaninha ao lado de sua cama pegando o que queria e a colando na bolsa. — Agora sim. Nos vemos, espero eu, amanhã.
Antes mesmo de Alex falar alguma coisa, Kara saiu do quarto e nos segundos seguintes saiu de casa.
Depois que passou numa floricultura para comprar as flores, o caminho até a casa de Lena foi feito a base de seu extremo nervosismo. Apesar disso, estava animada. Ainda que tudo desse errado — coisa que não esperava que acontecesse — ter Lena ao seu lado seria a coisa mais importante.
Estacionando o carro em frente a casa que já tinha se acostumado a frequentar, pegou o buquê de tulipas e foi em direção a porta. Segundos depois de tocar a campainha, Lori apareceu praticando se jogando nela para ser abraçada. Todas as vezes que a pequena abria porta, pulava nos braços de Kara só para ser carregada. Mas dessa vez seria mais complicado já que estava com um buquê em mãos.
— Oi, pequena estrela — deu um beijo em seu rosto a carregando para dentro de casa. — Estava com saudades.
— Eu também, mãe. Achei que não iria vir me ver hoje.
— Eu não faria isso. É que eu tinha que ficar bonita. Como estou? Acha que sua mãe vai gostar?
— Está maravilhosa. Ela vai gostar — sorriu. — Ela está de novo andando de um lado para o outro sem saber o que vestir.
— É a minha vez de ser carregado — Liam gritou descendo as escadas correndo.
Quando foi colocada no chão, Lori ficou um bico enorme e foi se sentar no sofá. Kara e Lena já tinham percebido que ela tinha ciúmes da loira. Não era nada problemático, mas isso ela não conseguia disfarçar.
— Oi, meu bolinho — também o carregou fazendo de tudo para não estragar o buquê.
— Senti saudades — a abraçou.
— Eu também — beijou seu rosto e logo depois o colocou no chão. — Eu vou lá ver a mãe de vocês.
Ajeitando a sua roupa, Kara foi em direção ao quarto de Lena. Assim como da primeira vez que estava ali, a porta estava entre aberta. Devagar, foi entrando e encontrou a morena de frente para o espelho colocando um dos brincos que a havia dado. E, também como da primeira vez, seu vestido estava aberto nas costas.
— Acho que você fica deixando o vestido aberto só para eu fechar — começou a se aproximar sorrindo. — Ou você tem a intenção de me matar se vestindo assim.
Lena estava com seus Louboutin e um vestido vermelho escuro, não era nenhum dos que Kara havia comprado para ela, mas era bonito. E havia ficado mais bonito pela morena o estar vestindo.
Os olhos da loira percorreram todo o corpo de Lena de cima a baixo. Se sentia extremamente atraída por ela.
— Descobriu meus segredos — retribuiu o sorriso a olhando pelo espelho.
Aproveitando que a morena estava com os cabelos presos, Kara a abraçou e logo começou a deixar uma trilha de beijo pela exposta. Também aproveitou para sentir o cheiro de seu perfume. Ele já estava gravado em sua memória, mas sempre fazia aquilo para nunca ter chance de esquece-lo.
— Trouxe para você — sem soltá-la, colocou as flores a sua frente. — Elas significam amor duradouro. É tudo o que espero do nosso amor.
— São lindas. Obrigada — sorriu para as flores as admirando. — Eu estou nervosa — confessou.
— Eu também. Alex me ofereceu calmante.
— Não sei como Lori não me sugeriu isso.
A soltando um pouco, Kara fechou o seu vestido e depois voltou a olhá-la pelo espelho.
— Tenho uma coisa para você — tirou um saquinho de veludo do bolso de seu blazer. — Eu ia te entregar isso só no fim da noite, mas... vai ficar bonito com a sua roupa — virando o saquinho em sua mão, um colar caiu, rapidamente o colocou no pescoço de Lena. — Aquela confusão da aliança de noivado no Havaí se deu por conta disso. Era pra você que eu queria comprar alguma coisa. Quando o vi, pensei em você.
— Kara... — levou a mão até o pingente que tinha uma pedra azulada em formato de gota. — Não precisava. Não precisa nada disso.
— Eu sei, mas eu gosto de te presentar do mesmo jeito que gosto de fazer isso com as crianças — voltou a abraçá-la. — No terceiro encontro te dou uma aliança de noivado.
Lena riu jogando a cabeça para trás.
— Não se eu fizer isso primeiro — sentiu um beijo em seu rosto. — Eu não te comprei nada.
— E nem precisava. Você e nossos filhos já são meu maior presente. Vocês são tudo o que eu sempre desejei. Só estou tentando mostrar isso para vocês.
Se virando para ficar de frente para Kara, sentia uma vontade de chorar. Estava feliz por tudo aquilo. Depois do divórcio, nunca quis sair com ninguém, pois tinha medo de não aceitarem seus filhos. Mas Kara a quis com toda a sua bagagem que envolviam alguns traumas e seus dois filhos.
— E eu achando que não tinha como te amar mais — passou os braços pelo pescoço da loira. — Está linda. Adorei o terninho.
— Ah — deu um sorriso convencido —, eu tenho os meus encantos. Coloquei essa roupa para te impressionar. Consegui fazer isso?
— Conseguiu. Muito.
— Preparada para o melhor encontro da sua vida com o amor as sua vida?
— Eu achei que o encontro seria com você.
— Lena? Não sou eu o amor da sua vida? — perguntou assustada.
— Claro que é — começou a rir.
— Já estava prestes a chorar — também começou a rir depois do susto. — Vamos antes que eu desista dos meu planos e queria fazer outras coisas com você.
Assentindo, Lena pegou sua bolsa em cima da cama e passou por Kara que virou a cabeça para a acompanhá-la.
— Esses vestidos que você vem usando serão a minha morte.
O jantar saiu exatamente como Kara tinha planejado. Cada vez que Lena a olhava e sorria, só conseguia se sentir mais apaixonada. Sem contar que passou um longo tempo ouvindo a morena falar sobre várias coisas que a deixavam empolgada. A maioria dessas coisas tinham a ver com Lori e Liam, e várias histórias deles mais novos.
Na mesma empolgação que Lena falava dos filhos, Kara fazia mais e mais perguntas sobre eles. Os conhecia há anos, mas não convivia com seus filhos do coração. Saber de tudo aquilo, era quase ter uma nostalgia de algo que não viveu.
Lena estava se sentindo importante com aquela atenção só para ela. Já havia algum tempo que Kara a fazia se sentir assim, mas dessa vez tinha sido diferente. Antes se ouviam, conversam e opinaram por serem amigas. Ainda eram amigas, mas estavam todos os dias construindo algo para durar.
Pela primeira vez na vida delas, tinham se desprendido dos medos que acumularam ao longo dos anos. Uma era o lar da outra, isso não era de hoje, só que agora que conseguiam perceber esse fato.
Na volta para casa, ficaram boa parte em silêncio, mas sempre que podiam — quando os faróis fechavam — se olhavam e sorriam.
Descendo do carro, Kara deu a volta para abrir a porta para Lena segurando em sua para a ajudar a sair. Logo ganhou um sorriso carinhoso de agradecimento.
Já estando quase na porta de entrada, Lena surpreendeu Kara a puxando para um beijo. Havia adorado todo o romantismo e todo o carinho vindo da mulher que amava, mas agora só queria beijá-la como pensou a noite inteira.
Ainda se beijando, Lena teve dificuldade de abrir a porta. Quando conseguiu, a fechou sentindo as mãos de Kara percorrer todo o seu corpo e apertando locais diferentes. Deu graças aos céus por não ter ninguém em casa.
Com pressa e decidida, tirou o blazer da loira e rapidamente levou seus dedos aos botões da camisa branca para abri-los. Kara por sua vez, tentava subir o seu vestido.
A todo o momento, permaneceram de olhos fechados concentradas apenas uma na outra. Seus corações estavam acelerados, a respiração quase faltando e soltavam alguns gemidos baixos entre os sorrisos.
Quando finalmente conseguiu tirar a camisa do corpo de Kara arranhou a sua pele de leve a fazendo arfar entre beijo.
Tudo estava se encaminhando para que Kara cumprisse o que tinha dito sobre no fim da noite estarem sem roupa. Entretanto, seus corações quase pararam por uma coisa. Ou melhor, uma pessoa.
— Eu acho melhor não fazerem isso aqui na sala.
A voz Lilian cortou aquele momento como uma katana cortaria qualquer coisa.
Rapidamente elas se separam e Kara tentava achar sua camisa.
— Mãe! — tentou se recompor enquanto arrumava o vestido. — O que faz aqui?
Lilian se descontou da entrada da cozinha começando a se aproximar.
Com o susto que levaram, agora percebiam que todas as luzes estavam acesas.
— Eu vim ver você e as crianças — passou por Kara a olhando feio. — Como não estavam, decidi esperar para fazer um fim de noite em família. Mas vejo que seus planos eram outro — olhou mais uma vez para Kara que estava ao lado de Lena. — Como vai Kara? Agora entendo porque se incomodou naquele dia que eu disse que minha filha tinha ido almoçar com alguém.
Revirando os olhos, Lena respirou fundo. Kara não seria a primeira namorada que Lilian tentava constranger. Inclusive, Helena evitava qualquer contato com ela e até fugiu quando se conheceram — e nem tinha sido numa situação tão embaraçosa como essa.
Engolindo seco e sentindo seu rosto queimar de vergonha, Kara olhou para Lena e depois para Lilian.
— Estou senhora Luthor. Me desculpe por isso.
Balançando a cabeça negando, Lena já previa o que viria depois.
— Quais são as suas intenções com a minha filha? — cruzou os braços e arqueou as sobrancelhas.
Nesse momento, Kara entendia de quem Lena tinha puxado aquele olhar mortal que às vezes a lançava.
— Não precisa responder, Kara.
— Mas eu quero — voltou sua atenção para Lena. — Porque eu não diria a sua mãe quais são minhas intenções com você?
— Então quais são? — Lilian voltou a perguntar.
Dando um passo para frente, Kara suspirou de nervoso, mas não iria fugir daquilo.
— Eu amo a Lena e amo seus netos. Eu só quero o melhor para eles. Sua filha faz minha vida ter sentido e eu quero construir um futuro com ela — sorriu. — Inclusive, aproveitando que está aqui, a senhora me daria a mão da sua filha em casamento? Não tenho uma aliança agora, mas se permitir, juro que compro uma o mais rápido possível.
— É isso o que quer?
— Sim! Claro que sim! Eu já ia te procurar pra falar sobre isso sem a Lena saber, mas já que estamos todas aqui... — deu ombros. — E-eu quero tudo com ela. De verdade. Assim como a opinião de Lori e Liam foram importantes para mim, eu quero a opinião da senhora.
Em silêncio, Lilian observou o quanto Kara esperava uma resposta dela. Mais atrás, Lena parecia estar um pouco em choque com aquilo tudo.
— Porque quer minha opinião? Acho que eu não posso interferir no que vocês têm.
— Eu sei — coçou a sobrancelha tentando encontrar as palavras certas. — A senhora, Lori e Liam são importantes para Lena. Eu sei que são a prioridade dela. Não quero ser alguém que interfira na relação de vocês. Ela é minha prioridade, assim como nossos filhos. Quero conviver bem a senhora. E... e então sua opinião é importante para mim.
Dava para notar que Kara não falou nada daquilo de forma premeditada. Ela até poderia ter pensado no assunto, mas as palavras só escorregadas de sua língua.
— Se você a ama tanto quanto diz... não tenho o que me opor.
A boca de Lena se abriu. Lilian nunca tinha sido a favor de toda a sua relação com Helena. A princípio achou que era só uma implicância de mãe, mas depois entendeu bem o motivo.
— Eu não consigo é dizer o tanto que ela significa pra mim.
— Finalmente você encontrou o amor — disse a Lena que estava petrificada.
— Obrigada, senhora Luthor. E-eu... é... vou deixar vocês conversarem. Me desculpa mais uma vez por todo o constrangimento.
— Já disse, me chame de Lilian — sorriu de forma amigável.
— Boa noite, Lilian. Falaremos em breve do meu pedido de casamento. Precisarei de sua ajuda — viu a mulher sorrir assentindo.
— Eu te levo até lá fora — Lena falou ainda digerindo toda aquela conversa.
Pegando seu blazer no chão, Kara foi em direção a porta e Lena a seguiu.
Do lado de fora, as duas se olharam. Enquanto Kara sorria, Lena... estava indecifrável.
— Você não precisa ir, posso falar para ela ir embora.
— Não — negou com a cabeça. — Ela veio te ver, vai ficar com ela.
— E você?
— Vou aproveitar a noite com meus filhos e a tia doida deles — se aproximou deixando um beijo em sua testa. — Posso ficar com eles hoje? Amanhã eu os trago e podemos almoçar todos juntos.
— Você é real? — a olhou nos olhos.
— Sou — a abraçou. — Te amo. Quando eu chegar peço para as crianças ligarem para falar com você.
— Obrigada pela noite. Pena que fomos interrompidas.
— Teremos outras oportunidades. Tchau, meu amor — começou a despedida que sempre fazia. — Mulher mais linda do mundo. Amor da minha vida. Nos vemos amanhã — a deu um último beijo.
Vendo Kara se afastar, dessa vez era seu coração que estava indo junto com ela.
:)
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Esposa de Mentirinha
Fanfiction[Concluída] Infeliz em sua tentativa de casamento, Kara passa a vivenciar relacionamentos sem compromisso para driblar a carência. Assim, ela toca sua vida como cirurgiã plástica bem sucedida, tendo sua melhor amiga Lena, mãe solo de um casal, como...