Tudo o que aconteceu entre a conversa deles é Thomas voltar de New York não importa. O que importa é que Alexander estava com a corda no pescoço. Isso não importa também, o nosso Thomas Jefferson diria, mas eu estaria adiantando muito as coisas.
Aconteceu tudo muito rápido, e Alexander não conseguiu acompanhar muito essa agitação, apesar do seu espírito jovem, desapegado e faminto.
─ James, me ajuda. ─ Chamou o irmão. ─ Me ajuda por favor. Eu não estou conseguindo arrumar essas coisas e o Thomas chega amanhã.
─ Você quer a minha ajuda?
─ Quero. Por favor.
─ Você só pode estar extremamente desesperado pra fazer uma coisa dessas.
─ Eu tô, não tá vendo? ─ Disse com a maior calma e carinho do mundo, mas só essa frase.
─ Tudo bem. Estranho? Sim, mas tudo bem.
─ Obrigado. Muito obrigado.
Ele colocou um bolo de papéis na mesa e começou a explicar pro irmão o que deveriam fazer.
Os dois chegaram na rápida conclusão de que estavam realmente fodidos e que não dava pra fazer nada significativo em uma tarde.
─ Ferrou.
─ Com certeza.
─ E agora? ─ A voz de Alex disse baixinho.
─ Não sei. Quer só conversar?
─ Pode ser. ─ Estranhou o comportamento do irmão, mas mesmo assim aceitou.
─ Aquela noite foi boa. ─ James confessou. ─ Obrigado por ter ido.
─ Fico feliz que nos divertimos juntos. A gente não fazia isso desde o episódio das caixas da mamãe.
─ Com certeza. ─ O irmão mais novo riu. ─ Ela estava desesperada por causa das caixas que não desciam pra loja e acabou descuidando e nós entramos nelas.
─ Eu lembro disso. Depois, as caixas foram colocadas no caminhão e, ainda bem, a loja ficava perto de onde a gente saiu. Ela ficou furiosa quando eu saí da caixa e começou a te procurar.
─ A gente passou por muita coisa boa juntos. ─ James rolou os olhos enquanto o irmão gargalhava. ─ É verdade, pô.
─ Eu sei, eu sei. ─ Ele ficou um pouco mais sério. ─ Posso falar sobre uma coisa com você?
─ Pode.
─ Você sabe que eu quero ir para os Estados Unidos. ─ Esperou alguma resposta do irmão, que continuou ouvindo calado. ─ Então, eu achei um concurso de uma universidade que está dando noventa e seis mil dólares para a pessoa que ganhar o concurso.
─ Noventa e seis mil dólares? ─ Disse em meio a um suspiro. ─ Isso daria pra comprar muitas latas de spray.
─ Você só pensa em pichação? Olha o seu quarto.
─ É a mais fina das artes. Você deveria saber.
─ Anyway, eu estava pensando em entrar no concurso. O que acha?
─ Alex, vou ser bem claro. Faça o que te fizer feliz. Sei lá, se for ficar em Santa Cruz, fica, mas se for voar para as Américas, também voe.
─ Uau, que poético. Não sabia que você escrevia poesias.
─ Eu estou inspirado.
─ Essa sua cara de pato tá me mostrando que você está apaixonado, não inspirado.
─ Ok, admito. Sabe a Leslie?
─ Não pode ser.
─ Não vai me zoar, Alexander. ─ Encarou o irmão mais velho.
─ Não. Mas, puta merda. A Leslie? Cara...
─ O quê?
─ Eu nunca imaginaria. ─ Balançou a cabeça incrédulo. ─ Enfim, ela que me disse para conversar com você.
─ Que bom que ela fez isso.
─ Então não está bravo de eu ir para os Estados Unidos?
─ Até que não.
Os irmãos passaram o resto do dia conversando sobre essas coisas, sobre Leslie, sobre as gatas americanas que Alex pegaria quando chegasse e os planos de James pro futuro em Santa Cruz. Com Leslie, claro.
─ Emocionado.
─ Anota em um papel, a gente ainda se casa um dia.
─ Meu Deus, você está perdidamente apaixonado.
─ Eu não posso fazer nada em relação a isso. Amor é amor.
─ Você está muito gado dela.
Continuaram proseando, Hamilton zoando o amigo é ele dizendo sempre a mesma coisa sobre o quanto Leslie é inteligente, bonita, carinhosa, prestativa... Até eles ouvirem Thomas estacionar o carro.
─ É hoje que eu sou demitido.
Cada segundo dos dois minutos que Stevens demorou até abrir a porta e entrar furioso passaram como uma eternidade.
─ Hamilton?
─ Senhor.
─ Venha até a minha sala.
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Helpless
FanfictionAlexander é um jovem obstinado. Ele vai fazer tudo para chegar onde deseja. Quando o filho de seu patrão, e fiel amigo, o demite quando sobe de cargo, Hamilton só vê uma solução. Escrever.