05 | Meet the New Boss

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Tudo o que aconteceu entre a conversa deles é Thomas voltar de New York não importa. O que importa é que Alexander estava com a corda no pescoço. Isso não importa também, o nosso Thomas Jefferson diria, mas eu estaria adiantando muito as coisas.

Aconteceu tudo muito rápido, e Alexander não conseguiu acompanhar muito essa agitação, apesar do seu espírito jovem, desapegado e faminto.

─ James, me ajuda. ─ Chamou o irmão. ─ Me ajuda por favor. Eu não estou conseguindo arrumar essas coisas e o Thomas chega amanhã.

Você quer a minha ajuda?

─ Quero. Por favor.

─ Você só pode estar extremamente desesperado pra fazer uma coisa dessas.

─ Eu tô, não tá vendo? ─ Disse com a maior calma e carinho do mundo, mas só essa frase.

─ Tudo bem. Estranho? Sim, mas tudo bem.

─ Obrigado. Muito obrigado.

Ele colocou um bolo de papéis na mesa e começou a explicar pro irmão o que deveriam fazer.

Os dois chegaram na rápida conclusão de que estavam realmente fodidos e que não dava pra fazer nada significativo em uma tarde.

─ Ferrou.

─ Com certeza.

─ E agora? ─ A voz de Alex disse baixinho.

─ Não sei. Quer só conversar?

─ Pode ser. ─ Estranhou o comportamento do irmão, mas mesmo assim aceitou.

─ Aquela noite foi boa. ─ James confessou. ─ Obrigado por ter ido.

─ Fico feliz que nos divertimos juntos. A gente não fazia isso desde o episódio das caixas da mamãe.

─ Com certeza. ─ O irmão mais novo riu. ─ Ela estava desesperada por causa das caixas que não desciam pra loja e acabou descuidando e nós entramos nelas.

─ Eu lembro disso. Depois, as caixas foram colocadas no caminhão e, ainda bem, a loja ficava perto de onde a gente saiu. Ela ficou furiosa quando eu saí da caixa e começou a te procurar.

─ A gente passou por muita coisa boa juntos. ─ James rolou os olhos enquanto o irmão gargalhava. ─ É verdade, pô.

─ Eu sei, eu sei. ─ Ele ficou um pouco mais sério. ─ Posso falar sobre uma coisa com você?

─ Pode.

─ Você sabe que eu quero ir para os Estados Unidos. ─ Esperou alguma resposta do irmão, que continuou ouvindo calado. ─ Então, eu achei um concurso de uma universidade que está dando noventa e seis mil dólares para a pessoa que ganhar o concurso.

─ Noventa e seis mil dólares? ─ Disse em meio a um suspiro. ─ Isso daria pra comprar muitas latas de spray.

─ Você só pensa em pichação? Olha o seu quarto.

─ É a mais fina das artes. Você deveria saber.

Anyway, eu estava pensando em entrar no concurso. O que acha?

─ Alex, vou ser bem claro. Faça o que te fizer feliz. Sei lá, se for ficar em Santa Cruz, fica, mas se for voar para as Américas, também voe.

─ Uau, que poético. Não sabia que você escrevia poesias.

─ Eu estou inspirado.

─ Essa sua cara de pato tá me mostrando que você está apaixonado, não inspirado.

─ Ok, admito. Sabe a Leslie?

─ Não pode ser.

─ Não vai me zoar, Alexander. ─ Encarou o irmão mais velho.

─ Não. Mas, puta merda. A Leslie? Cara...

─ O quê?

─ Eu nunca imaginaria. ─ Balançou a cabeça incrédulo. ─ Enfim, ela que me disse para conversar com você.

─ Que bom que ela fez isso.

─ Então não está bravo de eu ir para os Estados Unidos?

─ Até que não.

Os irmãos passaram o resto do dia conversando sobre essas coisas, sobre Leslie, sobre as gatas americanas que Alex pegaria quando chegasse e os planos de James pro futuro em Santa Cruz. Com Leslie, claro.

─ Emocionado.

─ Anota em um papel, a gente ainda se casa um dia.

─ Meu Deus, você está perdidamente apaixonado.

─ Eu não posso fazer nada em relação a isso. Amor é amor.

─ Você está muito gado dela.

Continuaram proseando, Hamilton zoando o amigo é ele dizendo sempre a mesma coisa sobre o quanto Leslie é inteligente, bonita, carinhosa, prestativa... Até eles ouvirem Thomas estacionar o carro.

─ É hoje que eu sou demitido.

Cada segundo dos dois minutos que Stevens demorou até abrir a porta e entrar furioso passaram como uma eternidade.

─ Hamilton?

─ Senhor.

─ Venha até a minha sala.

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