O7. May I serve you?

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Vivendo a vida monótona que seus 23 anos lhe promulgou , Jeon passou a não mais crer que o destino poderia lhe trazer desafios excitantes sem que fossem dívidas e papéis para assinar. Por isso, acordava para ir ao trabalho 一 localizado em uma pequena ruazinha nos fundos do centro da cidade, conhecida por abrigar uma das maiores bibliotecas temáticas da região 一,  no desencanto de que uma emoção maior ocorreria durante sua carga horária.

Entretanto, naquela manhã do dia 12 em específico, o destino pareceu ser caridoso com o rapaz e decidiu ceder à vontade insana que o dito cujo tinha de vivenciar experiências recheadas de adrenalina. Ao limpar a cafeteria e abrir as portas, Jeon' gguk foi responsável por recepcionar um casal um tanto atípico. A mulher carregava em seu pescoço pingentes de prata e, ligada a eles, uma guia de igual material. Ao lado da figura roliça, existia uma presença bem mais intimidadora; e bota intimidante nisso! Os olhos eram afiados como os de uma harpia, embora o rosto fosse sereno o suficiente para carregar uma seriedade quase que axiomática.

Era um homem. Um homem um tanto robusto e prepotente. A palma envolta pela corrente, firme, tornava isso muito mais esclarescedor.

Depois de atendê-os apenas com um "bom dia" e um "confiram o cardápio e caso se interessem por algo, me chamem", Jeon volto para trás do balcão e manteve-se a observar.

E Jeon sentiu que fosse algum tipo de instinto, porque logo mais direcionou os orbes escuros e agora grogues até a figura feminina ajoelhada no chão, lambendo os sapatos ilustres do homem que pareceram ser sujos por uma quantidade significativa de café. O choque foi tão significativo 一 e intenso 一 que seus pelos da nuca se arrepiaram por completo, e mantendo-se vidrado na situação que se desenrolava a poucos metros, mal notou quando o homem também lhe encarou com um afinco arrepiante.

Por mais que tentasse se desvencilhar da sensação instigante que lhe cobriu o peito, não conseguia se desconectar de seu olhar tão sugestivo. Era como se seus dois mundos tivessem se colidido e, como cargas opostas, tivessem se atraído fielmente, ao ponto de nem mesmo a gravidade conseguir puxá-los de volta para a realidade.

Por um flerte de momento, imaginou-se ali, no lugar da mulher, tendo os lábios pressionados contra o polegar comprido do homem para que fossem meramente limpados.

A tensão entre os dois perpetuou até que o casal se erguesse e se retirasse do ambiente já febril, deixando apenas uma nota de gorjeta acima da mesa em que residiam.

Teria Jeon alucinado por um mero momento? Eram eles novos na cidade? Por que nunca tinha sentido aquilo antes e, assustadoramente, havia gostado tanto a ponto de nutrir uma ereção?

Não compreendia ao certo e nem mesmo estava disposto a isso, a não ser pelo dia seguinte que, além de trazer o mesmo homem à cafeteria, trouxe também, junto a ele, uma vontade imensa de enfiar Jeon na posição perfeita de um inócuo submisso.

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