II - 𝐍𝐎𝐕𝐀 𝐅𝐀𝐌𝐈𝐋𝐈𝐀

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A garota estava na frente do enorme capitão, parecendo uma pulga perto dele. Ela estava morrendo de medo do tamanho dele, sendo intimidada, a garota ficou agarrada na perna de Marco.

- Não fique com medo oy. - Marco falou com a mais na cabeça da garota, sorrindo gentilmente para ela. - Ele é grande mas tem um coração de geléia. - tentou tranquilizá-la.

A garota engoliu seco, mas encarou o gigante à sua frente.

- O-obriga por me salvar. - apertou a barra de seu kimono. - Eu me chamo Cephia Serafim, em nome do meu reino, agradeço a sua hospitalidade e gentileza! - disse nervosa, apertando ainda mais a barra de seu kimono e um pouco vermelha de vergonha.

- Você sabe o porque a Marinha atacou o seu reino? - perguntou Newgate sério.

- Cobiça. - a garota franziu a testa. - Eles queriam um tesouro, insistiram por muito tempo, desde antes do meu nascimento. Mas meu pai nunca o entregou, ou os antecessores dele. - ela disse com firmeza, mesmo intimidada pelo capitão.

- E o que seria esse tesouro? - ele perguntou. Por um momento a garota hesitou em falar, mordendo seu lábio, mas achou que devia falar tudo.

- Um fruto, conhecido por vocês como akuma no mi. Ela passava de geração a geração entre a família real. - a última frase deixou o capitão curioso, afinal, como seria possível uma fruta do demônio ser passada de pessoa para pessoa.

- Isso não é possível, a fruta só é retirada de seu usuário quando ele morre e renasce em outro lugar do mundo. - disse Izo, o comandante da 16° divisão.

A garota olhou para ele. - Para vocês talvez não, mas nós tínhamos ajuda das nereides, espíritos das águas que retiram a fruta em água e depois ela fica em sua forma natural. - disse.

- Isso já é maluquice, espíritos da água nos existem. - assim que Haruta falou o barco foi atingido com uma onda em seu casco, fazendo-o balançar bastante.

- Cuidado, as nereides tem um ego bem forte. - disse a garota. - Não precisa acreditar em mim, pergunte a seu colega tritão. - apontou para o homem peixe.

O mesmo afirmou com a cabeça concordando com a existência de nereides.

- Continue por favor. - Newgate falou para a criança.

- Quando o primogênito do rei faz 10 anos, é iniciado o treinamento para receber o fruto, quando a coroação é feita, o passar de fruto também é. E assim sucessivamente. Se caso a família principal não tiver filhos, é passado para a secundária, bem já deu para entender não é? - a garota falou. Newgate se ajeitou em seu sofá e pareceu pensar por alguns segundos.

- Então você é a primeira filha do rei? - perguntou.

- Não tá óbvio? - disse sem pensar. assim que notou, tampou a boca assustada e já esperando o capitão brigar com ela.

Gurarararara! - o capitão riu do nervosismo da garota, que deu um passo para trás de susto.

- Você é uma criança bem interessante! - sorriu para ela. - Aposto que deve estar faminta. Thatch! - chamou o cozinheiro. - Prepare um banquete, vamos comemorar! - disse sorrindo.

- É para já Oyaji! - correu para a cozinha.

- Comemorar o que? - perguntou a garota.

- A entrada de mais um filho para a família. - ele sorriu e a garota ficou sem entender. - Afinal, você não tem para onde ir, não é mesmo? - ela concordou olhando para o chão. - Então não tem o que discutir.

- M-mas... - ela tentou contestar por estar confusa com tudo.

- Não quer se juntar a família, Cephia? - perguntou.

A garota olhou para o capitão com alguns de seus companheiros em volta, seus olhos marejaram em pensar em uma nova família, pois acabara de perder uma recentemente.

- E-eu quero sim, quero chamar alguém de família novamente! - disse olhando para o capitão com os olhos cheios de lágrimas e seu nariz escorrendo meio avermelhado, assim como o seus olhos.

Eles comemoraram e Marco a pegou no colo, colocando-a em cima de seus ombros.

- A nova irmã! - Marco gritou feliz. Eles deram mais um grito juntos.

A tripulação gostou de ter uma nova caçula na família, estavam bebendo e comendo muito. Mas isso não era novidade nesse bando pirata.

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Já era de madrugada e a maioria dos tripulantes estavam bêbados dormindo no chão do deck.

Newgate olhou para a garota com os olhos vermelhos que dormia encolhida ao lado de Marco, já apagado também.

- Você sempre teve um fraco para acolher pessoas carentes. - o capitão se assustou com a voz do comandante da 4° divisão atrás dele.

- Thatch, pensei que todos estavam dormindo. - disse se virando para o filho.

- Eu já ia, estava colocando a comida no freezer. - Thatch respondeu bocejando de sono.

- Ela não tem para onde ir, e também, Roger tinha familiaridade com aquele reino, acho que posso fazer isso por ele. - o capitão sorriu de lado.

- Uma geleia mole, sempre uma geleia mole. - tirou sarro de seu capitão balançando a cabeça negativamente com as mãos na cintura.

Newgate revirou os olhos, apoiando o rosto em sua mãos olhando para seus filhos.

- Bem, tô indo. - Thatch disse se afastando. - Vê se vai dormir também velhote! - disse antes de entrar para a cabine.

***

- Vamos apenas abastecer o navio e zarpar, nada de enrolação! - Marco falou para a tripulação.

A Mobdick atracou em uma ilha para reabastecimento depois de 3 dias após o acolhimento da garota. Com uma grande tripulação, as coisas acabavam rápidas.

Cephia desceu correndo do navio, passando pelas pernas dos outros tripulantes. Usava o mesmo kimono já que Izo tinha remendado para ela.

- Cefi! Não saia correndo assim! Não exploramos a ilha ainda! - Izo gritou para a garota, mas nada adiantou, ela já estava mexendo na areia da praia.

O comandante suspirou passando a mão na testa.

Marco rio enquanto voava em sua metade forma de fênix.

- Problemas aí Izo? - perguntou fazendo graça.

- Odeio cuidar de crianças. - disse com a mão na cintura.

- Relaxa. - Thatch disse atrás dele com algumas caixas. - Ela só está animada em conhecer uma ilha diferente. - sorriu.

- Espero... - disse sem ânimo.

A menina correu pelo campo cheio de flores com uma cesta na mão com frutas que achou em alguns pé de árvores frutíferas que pegou enquanto fazia seu trabalho, mas acabou por se distrair com a sensação de pisar em terra novamente.

Cephia se deitou na grama e respirou fundo com os olhos fechados, após alguns segundos abril novamente, ficou pensando olhando para o céu e não viu Thatch se aproximar.

- O que uma criança pequena como você pensa tanto? - disse sentando ao lado da garota.

- primeiro, eu não sou pequena, tenho uma estrutura normal para minha idade, e segundo é que eu decidi o que quero fazer. - disse esbravejando.

- A é mesmo? E o que seria? - perguntou sorridente.

- Irei ser forte o suficiente para lutar ao lado de vocês e dar orgulho ao meu reino, e caso um dia eu enfrentar a Marinha... Irei destruí-la. - disse com convicção.

- Nossa, é um desejo é tanto em. - debochou.

- Ei! - ela se levantou brava encarando o mais velho. - Não duvide de mim, eu irei ser uma brava guerreira e pirata do mar, uma melhor que você! - sorriu.

- Ei! Sua pirralha! - se levantou e a garota saiu correndo mostrando a língua.

- Velhoooo! - gritou para o cozinheiro enquanto corria pelas flores.




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𝐌𝐀𝐑𝐄𝐒𝐈𝐀 - 𝑷𝒐𝒓𝒕𝒈𝒂𝒔 𝑫. 𝑨𝒄𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora