O bruxo

544 70 92
                                    

— Não se mexa tão bruscamente, você ainda está se recuperando

Jeonghan pulou de susto ao ouvir uma voz um tanto tranquila — e bem diferente das que estava acostumado — chamar sua atenção, assim que acordou e já tentou erguer-se sem delongas, apavorado apenas em pensar na possibilidade de seus pais terem o encontrado naquela floresta escura após a sua fuga. Ou pior... no que fariam consigo se aquilo de fato estivesse acontecendo.

Eram flashes de memória muito complicados de se entender conforme sua mente foi acordando aos poucos: uma hora estava comprando algumas coisas para trabalhar na limpeza, até que, de repente, encontrava-se trancado no próprio quarto enquanto um homem furioso tentava entrar para acabar com a sessão de chutes que havia começado... então, pulou a janela, e caiu diante uma árvore gigante após correr por tempo o suficiente para lhe causar um desmaio devido à exaustão.

Ele lembrava de tudo, mesmo em partes, e não sabia se comemorava sua enfim liberdade, ou chorava como uma criança — novamente — por não terem sequer dado a mínima para sua ida precoce; melhor dizendo, serem justamente o motivo para esse acontecimento.

Mas, no momento onde sua alma estava dividida em dois estados de espírito, preferiu escolher a opção do meio: ficar temeroso pelo fato de não saber onde estava naquele exato momento.

— Eu não vou machucar você... — comentou novamente o homem, aproximando-se calmo enquanto carregava um copo bonito em uma das mãos assim que viu o loiro se encolher como um gatinho assustado. Conforme ele ficava cada vez mais perto (porém, ainda mantendo uma distância respeitosa do garoto assustado), Jeonghan parecia recordar-se do seu rosto mais do que costumava acontecer anteriormente quando parentes de longe vinham visitá-lo — Eu te achei na floresta, tinha ouvido alguma coisa durante a noite e, quando fui conferir, você estava abaixo da árvore maior, desmaiado

— V-você?...

O moreno apenas encarou-o, esperando que prosseguisse, mesmo sabendo que a continuação da frase não viria tão cedo graças a surpresa.

Diferente de Jeonghan, que estava totalmente desacordado quando foi "resgatado", Seungcheol já havia o reconhecido desde que o encontrou caído abaixo da conhecida como árvore maior — um dos pontos turísticos do reino, citado em muitos livros. Ele tinha uma memória fotográfica, e graças a esta pequena parte de seu poder — diria que uma de suas favoritas —, foi praticamente impossível não recordar-se da onde havia visto o ser angelical pela primeira vez; já que, assim, seria mais fácil levá-lo para casa e descobrir o motivo daquele reencontro mais desesperador do que planejava ter anteriormente, antes de sair do reino e seguir com seus objetivos.

O loiro não despertava de jeito nenhum, mesmo com todo o esforço que o mais forte fizera para levá-lo para dentro e os chamados de Nayeon, que tentava ajudá-lo; e agradeceu aos deuses pelas garotas da pousada serem boas e deixarem que este ficasse consigo no quarto, pelo menos, até que estivesse desperto e conseguisse se recuperar totalmente.

Eu... conheço você

— Nos vimos mais cedo, enquanto eu olhava algumas barracas de artefatos... deuses, é até bom saber que não perdeu a memória na queda do desmaio — explicou aliviado, entregando o copo que segurava a Jeonghan — Beba um pouco de água, ok? Você ficou desacordado e seguiu dormindo um tempo depois até agora durante a madrugada, precisa se hidratar e comer

Obrigado...?

— Seungcheol — completou — Choi Seungcheol, enquanto a você?

Yoon... Jeonghan — murmurou um pouco lento, conforme a água ajudou-o a recuperar sua voz aos poucos. E aqueles olhares alheios atentos em si... eles não ajudavam-no nem um pouco a se concentrar em uma resposta — Eu... sou morador de Yauska e... uhm...

Eternal Happiness • jeongcheolOnde histórias criam vida. Descubra agora