Carinho

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— Jisoo!

O homem acelerou os passos pelo corredor largo assim que escutou e reconheceu de quem vinha aquele simples chamado, fingindo estar entretido no pergaminho sem ouvir nada ao seu redor e quase dando de cara com um dos pilares que sustentavam o primeiro e outros andares do castelo; conforme sentia necessidade de afastar-se o mais rápido possível de quem tentava o dirigir a palavra por quase uma semana inteira desde a coroação, para o seu próprio bem mental e emocional.

Bom, pelo menos era isso o que tentava por em sua cabeçinha confusa.

Há uma semana atrás, havia ido para a tão esperada primeira coroação do reino de Novaly com Lee Seokmin, o guerreiro de porte grande e um sorriso quadrado que deixava todo mundo encantado e autor do convite sutil — qual aceitou sem nem pensar duas vezes. Tudo parecia bem aquela noite, os amigos conversavam, riam e se divertiram, até mesmo Junhui, que notou ser bem introvertido tanto em meio a multidões quanto sozinho, estava confortável com Wonwoo e os outros; Seungcheol e Jeonghan chegaram a fazê-los companhia por algumas horas após os cumprimentos finais e o lindo casamento entre Mingyu e Minghao, porém, ele não havia visto que horas tinham subido para os aposentos reais, já que deixou a festa ainda no início e voltou apenas para comer algo com muita insistência do medi-bruxo com óculos redondos.

Aquele selinho... o maldito selinho que ainda sentia o toque mesmo depois de tantos dias.

Seu coração já palpitava o bastante quando estava próximo dele, era praticamente surreal a forma que Seokmin mexia consigo e deixava-o sem todos os lados estando este fazendo qualquer coisa que envolvesse existir e ser lindo... e aquilo ainda acontecia repentinamente? Sorrir, caminhar ou respirar não era o suficiente para o guerreiro quando o assunto se tornou atingir o coração de Jisoo em cheio?

Sabia que estava sendo infantil em partes e precisava ouvir suas explicações sobre o ocorrido curioso, mas... era difícil quando até mesmo ele ficou confuso com o ato suave repentino que recebeu naquela noite.

Com que cara iria encará-lo?, era seu pensamento durante todo aquele tempo qual fugia do guerreiro. Algo que iria ser quebrado agora, naquele exato momento.

— Jisoo! — sentiu seu braço sendo segurado com pura delicadeza como o Lee sempre o tratou, parando o caminhar apressado para encarar o guerreiro. Seokmin possuía um casaco pesado sobre o corpo, afinal, com a chegada do natal, neve e frio tomavam conta de Novaly mais rápido do que podiam imaginar.

Ele até mesmo recordava do quanto Seungcheol e Jeonghan pareciam preocupados com o povo, ao ponto de passarem de porta em porta com os guardas reais para entregarem bastante lenha e cobertores, com o objetivo de que aquela frente fria repentina não causasse danos em ninguém.

— O que deseja, Seokmin? — questionou calmo, sem encará-lo totalmente.

— Eu estou tentando conversar com você desde o que ocorreu na coroação — soltou o braço alheio cuidadosamente, suspirando aliviado quando o Hong pareceu ter desistido de fugir.

— Nós não temos o que conversar, Seok — vacilou quando usou o apelido alheio, suspirando silenciosamente — Está tudo bem

— Você sabe que temos o que conversar sim — pontuou sério, e com muito custo, Jisoo conseguiu encará-lo.

Era óbvio que Seokmin estava preocupado consigo, querendo ou não, fora ele quem iniciou o toque e com certeza sentiu-se culpado com aquilo por mais que aquele tenha sido o selinho mais significativo da sua vida; ele podia ter ficado com milhões de caras e mulheres durante as grandes festas de Implo — local que gostava de frequentar em seu período de descanso, quando Samuel vinha de Sora para substituí-lo —, mas nenhum tocar de lábios foram como o que recebeu do Hong.

Eternal Happiness • jeongcheolOnde histórias criam vida. Descubra agora