PRÓLOGO

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Ela é imperfeita, mas tenta

Ela é boa, mas mente

Ela é dura consigo mesma

Ela está destruída, mas não pede ajuda

Ela é confusa, mas é gentil

Ela é solitária na maior parte do tempo

Ela é isso tudo misturado

E assada em uma linda torta

Ela se foi, mas costumava ser minha

She Used To Be Mine - Sara Bareilles









Nancy

-Que lindo! Nancy. - A professora disse analisando o desenho que eu havia feito - A proposito feliz aniversário

Eu estava fazendo seis anos naquele dia, ela sabia disso, pois, sempre tinha a data de nascimento dos alunos do lado de cada nome na chamada, tentei sorrir um pouco naquele dia para esquecer o que aconteceria quando chegasse a minha casa.

-Obrigado - Sorri o que julguei um sorriso largo mais sabia que ainda assim era nítido, as bolsas ao redor dos meus olhos estarem roxas indicando que eu não dormia há dias.

-Será que posso te dar uma abraço? - Perguntou achando estranho meu desconforto

-C... Claro... - Respondi como qualquer outra criança responderia naquela idade

Mas não evitei a careta que apareceu em meu rosto quando seus braços tocaram as minhas costas

-AI! - Reclamei

Ela se afastou do abraço quase que imediatamente preocupada

-Algum problema? - Questionou me encarando

-Não - Forcei um sorriso

Eu estava ficando boa nisso para a alegria de mamãe

Mas pelo visto não estava tão boa, pois naquele dia a professora me entregou um bilhete e avisou que queria conversar com mamãe para o meu azar eu saberia o que aconteceria quando ele lhe entregasse o bilhete ela me culparia por não estar sabendo mentir bem e me castigaria eu ainda sentia nas costas o peso do ultimo castigo...

-Vamos logo - Mamãe me puxou pela calçada me fazendo tropeçar nas minhas próprias pernas - Eu não tenho o dia todo

-Tudo bem mamãe - Disse de cabeça baixa

-Garota patética - Suspirou soltando minha mãozinha e notei que havia ficado vermelha por causa do seu aperto - Eu definitivamente preciso de um cigarro...

Ela verificou se estávamos longe o bastante da escola como sempre fazia e acendeu seu cigarro rotineiro e quando finalmente assoprou a fumaça não consegui evitar a tosse já que o vendo a havia levado diretamente para meu rosto

E então ao reparar meu desconforto ela começou a gargalhar alto

-Mamãe - Chamei-a depois de um tempo um pouco receosa pelo que eu sabia que viria a seguir

Doces e Malícias (Livro 4) - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora