CAPÍTULO 2

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Tomaram mais do que eu dei

Não é fácil saber

Não pareço nada quem eu costumava ser

Embora seja verdade

Que nunca fui o centro das atenções

She Used To Be Mine - Sara Bareilles















Nancy

-Vamos lá faça o que você veio para fazer - Ele tentou tocar em mim mais eu me esquivei

-Desculpe - Disse envergonhada - Mas eu não consigo

-Eu estou pagando por tanto deve fazer o que eu quiser - Rugiu entre dentes

-Eu devolvo seu dinheiro de volta - Ofereci

-Eu não quero o dinheiro de volta eu quero um bom foda e você vai me dar isso agora - Disse transtornado

-Não! - Gritei quando ele me agarrou pelos braços e me jogou na cama

Eu precisava agir rápido ou então ele me estupraria ali mesmo naquele quarto de motel imundo

Foi pensando nisso que quando ele se jogou em cima de mim tentando me tomar a força eu dei uma joelhada certeira fazendo com que ele urrasse de dor e caísse da cama com as duas mãos sobre suas preciosidades que haviam levado um chute daqueles

Não esperei que ele se recuperasse e sai correndo do quarto sem me importar se ainda estava de lingerie ou não eu só queria sair dali ir para o mais longe possível de tudo

Eu era só uma garota tola recém-completados vinte anos de idade que a se ver passando necessidade recorreu a métodos baixos como a prostituição, mas eu não consegui ir até o fim e desisti daquela loucura a tempo.

Um resmungo baixo me despertou das minhas lembranças me fazendo encarar mamãe quase que imediatamente dormindo tranquilamente em sua cama

Sim eu a havia levado até lá para que dormisse mais confortavelmente

E que bom que mamãe me despertou dessa lembrança em especial já que essa de longe não era minha lembrança favorita

Depois do que eu quase passei na mão daquele cara nojento resolvi fazer algumas aulas de autodefesa

Prometi a mim mesma que jamais deixaria alguém voltar a me machucar

Meu celular começou a tocar no bolso do meu jeans e suspirei eu já sabia quem era Edyth não era de desistir

Olhei a tela do celular mesmo já sabendo quem era e confirmei minhas suspeitas quando o nome de Edyth apareceu na tela

Fiz menção de desligar mais uma vez mais antes que eu o fizesse a chamada cessou

Eu era uma péssima amiga

Antes que eu pudesse voltar a guardar o celular ele vibrou na minha mão me fazendo encará-lo quase que imediatamente e pela barra de notificações eu vi a mensagem de minha amiga

Nancy o que é que tá havendo? Eu estou preocupada! Você sabe que pode contar comigo não pode fugir de mim para sempre, por favor, me liga.

Meu coração se encolheu com a mensagem, mas eu não estava pronta para falar com ela pelo menos não ainda

Eu não estava preparada para falar com ninguém sobre os meus problemas

Dei uma ultima olhada em mamãe dormindo tranquilamente e caminhei até a porta de casa a trancando em seguida e passando o cadeado escondi a chave da porta em cima da geladeira e a do cadeado mantive comigo

Eu sempre fazia aquilo para a segurança de mamãe já que outras vezes com a sua falta de memoria ela havia tentado fugir de casa pensando que estava na casa errada então eu não só trancava, mas passava o cadeado também

Caminhei a passos largos até o banheiro para tomar um banho demorado já que nossa casa era simples e por isso só havia um banheiro do lado da sala

...

-Quem é você? - Mamãe questionou assim que a acordei pela manhã

-Sou eu mamãe - Me ajoelhei para ficar na altura dela na cama - Sua filha

-Filha? - Coçou a cabeça confusa - Eu tive filhos?

-Só uma filha - Segurei em uma de suas mãos carinhosamente - A senhora se lembra de mim?

-Eu... - Disse mais confusa ainda e coçava sua cabeça insistentemente - Você é a Angélica né?

-Não mamãe - Disse acolhedora - Esse é o nome da sua irmã

-Irmã... - Ela parecia testar as palavras em sua boca e em seguida me encarou com profundo espanto - Eu te conheço?

-Sou Nancy mamãe - Senti lagrimas virem aos meus olhos - Sua filha...

-Ah minha Nancy - Disse e beijou minha testa - Minha menina

-Oh mãe - Solucei alto

-Porque chora minha filha? - Perguntou e eu não conseguia dizer mais nada só chorar

Algumas vezes ela ficava confusa e outras conseguíamos fazer com que ela se lembrasse

-Não é nada - Limpei meu rosto com as costas da mão

-Eu já disse para não trabalhar tanto vamos conseguir nos virar - Disse se lembrando de uma conversa que tivemos pouco antes da descoberta do Alzheimer

-A senhora se lembra - Sorri em meio a lagrimas

-Claro que me lembro - Riu - Como eu poderia me esquecer de qualquer coisa relacionada a você? É minha filha

-Ah mamãe eu te amo tanto - A abracei apertado

-Eu também te amo querida - Sorriu e de repente seu olhar ficou desfocado olhando para além de mim - Mas...

-O que foi mamãe? - Eu quis saber

-Aquele sem vergonha do senhor Wilson não se cansa de vir me cortejar acredita nisso Angélica eu já disse mil vezes para ele que só quero sua amizade, mas ele não acredita homenzinho descarado - Disse com seriedade - Você que deveria se casar com ele Angélica sempre quis construir uma família cedo eu por outro lado...

-Claro - Foi tudo o que respondi mamãe havia se perdido de novo na confusão de suas memórias

-Eu já te contei que entrou uma aluna nova na minha classe? - Mamãe me perguntou e me surpreendi pois aquela memoria era nova ela nunca havia me dito algo parecido ao me confundir com a irmã

-Não acho que você se esqueceu de me contar - Disse dando mais corda para que ela continuasse a falar

-Ela é tão linda - Mamãe sorriu - O nome dela é Nancy... Parece tão frágil a pobrezinha... Mas no que eu puder ajuda-la eu farei... Não sei sinto que aquela garotinha vai mudar a minha vida para sempre... Que foi Angélica porque está chorando?

Só então eu percebi que havia voltado a chorar descontroladamente

-Não é nada - Sorri e me levantei do chão apenas para lhe beijar a testa - Obrigada...

-Porque você está me agradecendo Angélica? - Mamãe perguntou confusa

-Por tudo - Disse visivelmente emocionada

Tia Angélica chegou pouco tempo depois disso para ficar com mamãe em quanto eu iria trabalhar na agencia como modelo

Apesar de trabalhar de modelo eu não ganho tão bem para os remédios, as contas e a comida por isso estava atrás de um outro emprego que graças a Carla consegui eu era modelo fotográfica mais por causa do meu porte algumas vezes consegui desfilar em uma passarela o que foi a realização de um sonho já que amava modelar mais meus sonhos teriam que esperar eu só tinha que cuidar de mamãe no momento como ela havia cuidado de mim

Doces e Malícias (Livro 4) - CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora