Doces e Malícias (Livro 4) - CONCLUÍDO

CAPÍTULO 7

Não estou tentando ser diferente

Não estou tentando ser descolado

Só estou tentando me entregar a isso

Diga-me, você também está?

Dusk Till Dawn - ZAYN e Sia

Nancy

Que vergonha Nancy Gallagher

Gemer para o cara no elevador sério?

Tenho vontade de me bater assim que fecho a porta atrás de mim só não o faço porque minha tia solta um grito de emoção ao ver mamãe adentrar a casa comigo

-Ah Angel - Tia Angélica abraça a irmã chorosa

-Eu te conheço? - Minha mãe se vira para a irmã

-Sim - Minha tia disse sem se afetar com a falta de memoria da irmã

-Como a encontrou? - Hunter quis saber e tinha um sorriso iluminado no rosto e só então me dei conta da saudade que eu sentia dele

-Por acaso do destino ela foi parar na casa do Gavin - Dei de ombros colocando a chave na mesinha de centro

-O policial? - Hunter inquiriu sem acreditar e eu dei um breve aceno - Que sorte a então

-Você se alimentou bem? - Tia Angélica perguntou para mamãe que coçou a cabeça e não sabia o que responder para mamãe - Vou preparar uma sopa bem caprichada para você o que acha?

-Acho uma ótima ideia - Mamãe fez uma careta - Você não tem noção da coisa horrível que servem naquela escola um dia algum aluno vai dar entrada no hospital com intoxicação alimentar

Ambos rimos e tia Angélica saiu guiando mamãe para seu quarto e foi para a cozinha em seguida preparar alguma coisa para mamãe comer

-Então... - Hunter coçou a cabeça sem jeito quando se voltou para mim e parecia um garoto falando com a garota que estava a fim pela primeira vez

Ainda bem que já havíamos passado daquela fase

-Sim? - Disse com um sorriso

-Quanto tempo né - Sorriu

-Pois é - Dei de ombros

-Você sumiu desde...

-A doença de mamãe - Completei - Mas você também esteve ocupado com a faculdade

-Eu senti sua falta - Confessou

-Também senti a sua - Disse com seriedade

E então ele me puxou de encontro ao seu corpo para um abraço apertado

-Ah Nancy... - Murmurou contra meus cabelos

-As coisas andam tão difíceis Hunter... Ainda mais sem você aqui - Chorei, pois com ele eu poderia ter certa intimidade nos conhecíamos bem demais para que eu cogitasse esconder alguma coisa dele

-Eu sei - Limpou meu rosto banhado em lágrimas com a mão - Me desculpe por isso eu prometo que nunca mais vou sair de perto de você

-Acho bom - Inquiri ao me afastar - Eu fiquei perdida desde a descoberta da doença

-Agora estou aqui - Levou minha mão aos seus lábios perfeitos e a beijou

Hunter Gallagher se formou em medicina e era profundo orgulho para a família, mas sua faculdade ficava em outra cidade terminamos pouco tempo depois de ele se mudar para o campus e parei de manter contato quando descobri a doença de mamãe pois Hunter era o único capaz de me inibir de minhas emoções e eu não estava pronta para falar sobre elas pelo menos não ainda

Hunter sempre seria uma parte importante na minha vida e uma parte fundamental, mas eu não conseguia sentir nada além de uma bonita e profunda amizade

Acho que até isso aquela mulher tirou de mim a capacidade de sentir alguma coisa mais profunda por alguém pois sempre que passava a sentir algo a mais do que o casual eu dava um jeito de pular fora

Confiança para mim sempre foi algo bem difícil e saber lidar com o que eu estava sentindo também

-Já que tia Angel voltou para casa... - Sorriu em quanto entrelaçava os dedos nos meus - Podemos colocar o papo em dia

-Claro... - Sorri e assim nos acomodamos no sofá da sala

...

-Era ela mesmo? - Carla perguntou no dia seguinte assim que cheguei ao restaurante

Eu havia dito a Carla que possivelmente mamãe havia sido encontrada quando pedi para sair mais cedo do serviço

-Por sorte era - Comemorei

-Graças aos céus - Disse elevando as mãos como que agradecendo

-O que foi amor porque tanta euforia? - Jamil perguntou se aproximando da esposa

-A mãe de Nancy... - Carla inquiriu visivelmente emocionada - Voltou para casa

-Ah filhinha que alegria - Jamil me surpreendeu com um abraço de urso desses que levantam a pessoa do chão sabe?

-Eu quero agradecer a vocês - Disse assim que Jamil me colocou no chão

-Pelo que? - Carla inquiriu confusa

-Por tudo - Disse com sinceridade - Se não fosse pelo apoio de vocês eu não conseguiria passar por essa barra

-Ah querida - Carla sorriu - Queria que você pudesse se ver como nós te vemos

-Como assim? - Disse sem entender

-Nós enxergamos o melhor de você - Jamil completou - Uma pena que você não enxerga o mesmo

-Assim vocês vão me fazer chorar - Disse visivelmente emocionada

Eu que sempre me considerei uma pessoa forte estava virando uma manteiga derretida

-Com ou sem a gente você passaria por essa barra e sabe por quê? - Carla segurou firme em uma das minhas mãos

-Por quê? - Eu quis saber

-Porque você é a pessoa mais forte e determinada que nós conhecemos - Ela sorriu acolhedora

-Ah Carla...

-Me diz que esse choro é de alegria - Me virei assim que ouvi a voz de Rose Mary

Eu fiquei tão feliz em ter encontrado mamãe que havia me esquecido de avisar aos demais

-Encontrei minha mãe - Soltei e minha amiga correu para me abraçar

Não sabia como ela conseguia correr em cima de salto quinze mais essa era minha amiga

-Ah Nancy - Chorou

Rose Mary era o tipo de amiga que eu podia contar para todas as horas e mais um pouco aquele tipo de amiga que se precisasse descer do salto para brigar ela o faria

-Chega de choro hoje é dia de alegria - Jamil ralhou fazendo com que Rose Mary e eu nos afastássemos do nosso abraço desajeitado

-E eu preciso trabalhar - Comentei me despedindo deles mais apenas para andar entre as mesas e atender a um casal que esperava sua mesa ficar pronta - Por aqui, por favor, me acompanhem até sua mesa

À medida que ia levando o casal para sua mesa olhei para os três e eles sorriram em minha direção

E pela primeira vez eu sentia que minha vida estava entrando nos eixos ou quase só falta uma coisa para minha felicidade ficar completa

Edyth

Eu precisava responder as inúmeras tentativas de minha amiga falar comigo só esperava que ela me perdoasse e compreendesse a minha distancia