───── CAPÍTULO UM. ✰

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CAPÍTULO UM 一 efeitos colaterais.


- Joui, eu posso entrar?

A voz de sua irmã mais velha fez os olhos do japonês se abrirem, assustados. Joui não conseguiu fazer nada por longos minutos, sentindo seu corpo dolorido. Suas pernas e braços doíam, assim como sua cabeça. Mas ele ignorou a dor e estranhou estar em sua cama.

Tateou o lençol, com confusão. Sua última memória foi no beco, na noite passada. Isso faz Joui ficar apavorado e se levantar rapidamente, percebendo que não estava paralisado, só doía muito quando se mexia. Ele correu até o espelho no canto de seu quarto, com um pouco de dificuldade e virou a cabeça para o lado, olhando com terror para seu pescoço.

Tinham dois buraquinhos ali, perfeitos, e a área envolva da mordida estava avermelhada. Também sentia que estava inchado e ainda mais doído que o resto do corpo. O Jouki tentou tocar, mas se arrependeu e afastou sua mão. Sua mente agora trabalhava em outra coisa.

Ele, filho do maior caçador de vampiros que já existiu, foi pego e mordido. Seu pai o mataria se visse aquilo. O xingaria e provavelmente o daria uma bela surra. Sua mãe choraria de pavor e o proibiria de trabalhar no castelo. E sua irmã...

- E-espera, Yuki, eu tô me trocando! - diz de repente, encarando a porta, lembrando da presença dela. Duvidava que ela ainda estivesse ali, tendo passado muitos minutos, mas tinha que trocar de roupa antes de vê-la.

- Tá tudo bem, eu não quero entrar. Só vim te avisar que eu vou sair com a mamãe, e... O papai quer falar com você. - ela diz em tom preocupado. Sabia da cobrança incessante do pai para o irmão, e não gostava nada daquilo. - Até mais, Jojo.

- Até, Yuki, e obrigado por avisar!

Joui agradece mentalmente enquanto vai até seu armário. Ele abre com pressa e começa a revirar suas roupas à procura de uma específica. Permanece ali por alguns minutos até achar a peça que queria; uma blusa vermelha, de mangas longas e gola alta. Perfeita.

Depois de vesti-la junto de uma calça preta, Jouki sai de seu quarto e desce as escadas. Decidiria o que faria a respeito daquela mordida mais tarde. Assim que pisa no primeiro andar, seu pai, Fuyuki, aparece.

Ele e Joui não são muito diferentes, mas o mais velho tem feições mais duras, pela expressão mal humorada que sempre carregava. Os olhos eram mais estreitos e raivosos e ele tinha uma barba para cortar, além dos cabelos serem bem mais curtos.

O homem estava vestido com seu casaco característico, o qual sempre diz ser de um vampiro que ele mesmo matou, e resmunga alguma coisa para si mesmo.

Quando vê o filho, ele arruma o casaco, começando a falar. Parecia estar o esperando.

- Você tem sorte de hoje ser a sua folga, garoto. Dormir até tão tarde, mesmo sabendo que tem tanta coisa para fazer é uma vergonha, sabia?. - o mais velho diz raivoso, não disfarçando seu nojo, e Joui assente em silêncio. Ele já se acostumou.. - Anda, vai tomar seu café. Vou estar te esperando você sabe onde.

Toda quarta-feira, Joui é liberado de seus afazeres com o príncipe, e tem o dia livre. Mas seu pai logo deu um jeito de deixá-lo ocupado, o levando para caçar vampiros. É claro que o japonês odeia isso - é uma perda de tempo porque nunca acham nenhum -, mas não pode e tem medo de reclamar.

O Jouki caminha até a cozinha, suspirando. Justo em sua folga, sua mãe e irmã saem de casa. Comer o café da manhã sozinho não é muito legal, ele prefere comer conversando com elas, mas não tem opção. Ele não enrola muito e come sua comida com pressa. Quando termina, lava seu prato, pega sua bolsa, espingarda e sai de casa. Seu pai já saiu há vinte minutos, então provavelmente já chegou no lugar combinado.

Dangereux. (jo.el)Onde histórias criam vida. Descubra agora