───── CAPÍTULO QUATRO. ✰

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CAPÍTULO QUATRO 一 Trabalho fácil.



— Obrigada por experimentar as peças, César, e peço perdão por qualquer incômodo. Vou trocar a cor e te trago amanhã.

— Não foi nada, não precisa ser tão formal. E obrigada, Yuki.

Joui observava a irmã e o amigo na porta do quarto, os dois se despedindo sem muita intimidade. Assim que a jovem saiu, depois de ter feito o príncipe experimentar a maravilhosa vestimenta que vinha trabalhando, César solta um alto suspiro e se aproxima de sua cama, onde o japonês está sentado.

— Odeio isso. Por que meu pai se importa tanto com o que vou vestir? É só um Baile de Inverno... — o príncipe se pergunta, sentando-se ao lado do amigo. — Coitada, eu devia ter dito que não precisava trocar a cor.

— Não quebra a cabeça com isso, César. A Yuki adora trabalhar pra você, e tenho certeza de que não vai ser um incômodo fazer tudo de novo. Ela mesma me disse. — o Jouki responde honestamente, e o outro assente, relutante.

— É, mas não curto dar trabalho pros funcionários. — diz envergonhado, e os dois ficam em silêncio.

Joui quis dizer que a maior parte dos funcionários que trabalham para César adoram o serviço, porque além de ganharem absurdamente bem, quase não tem trabalho. O japonês não sabe como estão os funcionários do príncipe ou os da rainha, então só pode opinar sobre os de César.

Ele é um deles, afinal. Trabalha para o príncipe a anos, e nunca teve sobre o que reclamar.

— Bem, deixando isso de lado... Você falou com o Samuel? Tiveram um encontro? — Joui decide quebrar o silêncio e encara o amigo, que fica vermelho. — O que?

— Não tivemos um encontro. Mas consegui convidar ele pro Baile. — disse abobado, brincando com os próprios dedos.

Jouki o encarava com um sorriso. — Tô muito orgulhoso de você! Finalmente deixou a vergonha e a timidez de lado, hein?

— É, mais ou menos. — César coçou a nuca de modo nervoso, apesar de não deixar de sorrir. — Ele... adivinhou que eu ia fazer o convite e aceitou. Antes de eu dizer qualquer coisa...

O guarda deu uma risada baixa. Era a cara deles acontecer algo assim! Joui torcia para que o amigo tivesse conseguido falar com o jornaleiro e tivesse vencido toda aquela vergonha, mas daquele jeito também era muito bom.

— Parabéns, amigo. Vocês finalmente vão terminar como deveriam. — o japonês diz com um sorriso fraco na direção do príncipe, que ri, envergonhado, e assente.

— É, acho que sim... — ele diz baixo, brincando com o tecido de sua calça. — Mas e você?

— Hm? O que tem eu?

Os dois trocam um olhar rápido. César dá de ombros.

— Sei lá. Achei que você teria um par pra vir com você. — César murmura, voltando a encarar o chão. — Achei que... Tinha convidado a Erin.

Joui sorri e nega. — Nunca gostei da Erin, César, você sabe disso. Acho que ela gostava de mim, mas... Totalmente platônico. E ela é nova demais pra mim.

— Ela tem dezoito, Joui. Você tem vinte e um.

— Continua sendo nova. — o Jouki diz, e César assente. Ainda sem olha-lo. — Além do mais, não tenho porque convidar ela, nem ninguém. Tenho que trabalhar, lembra?

— Ah, é mesmo. — o Cohen bufa, negando com a cabeça. — Não sei porque meu pai quer tanto que você trabalhe. É um baile, uma festa, pra todos se divertirem. Mas não... Ele quer MESMO que você trabalhe. Que idiota.

Dangereux. (jo.el)Onde histórias criam vida. Descubra agora