CAPÍTULO CINCO 一 pensamentos profundos.Joui costuma acordar às nove e meia toda manhã. Porque assim tem tempo de organizar seu quarto, tomar um banho, se trocar, tomar seu café da manhã e ajudar sua mãe com o almoço antes de sair para trabalhar.
Mas naquela sexta-feira, ele pediu para Yuki acordá-lo um pouco mais cedo. Às oito em ponto ele já estava em pé, parado em frente a sua casa, não muito arrumado. Vestia roupas nada formais, mas confortáveis. Seu pai tinha saído a poucos minutos, porque saía muito cedo, e sequer o cumprimentou. Ainda tentava capturar o tal vampiro que ouviu falar.
Às oito e quinze, Joui finalmente viu Samuel chegando. O homem negro carregava sua bolsa de couro enorme e tirava algo de dentro. Ele atirou um jornal na casa vizinha a dos Jouki, então avistou o japonês e sorriu.
- Opa, Jouizão'! Acordado a essa hora? - Samuel faz um toquinho rápido com Jouki, que ri fraco. Seu sotaque é o mais diferente que ele já ouviu, depois do Rei.
- Sim, é que preciso falar com você.
O Norte assente e tira um jornal do bolso, jogando na porta da casa do mais novo.
- Beleza, fala no caminho. - Samuel diz simples e começa a andar para a próxima casa. Joui se apressa e começa a segui-lo. O carioca boceja alguns segundos depois de jogar o próximo jornal. - Não sei porque ainda escrevem essas coisas. Ninguém nunca lê.
- Meu pai lê. - Joui murmura, e Samuel sorri.
- Babacas não contam, Jouizinho. - ele zomba, sem parar de andar. Joga mais um jornal antes de voltar a falar. - 'Cê viu as duas vampiras que apareceram por aqui?
O japonês concorda com um aceno de cabeça. - Vi. Eu estava lá quando os Fritz apareceram.
- Sério? E como elas eram? - o Norte pergunta genuinamente curioso. Joui dá de ombros.
- Uma tinha cabelos pretos, a outra era morena. Uma estava mais machucada que a outra. Elas vestiam roupas... Normais, e... Estavam bem ensanguentadas. - Joui diminui o tom de voz, e Samuel solta um arzinho pelo nariz. - Por que tá interessado?
O carioca ergue uma sobrancelha e joga um jornal, então vira a direção. Estavam indo para outra rua.
- Não tô interessados nelas, mano. Eu já sou de outro. - ele diz com um sorriso de canto. O Jouki sorri.
- Ah, disso eu sei. E toda a cidade devia saber também... - o japonês murmura, e seu olhar se concentra em uma mulher do outro lado da rua. Ele franze o cenho ao perceber a piscada que ela deu para Samuel, e o carioca também percebeu, mas ignorou e agarrou outro jornal.
- Nah, tô tranquilo. A gente não tem rolo nenhum ainda, e não sei se o cabeludo estaria afim de expôr nosso- Quero dizer, expôr um possível relacionamento pro reino todo. - Samuel se afoba, e suas vermelhas adquirem uma coloração mais avermelhada. A visão faz Joui sorrir. - Enfim. Não sei se pegaria bem pra imagem dele...
- Espero que isso não te impeça de tentar começar algo com ele. Sei que é difícil porque ele é um príncipe, mas você não pode desistir.
Joui não sabia direito o que estava dizendo, só queria impedir Samuel de ter poucas esperanças. Mas ele percebe que disse a coisa certa quando o carioca sorri fraco.
- Não vai me impedir, não. Eu sou um homem convicto, Jouizinho. - o Norte diz com confiança, jogando outro jornal.
Eles passam alguns minutos sem falar nada importante. Samuel é alguém bem alto astral, então não é difícil dar boas risadas com ele, sem perceber o tempo passar. Quando Joui vê, está perto da casa dos Fritz. Por algum motivo, ele se sente estranho, mas decide ignorar e tocar em outro assunto.
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Dangereux. (jo.el)
RomansaJoui Jouki é o filho mais novo do caçador de vampiros mais famoso na região. Seu pai foi conhecido por ter matado inúmeros vampiros sem piedade alguma e, ao longo dos anos, tentou fazer o filho seguir a mesma linha que ele. Falhou miseravelmente, po...