Omar

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O som irritante do meu celular me faz retornar a sala, já que o esqueci no sofá. Alguém me ligava e logo atendo. Mais uma denúncia anônima, mais um trabalho. Trabalhar como assassina de aluguel não é nada fácil, principalmente quando você tem que matar alguém em público. Um criminoso, óbvio, não mato inocentes. Recebi informações sobre o alvo: era ator e dono da maior empresa de LosAngeles, cometeu fraude e violência física e psicológica. O nome dele? Eu mesma dou a ordem de não me informarem isso, talvez assim fique mais fácil de seus espíritos não me perturbar pelo resto de minha vida.

Analisei por alguns instantes a foto recebida. O homem era sério, seus fios eram negros e seu rosto não demostrava quaisquer emoção. Realmente, ele tem que ser morto. Posso sentir a frieza desse ser apenas visualizando essa imagem. Logo me arrumei, pegando a bolsa de um violão, onde tinha uma sniper, pois irei atirar de longe, já que será uma abertura de seu novo filme, assim quando o mesmo estiver parado no tapete vermelho, será o momento perfeito para meter uma bala em sua cabeça.

Com certeza o indivíduo ameaça ou suborna seus companheiros de trabalho e os policiais, ele tem esse poder.

Com tudo pronto, subi em minha moto, dando partida ao local onde seria realizado o assasinato.

Chegando próximo, era possível ver seus fãs com cartazes e o capacete abafava seus gritos. Subi o Chegando próximo, era possível ver seus fãs com cartazes e o capacete abafava seus gritos. Subi o morro, encontrando meus parceiros de fuga, para não correr o risco de ser pega. Ficamos em um viaduto com minha equipe fechando a passagem, para que os motoristas não nos atrapalhassem. Posicionei o sniper no muro, me curvando um pouco para observar pela mira. Todos batiam palmas, ansiosos para que o grande ator aparecesse, fotógrafos olhando de um lado pro outro, para qualquer movimento importante, suas câmeras capturarem as imagens.

- Aquele ali é uma das vítimas que sofreu agressão psicológica pelo alvo, porque iria expor seu comportamento na mídia. Andei investigando. - Explicou Jack ao meu lado. Tenha cuidado, qualquer coisa eu lhe aviso. Liga o fone. Logo se retirou, rumo para plateia, caso meu sniper não desse conta, porém duvido muito disso.

Uns minutos se passaram e logo algumas pessoas tiravam fotos no tapete vermelho.

- Ele será o último a entrar, fica esperta. - Escutei

a voz do outro pelo fone de comunicação em meu ouvido.

-Se me der ordens, minha bala vai acertar você. - Apertei o botão, ditando de maneira rude. Odeio receber ordens.

Me concentrando, prestei atenção nos que saiam, em seguida o homem de terno preto, com sua expressão séria. Pela mira o observei mais de perto, analisando cada detalhe de seu rosto.

- O quê? - Arregalei os olhos e perdi o ar quando

o mesmo sorriu. O mesmo sorriso quadrado de sempre. - Não pode ser. - Pisquei diversas vezes, finalmente reparando na semelhança que aquele homem tinha com o jovem de anos atrás. Omar Shanaa...

Como um filme, minha mente vagou em lembranças do passado. Meu primeiro amor. Me recordo de como o meu Omar era carinhoso e inocente no ensino médio. Sua bondade contagiante me deixava sorridente, a forma que ele combatia o mal em seu redor era impressionante e raramente o via triste.

- É ele mesmo o alvo? - Questionei, sem
acreditar.

Sim, S/N, atire! Respondeu de maneira
desesperada.

Posicionei meu dedo no gatilho, no qual paralisou, sem querer realizar a próxima ação. Eu não consigo.

- Cancelar missão! - Berrei, apertando o botão do fone.

Como assim? Não podem...

-Eu que mando. Recuem agora!

(...)

Minha respiração está descompensada, enquanto abraço meus joelhos sentada no chão de uma rua vazia, próxima a saída da grande empresa, aguardando o homem que conheci anos atrás. Me sinto tão confusa. Como alguém tão doce se transformou num alguém extremamente amargo?

sinto tão confusa. Como alguém tão doce se transformou num alguém extremamente amargo?

Um carro passou por mim, parando na frente das portas grandes. Me coloquei de pé, me aproximando devagar. O moreno saiu com as mãos nos bolsos, pronto para entrar no veículo.

Omar! - Chamei seu nome, o vendo parar e procurar, logo fazendo nossos olhares se encontrarem. Seu sorriso tomou seu rosto. Podemos conversar? Ele pediu para que o motorista esperasse ali e se aproximou com passos ágeis.

-Eu não acredito que te encontrei. - Me puxou para um abraço apertado, me fazendo retribuir.

Seu perfume agora era mais forte e pesado, estava mais alto e forte. Além de que sua voz se tornou mais grave. Por um segundo, pensei que iria chorar de saudade pelo menino que antes ele era.

- Como você está? - Perguntou eufórico ao me soltar.

-Não muito bem. E quanto a você?

- Muito bem agora. Mas o que aconteceu?

-Não sei, me diz você. - Vi seu semblante se tornar confuso. No que você se tornou OmarShanaa? Suspirei, cruzando os braços.

-Não sei do que está falando.

- Sei tudo que fez e ainda faz. Perdeu um parafuso? - Elevei um pouco minha voz, assim ele se tornou mais próximo.

- Fala baixo. Ditou entredentes. - Não sei o
que está falando!

-Sabe sim! Sei exatamente tudo. Me tornei uma péssima pessoa, como sempre demonstrei no passado. É o meu jeito. Mas você? - Passei os dedos entre meus fios de cabelo, frustrada.

Não é da sua conta.

- Sou uma assassina, Omar. Estou ciente que sou uma criminosa e não faço isso porque gosto, mas sim porque acabo com vidas de miseráveis. - O mesmo ficou com a boca entreaberta. Nunca imaginei que você seria alguém que eu deveria matar.- Minha voz saiu fraca, logo encarei suas íris que não desviaram em nenhum momento.

- Você não consegue.- O toque de sua palma fria em minha bochecha, causa um arrepio por meu corpo. - Não vai apagar nosso passado juntos. Infelizmente, não era para ser, mas agora as coisas mudaram. - Me senti fraca, como se estivesse sendo hipnotizada. Ele estava certo.

- Você mudou. -Segurei sua mão, sentindo seu polegar fazer carinho.

- O mundo e as pessoas me mudaram. - Sua destra foi pra minha cintura, me puxando para mais perto, me permitindo sentir sua respiração bater em meu rosto. Para viver nesse mundo, é preciso agir da mesma forma que ele. De maneira cruel, princesa.













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                            <Autora>

▲ Aviso: isso tudo é uma ilusão, um mundo ficticio, não tem a intenção de influenciar ninguém a matar ou fazer o mal, viu! Pelo amor de Deus!!!

Espero que gostem e desculpe qualquer erro de escrita.

imagine~ EliteOnde histórias criam vida. Descubra agora