Observava de relance o vento bagunçar os cabelos de minha mãe, que gargalhava de forma animada enquanto eu acelerava. Sorri, satisfeita em ouvir o som de sua risada.
Desacelerei o carro quando nos aproximamos do parque principal da cidade. Estacionei o carro, subindo o capô do mesmo. Desci do veículo, abrindo o porta malas e puxando de lá a cadeira de rodas da mais velha. Abri a porta, ajudando a mulher a se sentar na cadeira.
Comecei a empurrar a cadeira calmamente enquanto passeávamos pelo parque. A mulher olhava tudo a sua volta com um sorriso gentil. Nos aproximei de um carrinho de uma sorveteria que ficava por perto, me abaixei em frente a minha mãe.
-Certo mama, se Aiko perguntar, não fui eu quem lhe dei sorvete.- Sorri, levando meu indicador aos meus lábios.- Será o nosso segredo, ok?
-O nosso segredo.- Repetiu, levando o indicador aos lábios, demos risada da cena. Paguei os sorvetes e entreguei para a mais velha.- E então, algo novo para me contar?
-Nada demais, o clube continua a mesma coisa, nosso grupo cresceu, Shinsuke continua insistindo em conversar...- Pontuei enquanto me deliciava em meu sorvete sabor "unicórnio".
-Quando vai dar uma chance a Shinsuke? É um bom menino!- Ela o defendeu, a olhei com um beicinho emburrado.
-Não defenda ele, mama!- A repreendi, ela revirou os olhos, suspirando por fim.
-Como o grupo cresceu? Estou com saudade dos meninos.- Disse com um pequeno sorriso sincero.
-Eles também sentem saudades da senhora, mama.- Sorri enrugando o nariz.- Conhecemos algumas pessoas novas esse ano, a senhora amaria conhecê-los.
-É bom ouvir isso.- Ela sorriu olhando para longe.- Quem sabe um dia eu não os veja?
-Seria incrível.- Apertei levemente a ponta de seu nariz.
-Mahi, você deveria parar de me perder tanto tempo comigo...- Um clima pesado se instaurou rapidamente com o tom melancólico da mais velha.
-Se for falar bobagens de novo, recomendo que não perca seu tempo, mama.- Inconscientemente um tom ácido transbordou ao fim de minha fala, meu olhar afiado analisava as expressões da senhora Aikyo, que já possuía algumas lágrimas nos olhos.
-Mahina, você sabe que eu estou mal, não perca sua vida tentando se preocupar comigo, viva por você!- A mulher de cabelos ralos tinha a voz embargada, engoli o meu próprio choro, me mantendo firme em minha frente.
-Foda-se.- Falei simplesmente, odiava falar assim com a mulher, mas ela nunca entendia de outra forma.- Eu não ligo, pense o que quiser, fale o que quiser, eu sempre vou lhe amar com todo o meu ser, mãe!- Praticamente gritei.- Eu lhe amo demais e está tudo bem, eu vou ficar bem! Me deixe cuidar de você, me deixe lhe amar como eu devo, me deixe lhe amar como eu quero! Me permita amá-la em todos os universos, em todos os anos, em todas as vidas!
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𝑬𝒏𝒆𝒎𝒚 - Atsumu Miya
Fanfiction"𝑻𝒆𝒍𝒍 𝒚𝒐𝒖 𝒚𝒐𝒖'𝒓𝒆 𝒕𝒉𝒆 𝒈𝒓𝒆𝒂𝒕𝒆𝒔𝒕 𝑩𝒖𝒕 𝒐𝒏𝒄𝒆 𝒚𝒐𝒖 𝒕𝒖𝒓𝒏, 𝒕𝒉𝒆𝒚 𝒉𝒂𝒕𝒆 𝒖𝒔 𝑶𝒉, 𝒕𝒉𝒆 𝒎𝒊𝒔𝒆𝒓𝒚 𝑬𝒗𝒆𝒓𝒚𝒃𝒐𝒅𝒚 𝒘𝒂𝒏𝒕𝒔 𝒕𝒐 𝒃𝒆 𝒎𝒚 𝒆𝒏𝒆𝒎𝒚 𝑺𝒑𝒂𝒓𝒆 𝒕𝒉𝒆 𝒔𝒚𝒎𝒑𝒂𝒕𝒉𝒚 𝑬𝒗𝒆𝒓𝒚𝒃𝒐𝒅𝒚 𝒘𝒂...