1. "Izzie não sabe o que fazer"

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Casey: 

Izzie estava um pouco estressada por esses dias. Depois que recebeu sua carta de UCLA, ela entrou em desespero, sem saber o que faria. Mal conseguia se concentrar nas aulas, e treinava como louca. Nada que eu falasse ou fizesse a ajudava.

Me lembrei de como Izzie foi essencial pra mim, no processo de crise de ansiedade que eu tive nos últimos meses e queria poder fazer alguma coisa a respeito. Eu sabia que estar fora de Clayton a tinha deixado sozinha novamente, e dessa vez ela não tinha Nate pra apoiá-la ou pra fazê-la passar o tempo. Penélope estava sempre por perto mais não era uma pessoa que ela podia contar nessas situações, suas vidas eram muito diferentes. 

Depois do primeiro bloco de aulas em Newton, escrevi uma mensagem pra Izzie.

"Hey Izz, queria saber se você não gostaria de passar o sábado na cabana dos meus pais? Podemos ir de dia e voltar a noite, pegar uns slurpees na estrada... Seria divertido!" 

Qualquer coisa pra tirar ela dos pensamentos pesados de ter que deixar sua família pra trás pra viver sua vida. Isso não fazia sentido pra mim. Era sua vida, mas ela ainda sim pensava nos outros antes dela, e isso a estava confundindo. Depois de receber sua carta de UCLA, Izzie até cogitou não aceitar e ficar em UConn pra não ter que sair de Connecticut. 

Não obtive resposta de Izzie por 3 horas, e sabia que ela sempre me responderia nos intervalos de descanso dos treinos, o que me deixava preocupada. Na ultima vez que a vi, ela veio até aqui buscar um livro que esqueceu e não quis ficar pra jantar, saindo rapidamente. Seus olhos estavam diferentes do que de costume, Izzie estava distante, pensativa, e aquilo me deixava nervosa de pensar que ela poderia estar passando por tudo o que passei, por toda a ansiedade que me cercou, e não poder ajudá-la estava me matando. 

Assim que saí de Newton, Sharice me convidou para irmos até a casa de Tanya jogar alguns jogos, e conversar, mas eu não sabia o que pensar em relação a Izzie e desconversei. Peguei o carro e imediatamente fui até Clayton. eu sabia que a encontraria lá.

Passei alguns minutos perguntando a todos por ela, sem obter resposta. Seu telefone não tocava, e as mensagens enviadas não chegavam. Aquilo me fez perder o chão. 

Me lembrei das vezes em que saíamos das aulas e íamos pra trás do prédio do laboratório pra lanchar juntas e sentar logo abaixo de uma árvore para que eu ficasse olhando seus lindos olhos e fazendo juras e juras de amor. Izzie uma vez me escreveu uma carta, e me entregou enquanto estávamos ali, e me lembro exatamente de um dos trechos da carta que dizia "eu estava perdida antes de você chegar" . Eu sabia que era verdadeiro aquilo, mas não imaginava até aquele momento que eu tinha salvado ela de se esconder de ser quem ela era de verdade. Fui até lá, pois era o único lugar que ainda não tinha procurado. 

Quando virei a esquina do prédio lá estava ela. Sentada, sozinha, lendo um livro, com fones de ouvido plugados em seu celular. Sua postura era fria, baixa, caída. Quando pus meus olhos nela, uma onde de calor atingiu meu corpo. Ela ainda não tinha me visto, até que eu dei os primeiros passos em direção a ela. 

- Lugar estranho pra se esconder! - eu disse, me juntando a ela sentada no chão. 

- Não sabia que estava me escondendo. E... você não devia estar em Newton, Newton? - ela respondeu batendo o ombro no meu. 

- Bem, sim. Mas achei que minha namorada pudesse estar precisando de mim aqui, já que sumiu sem dar notícias - eu respondia olhando fixamente em seus olhos. 

Izzie olhou pro chão, seus olhos puxados geralmente felizes estavam frios, e abatidos, parecia ter chorado. Eu não queria ser invasiva, queria deixar ela me contar o que estava acontecendo. 

One Shots - CazzieOnde histórias criam vida. Descubra agora