HYUNJIN
point of view— A janta está pronta. — Minha mãe anunciou, a mulher desconhecida ainda estava dormindo no meu sofá. Sua presença ali estava incomodando tanto eu, quanto a minha mãe.
— Não vai me servir? — O homem questionou, encarou as mãos vazias da minha mãe e depois olhou para seu prato.
— Você não tem mãos? Minha mãe não é a sua empregada. — Soltei, sem querer. Arregalei os olhos quando vi seu punho fechado vir em direção ao meu rosto. Me encolhi na cadeira.
— Qual a porra do seu problema, Hyunsoo? — Nayeon gritou. — Bata em mim, mas não encoste um dedo no meu filho!
— Está tudo bem, mamãe...
— Se não quer que esse moleque pague, o eduque direito!
— E por que eu deveria? Ele não mentiu. — ela esbravejou, corri para frente dela quando meu pai levantou a mão para atingi-la.
— Não bata nela, por favor. — Implorei. — Pai, por favor! Bata o quanto quiser em mim, mas na mamãe não! Por favor, papai ela está doente! — Implorei outra vez, abracei o corpo trêmulo da minha mãe e procurei por sua mão.
— Doente? Onde você está doente? — Riu ironicamente.
— Eu estou com câncer, seu idiota. — Gritou. — Câncer, sabe o que caralhos é isso?
— Você. — Ele pareceu chocado, se apoiou na cadeira para lidar com a informação.
— Pare de fingir que essa notícia te atingiu! Você não se importa!
— Cale a porra da boca, Nayeon! Você não sabe de nada.
— Eu já me cansei dessa merda. — Ela suspirou, ainda abraçada a mim. — Pare de achar que nós vamos aguentar isso por toda a nossa vida. Queria ter mandado Hyunjin para longe. Porque assim, meu filho teria crescido em um ambiente saudável, com a avó dele e longe de você. Longe de um homem que não sabe lidar com um não e desconta sua frustração na esposa e no filho, você é deplorável, Hyunsoo. Não sei como um dia pude me apaixonar por você.
— Vocês... — Meu pai riu outra vez.
— Não ache que voltaremos. — Disse por ela.
— É claro que vocês vão voltar, vocês sempre voltam. Hyunjin, vá para o seu quarto.
— Só saio daqui quando a minha mãe sair.
— Eu mandei agora, porra!
— Não grite com o meu filho!
— Nosso filho.
— Meu! Meu! E só meu! Eu tenho criado Hyunjin sozinha à 18 anos, mesmo com o pai dentro de casa. Eu trabalhei sozinha para colocar comida nessa merda de mesa, eu eduquei meu filho sozinha e o trancava no quarto todas às vezes que você ousava me bater, porque não queria que ele se livrasse da imagem de melhor pai do mundo que ele imaginou de você. Eu o ensinei a ser um homem de verdade e tratar bem todos que o rodeassem, eu o criei para que ele seja muito diferente de você. — suspirou cansada. — Então, não pense que eu vou ficar calada ao ver você tratando o meu filho assim, porque ele nunca foi nosso. Hyunjin sempre foi só meu.
— Cale a boca, Nayeon!
— Não, porra! Hyunjin tem liberdade para fazer e falar o que quiser, eu cansei de ver você batendo no seu próprio filho porque ele sempre me defende. Eu me apaixonei pelo garoto que sempre me buscava na escola e levava flores, o garoto que escrevia sobre mim em seu diário, e não pelo homem bêbado e agressivo. Hyunsoo, eu não te reconheço mais.
— Nayeon...
— Nayeon o caralho, eu já me cansei de você. Amor, pegue seu prato e vamos para o quarto, tudo bem?
Concordei em um aceno, peguei meu prato de comida e o da minha mãe e andamos até o meu quarto. Trancamos a porta.
— Vai ficar tudo bem.
— Eu prometo te tirar daqui e te dar tudo que você merece, mamãe. Eu tenho muito orgulho de você, muito mesmo.
— Eu também tenho muito orgulho de você, meu garoto.
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daddy issues - chanjin
RandomBang Chan sempre teve certa curiosidade para saber o porquê do rapaz de sua classe faltar tanto a aula. Quando descobriu, percebeu que era tarde demais para decidir voltar atrás.