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HYUNJIN
point of view

Jisung e eu estávamos deitados em sua cama. Dois cobertores nos cobriam, ele havia me emprestado um par de meias e uma calça moletom.

Estava quase 2° graus, ou seja, muito frio. O calor do corpo do esquilinho me deixava mais quente, mas sua temperatura não estava tão normal.

— Hanji, não acha melhor tomar um banho? — Acariciei seu cabelo, tirei os fios que estavam grudados em seu rosto por conta do suor.

— Está muito frio.

— Vou colocar na água quentinha para você, quer que eu te ajude?

—  Eu- não sei se consigo levantar.

— Fique aqui, vou separar seu pijama e arrumar a banheira para você. Enquanto isso, vou fazer a sua sopa favorita.

— Deus, obrigado por me dar Hyunjin como melhor amigo. — Juntou as mãos para agradecer e eu ri fraco.

— Bobinho, não demoro.

xxxxxx - xx

Onde você está?
Onde a sua mãe está?
(visualizado)

Hyunjin!

Me responda, imediatamente!

AGORA.

me

não estamos em casa.

E onde estão?

me
você não precisa saber.

É óbvio que eu preciso

É a MINHA esposa.

me
e eu? o senhor não está preocupado comigo?

Não

Quero saber da sua mãe.

me
mamãe pediu para não falar

Hyunjin

Pare de agir como uma criança

Fale como a porra de um homem

me
de que forma? como o senhor?

prefiro ser uma criança então.

Moleque estúpido

Larguei o telefone e resolvi ignorar as tentativas do meu pai. Andei até o banheiro do dono da casa e enchi a banheira com água quente.

— Você consegue andar até lá e entrar na banheira sozinho?

— Andar até lá não. — começou. — Está tudo girando ao meu redor, sinto que estou vendo dois Hyunjin's.

— Oh, Deus. Você realmente não está bem, vamos.

Jisung se agarrou em meu colo e eu o segurei, como se estivesse segurando uma criança. Riu abafado quando eu o ameacei jogar na banheira.

— Entre e tome um banho bem quentinho. Seu pijama está em cima da cama, estarei lá embaixo fazendo sua sopa.

Ele concordou e eu desci as escadas. Peguei tudo que seria necessário para fazer a comida para meu amigo e comecei a preparar.

Tia Suyeon tinha me ensinado aquela receita no aniversário do Han, já que ele acabou ficando doente e ela não poderia cuidar dele por uma emergência no trabalho. Então, coube a mim cuidar dele.

Esperei a água ferver enquanto olhava as fotos coladas com um imã na geladeira dos Han. Suyeon era separada do marido desde o nascimento do filho, mas ele sempre foi um pai presente. Ele tem uma madrasta legal, que o chama de filho, ela se chama Jihyo e também se dá muito bem com a mãe dele.

Às vezes, eu sinto uma pontada de inveja dele e me sinto culpado por isso. Como é ter um pai bom e presente?

A primeira vez que meu pai bateu em minha mãe, eu tinha 5 anos. Estávamos na sala, ela brincava comigo enquanto ele assistia televisão.

Meu pai questionou o porquê dela voltar tão tarde do trabalho, e não acreditou nas palavras dela. O primeiro tapa foi ouvido por mim e eu não entendia o que estava acontecendo, mas comecei a chorar e minha mãe viu.

Ela correu até mim e me levou para o quarto, trancou a porta enquanto meu pai batia freneticamente, a ponto de quase derrubá-la. Me abraçou e sussurrou: "Está tudo bem, mamãe está aqui. Não se preocupe meu amor, nada irá acontecer com você."

Essas frases se tornaram mais frequentes do que eu imaginava. E em todas às vezes que eu as ouvia, sentia meu peito se rasgando por ver a minha mãe tão vulnerável e machucada.

daddy issues - chanjinOnde histórias criam vida. Descubra agora