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    Estavamos caminhando pelo jardim sob a luz do pôr do sol. Eu mantinha minhas mãos juntas atrás das costas, apreciando o belo jardim. Príncipe Nicolas havia chegado de algum lugar com o duque, ambos suados, com um saco de flechas presos as costas e lanças.

  Olhei de soslaio na direção do homem de fios loiros que me olhou como uma flecha vem de encontro ao alvo. Senti meus corpo ficar tenso e borboletas surgindo. A rainha ergueu sua mão acenando para a dupla que parecia satisfeitos com algo.

— Parece que o treino foi bastante produtivo. _ ela susssurrou, juntando as mãos frente ao corpo como uma elegância delicada.

   Tentei imita-la, e olhei para minhas mãos calejadas rentes a boca de meu estômago. Evelyn se virou devagar, pegou minhas mãos as colocando do jeito certo, tocou a ponta de meu queixo o erguendo e tocou minha barriga e costas corrigindo minha postura.

   Um sorrisinho surgiu em seu rosto quando ela passou seu braço pelo meu e me puxou para caminharmos assim.

— Quando se referir a um lorde, tente chama-lo de mi'lord, vossa graça... Muitos deles são arrogantes, é melhor manter um pouco de respeito para com eles, se não quiser se meter em problemas.

— Mas vossa majestade é a rainha...

— E você? _ Evelyn não foi grossa ao abrir meus olhos para realidade. Ela me olhou cética com um toque de preocupação.

   Ouvimos passos e direcionamos nossa atenção a quem se aproximava. Estremeci baixo a cima do o olhar severo daquele homem, sua postura era ainda mais indimidadora que a da rainha, e a coroa dourada em sua cabeça adornando seus cabelos pretos não chamavam mais atenção do que seus olhos verdes intensos e frios.

   O sorriso da rainha aumentou quando ele parou diante de nós, acenou com a cabeça para mim com cortesia e fiz uma reverencia prudente e tensa. Ele tocou com cuidado o braço livre da rainha, maneou a cabeça a olhando nos olhos. E como se ela soubesse do que ele estava falando, sem o rei nem mesmo precisar dizer uma única palavra, libertou meu braço e me lançou um sorriso estreito antes do rei a tomar em seus braços e carrega-la.

Eu estava boquiaberta e de olhos arregalados. O rei carregando por conta própria a rainha?

— Dylan e Nicolas! _ sua voz rouca e forte ecoou pelo jardim estremecendo minhas pernas.

   Por momentos, eu senti medo desse homem, apenas pela aspereza em suas feições. O rei realmente era um homem a se temer, apesar de ser bom para seu povo.

   Ouvi alguém desmontar do cavalo e um leve toque em meu ombro.

— Não encare o rei..._ um aviso veio em susssurro e virei rapidamente meu rosto, percebendo que o duque estava bem ao meu lado, com seu rostinho a poucos centímetros do meu.  Seus olhos azuis estavam determinados, ele sorriu sutilmente. _ Mas eu deixo você me encarar assim por quanto tempo quiser...

   Movi meus olhos levemente arregalados, divindo um olhar demorado em seu rosto. Eu nunca tinha ficado tão perto do rei, e meus pés paralisaram na grama com a imponência daquele homem. Ele me deixa tensa, com medo, como se essa fosse sua intenção: intimidar qualquer um que entrasse em seu caminho.

— Está com medo do rei? _ Abri minha boca procurando palavras, mas nada veio a mente. _ O rei tem essa postura por natureza, mas é um bom homem. Deve haver algum problema que o deicou tão severo em seu olhar...

— Dylan, você não quer perder a cabeça por se atrasar após receber a ordem do Archie, não é? _ o príncipe Nicolas gritou ja de uma distância razoável.

   O duque se afastou maneou a cabeça e se afastou apressado. Minhas pernas ainda estavam tremendo, mas agora minhas mãos suando quando encarei aquele par de olhos azuis.

Escolhida Pelo DuqueOnde histórias criam vida. Descubra agora