🧡Capítulo: 6🧡

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Chegando ao hospital, procurei informações de onde ela estava, pois me sentia culpado de tudo. Procurei enfermeiros, médicos e ninguém aparecia. Na recepção me disseram para sentar e esperar, que o médico viria falar comigo. Então, me sentei numa cadeira dura, que doía toda a minha coluna, mas por ela eu faria qualquer coisa. Eu ainda não estava muito bem da bebedeira, mas Joe me trouxe até aqui. Eu não queria incomodá-lo com as coisas que eu fazia de errado, mas, se tratando de Louise, eu fui obrigado a chamá-lo. Não demorou muito e uma enfermeira veio em minha direção.

- Sr. Thomaz?

- Sim!

- Que bom que já está aqui! Estávamos esperando o Sr. chegar.

- E Louise, como está? Como ela veio parar aqui? Por favor, preciso saber o estado de saúde de Louise Antonelli!

- Sr. Thomaz, quem a trouxe aqui, foi a amiga dela, Sarah Martins, o Sr. a conhece?

Disse mais ou menos, pois eu estava tão bêbado, que se visse aquela moça na rua, não saberia quem era. A enfermeira continuou:

- Então, ela chegou faz pouco tempo, estava meio desacordada. Devia ter tomado calmantes e misturado com bebida. Sua pressão subiu muito. Foi uma sorte a amiga dela correr com ela para cá. Ela só chamava pelo Sr., então procuramos o número no celular dela e o encontramos, por isso ligamos. Depois disso, a moça foi embora, pois não teria mais nada a fazer.

- E como ela está, agora?

- Está bem, mas sedada. Deve dormir muito, ainda.

- Obrigado! Estou nervoso demais! Daqui a pouco eu é que ficarei internado.

Ela riu e pediu paciência, mas nessas horas a gente entra em desespero e esquece desta palavra. Fiquei sentando naquele banco passando as mãos pela cabeça, sem saber o que fazer e o que pensar. Como fui deixar as coisas chegarem a este ponto? Que irresponsabilidade a minha! E agora, se algo grave acontecesse? Não me perdoaria nunca!

Ali, comecei a rezar. Fazia tempo que não entrava em contato com Deus, mas na hora do desespero é a "Ele" que recorremos. Eu tinha que salvar Louise de qualquer jeito, nem que a levasse a outro hospital. De repente, um médico veio em minha direção e indagou:

- Sr. Thomaz?

- Eu mesmo. Como ela está, doutor?

- Agora, está sob controle.

- A enfermeira já me informou sobre ela, parece que misturou calmantes com bebida alcoólica, é isso, mesmo?

- Sim, Sr., foi isso mesmo, e a pressão ficou bem alterada! Ela, meio que perdeu os sentidos.

- Fizemos todos os exames e não detectamos mais nada que indicasse algo grave. Ela deve ter entrado em uma crise emocional muito forte. O jeito agora é esperarmos para ver como ela irá reagir. Já está medicada e estável. Vai dormir muito, o que é bom para a sua recuperação.

- Graças a Deus! Obrigado, Doutor...?
- Mark, Sr.!

- Vou ficar aqui, Dr. Mark!

- Pode ir para casa, não há necessidade. Ela não vai acordar tão cedo! Vá descansar! Aqui não poderá fazer nada. Temos o seu número, qualquer coisa entraremos em contato.

- Está bem, mas por favor, a qualquer hora, podem me ligar!

- Vá tranquilo, ligaremos sim!

- Até logo, e muito obrigado!

- De nada, Sr. Thomaz!

Estava totalmente impotente na situação. Sentia-me de mãos atadas. Fui embora deixando o pranto me consumir. As lágrimas embaçavam a minha visão. Joe foi dirigindo bem devagar. Chegando em casa, tomei um banho bem quente para relaxar. A culpa massacrava o meu coração. Peguei de novo meu vinho Sancerre, enchi uma taça e fui ao piano. Bach, era o que eu tocava, toda vez que minha mente se encontrava transtornada de angústia e solidão.

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