Unregistered | Snarry

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Foi a última noite antes de Harry partir para a Toca. Ele estava definitivamente pronto para uma pausa. Ele se sentia como um elfo doméstico, ajudando a reconstruir o castelo e a consertar as salas de aula dos professores. Ele também estava ansioso por algum tempo em que não pudesse estudar, mas não se sentisse muito culpado por ficar sentado sem fazer nada. Ele sabia que estaria bastante ocupado na casa de Ron. E ele estava nervoso por ver Ginny. Ele não conseguiu passar nenhum tempo sozinho com ela depois da batalha, antes de todos partirem, e não escreveu para ela durante o verão. Ele não sabia o que diria. Ele podia imaginar Hermione revirando os olhos para ele e dizendo, 'Meninos', naquele tom que ela tinha. Mas Harry sabia que ele não era bom com relacionamentos. Cho foi um desastre absoluto. Ele já havia provocado a ira de Ron uma vez por terminar com Ginny antes de partirem em sua caça às horcruxes. Na verdade, ele nem tinha certeza se ele e Ginny estavam juntos novamente. Ela o beijou uma vez antes de ele partir, e depois uma vez durante a batalha, mas... isso significava que eles eram um casal novamente? Então isso o fez voltar a não escrever. Realmente, o que ele poderia dizer em uma carta que não soasse completamente estúpido?

Querida Ginny,

Eu sei que nos beijamos uma vez no meu aniversário e depois naquela outra vez durante a batalha, mas não tenho certeza se somos alguma coisa. Somos alguma coisa de novo, agora?

Saúde,

Harry

Certo. Isso definitivamente renderia uma revirada de olhos para Hermione.

Então Harry estava inquieto. Ele olhou para o teto no escuro, a lua projetando sombras em suas cobertas (ele não precisou fechar as cortinas, já que estava sozinho no dormitório). Ele decidiu dar um passeio como gato, só para ter algo para fazer. Ele se lembrou novamente de como era bom não ter que se esgueirar sob a capa da invisibilidade. A única desvantagem era que ele não tinha acesso à sua varinha ou ao Mapa do Maroto quando era um gato. Ele se levantou para abrir a porta do quarto e então, sem nenhum esforço, se transformou em gato e saiu.

A maioria dos alunos provavelmente presumia que o castelo era silencioso à noite. Eles estariam errados. No entanto, Harry sempre soube disso, já que andava escondido sob sua capa desde o Natal de seu primeiro ano em Hogwarts. Não só havia o professor ocasional (será que eles dormiam?), mas havia os fantasmas, que pareciam não se importar com a hora do dia, e havia os retratos. Os retratos eram razoavelmente silenciosos durante o dia, ou pelo menos em comparação com o barulho que os alunos causavam, os retratos pareciam silenciosos. Mas à noite, eles tagarelavam despreocupadamente. Alguns deles dormiam, é claro, mas muitos deles mantinham conversas sem sentido com quem quer que estivesse em sua moldura, ou até mesmo viajavam para uma moldura diferente para ter uma companhia.

Harry estava perambulando pelos corredores do castelo, passando por baixo de molduras, ouvindo fragmentos de conversas que eram tão altas nos corredores desertos que ele não conseguiu ouvir os passos suaves que vinham atrás dele.

— Gato — a voz de Snape parecia divertida. — Saiu para um passeio à meia-noite?

A cabeça de Harry virou para trás para olhar para Snape. Ele tentou franzir a testa, mas tinha certeza de que os gatos não conseguiriam fazer isso. Ele não queria ser encontrado por Snape. Agora ele sabia que teria que ir até os aposentos de Snape, porque imaginou que Snape suspeitaria se o gato que ele teve em seus aposentos duas vezes de repente fugisse dele. E a última coisa que ele queria era alertar Snape de que poderia haver algo incomum acontecendo.

— Rowrr — Harry respondeu.

— Procurando por ratos? — Snape caminhou até Harry e se agachou, segurando a cabeça de Harry com as duas mãos e massageando suas orelhas, mandíbula e pescoço. Harry sentiu o ronronar chegando antes que pudesse pará-lo, e seu corpo vibrou involuntariamente. — Por que você não deixa isso para a Sra. Norris, mmm? — Snape pegou Harry rapidamente e começou a andar. — Não se preocupe — ele sorriu, — vou deixar você sair quando terminar de comer minha comida.