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Harry sentou-se nervoso na beira da cama. Ele não tinha certeza de quanto tempo dar a Snape antes de voltar a ser o gato. Ele já estava na Torre há dez minutos. Ele olhou para o relógio. Talvez ele devesse esperar mais cinco minutos. Ele só tinha uma hora antes do toque de recolher, então não queria perder tempo em seu dormitório. Ele se comprometeu a esperar mais dois minutos, depois se transformou no gato e foi para as masmorras.

Assim que chegou à porta do escritório de Snape, ele se sentou e olhou para ela. O que ele deveria fazer? Ele não conseguia bater. Ele já havia tentado apalpar a porta antes, mas não adiantou em nada, não é? Ele supôs que poderia muito bem tentar isso, já que não tinha outras ideias. Ele só deu três batidas na porta quando ela se abriu e olhou para cima para ver o rosto de Snape olhando para ele.

— Certamente você deve saber que posso definir minhas proteções para me notificar se alguém estiver do lado de fora da minha porta? — Snape disse incrédulo enquanto recuava e deixava Harry entrar.

Harry seguiu Snape até seus aposentos privados e quase tropeçou nas pernas do homem quando ele parou e se virou.

— Está com fome? — ele perguntou, olhando para Harry por cima dos braços cruzados. Ele bufou: — Você tem dezoito anos. Claro que sim. — Ele se virou e foi até a cozinha pegar um prato para Harry. Quando ele o largou, Harry percebeu que era o mesmo que ele havia recebido antes. Harry teve a estranha sensação de que tinha seu "próprio" prato. Era atum.

— Mrowr — Harry disse, sacudindo o rabo para Snape enquanto o prato era colocado na almofada do sofá.

— Eu disse que estava sem salmão — Snape o lembrou. — Mendigos não podem escolher. — Snape olhou para Harry enquanto ele comia, deixando-o desconfortável. Assim que Harry terminou, Snape acenou com a mão e o prato desapareceu, tilintando ao reaparecer na pia. Snape acenou com a mão novamente e a suave música clássica que ele tanto gostava começou. Ele traçou os lábios com os dedos, olhando para Harry com um olhar contemplativo. Harry estava prestes a pular do sofá e pedir para sair quando Snape soltou um pequeno bufo e um sorriso malicioso apareceu em seu rosto. — Você vai ficar sentado aí a noite toda ou vai vir aqui? — Snape deu um tapinha em seu colo. Harry fez uma pausa, sem saber o que deveria fazer. Ele achou um pouco estranho saber que Snape sabia que ele era o gato, mas ainda queria que ele se enrolasse em seu colo. — Tive a impressão de que você gostou de como interagimos enquanto você era Gato? — Snape arqueou a sobrancelha. Harry admitiu que era verdade, então deu alguns passos até Snape e se arrastou para seu colo.

As mãos de Snape imediatamente começaram a esfregar a cabeça e as costas de Harry, que começou a ronronar e a se aconchegar profundamente no calor de Snape. Ele se sentiu estranho, embora dessa vez não fosse pelo fato de Snape estar fazendo-o ronronar, mas porque Snape estava acariciando Harry conscientemente e não parecia nem um pouco perturbado com isso, embora tivesse deixado claro que um relacionamento físico entre eles era algo que não poderia acontecer - ainda, pelo menos. Depois de alguns minutos de carícias silenciosas, ouvindo o fogo, Snape chamou o periódico que lia com frequência e uma taça de vinho. Snape tomou um gole de vinho e pousou a taça, fazendo uma pausa antes de abrir a revista.

Harry ouviu o sorriso na voz de Snape quando ele falou.

— Acho que posso gostar mais de você como gato.

Harry rosnou, mas seu aborrecimento foi amenizado pela risada suave de Snape e pela mão que afagou seu pelo.

Harry cochilava enquanto Snape lia, perdeu a noção do tempo e se assustou com a voz de Snape quando finalmente fechou a revista e falou.

— É quase toque de recolher.

Harry sentou-se no colo de Snape e espreguiçou-se languidamente.

— Rrrrrowrrrrrr — ele soltou lentamente.

Unregistered | SnarryOnde histórias criam vida. Descubra agora