Paguei as compras usando o cartão do Niel, não cheguei a pensar que a Kate realmente achou que eu pagaria pelas compras, eu mal tinha dinheiro para o presente de casamento dela. Pelo menos o Niel não reclamou, ambos sabíamos que o débito que ele tinha comigo tinha um custo alto, embora umas compras para churrasco não fossem o suficiente para pagar toda a confusão.
Ele me ajudou a guardar as coisas no banco de trás e nós demos partida de volta para casa. O silêncio dentro do carro parecia constrangedor, nós tínhamos muito para conversar, mas quando eu estava perto dele só pensava nos dias que esse mesmo perfume que ele está usando agora ficou na minha roupa. Eu sei, ficar pensando essas coisas a respeito do noivo da minha irmã não era nada bom, mas não conseguia esquecer que eu ainda estava apaixonada por ele.
Merda.— Realmente não precisamos conversar? — Perguntou ele quebrando o silêncio, tudo parecia pior, alguém falar sobre o silêncio é pior do que só sentir isso. Fiquei estarrecida. — Mal tivemos tempo para falar sobre o que aconteceu.
— Não tem o que falar sobre o que aconteceu, Niel.
Ele sorrir.
— Não mesmo? Porque todos os dias que você me olha como se desejasse minha morte eu lembro de tudo.
Minhas bochechas pegam fogo.
— A culpa é sua.
— Eu sei.
Mais uma vez o silêncio se fez presente. Niel batia o indicador freneticamente no volante enquanto esperava o sinal verde.
Olhei para sua perna coberta por uma calça azul-escuro, parecia a mesma que ele usou no dia em que me levou para casa após aquela noite intensa. Meus olhos percorreram até o meio de suas pernas, onde eu podia ver um pequeno volume ali, de certo Niel não estava duro naquele momento, mas meu corpo inteiro ardeu em chamas. Apertei minhas coxas por força, contendo a excitação em estar no mesmo ambiente que aquele homem.
Olho para seu rosto, a mandíbula tensionada coberta por uma barba crescida no tom de seu cabelo. Ó céus, Niel poderia ser o maior cafajeste que conheci, mas nada mudaria o fato dele ser um grande gostoso.— Como está o seu texto? - Perguntou ele olhando para mim.
Desviei o olhar me sentindo envergonhada e me ajeitei no banco.
— Pra falar a verdade, ainda nem comecei.
— Por quê?
Respiro fundo.
— Acho que estar em um lugar onde ninguém acredita que ser escritor é uma profissão e não um hobby não ajuda muito. — Lembro-me do jantar. — Talvez seja e eu estou confundindo as coisas.
— Eu acredito em você, conta?
Balanço a cabeça olhando para ele. Niel parecia ter descido dos céus.
— Nunca leu nada que escrevi, como pode dizer isso?
O lábio dele se contrai em um sorriso divertido.
— Claro que li, depois do que aconteceu fiquei pesquisando o site da sua editora só para ler seus textos antigos. — Minhas bochechas ardem ao imaginar que ele realmente pesquisou sobre mim. — Adorei aquele sobre cachecóis para cachorrinhos. E eu não acho que isso seja apenas um hobby, você tem talento, mesmo com temas tão insignificantes você tornou os textos incríveis.
Olho ligeiramente para minhas pernas, nunca ninguém havia falando isso sobre as coisas que eu escrevi. Na verdade, ninguém sequer lia, minha coluna tinha pouquíssima visibilidade. Quem se importaria com roupas pra cachorro quando se tinha notícias sobre o Justin Bieber na coluna ao lado.
— Você escolheu o pior entre todos.
Ele olha para mim e inclina sua cabeça na minha direção. Era pecado tê-lo tão próximo de mim desta maneira, quando estou sentindo tantas coisas entre as minhas pernas que chegava a doer.
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Uma Noite De Prazer
RomanceCassie, uma aspirante a escritora, buscava inspiração para escrever um artigo que valia sua carreira. Em uma noite no bar ela conheceu o homem dos seus sonhos, após uma intensa noite de prazer o misterioso dinamarquês Niel some sem deixar rastros. M...