Capítulo 16: Dancing Queen

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Os poucos minutos chorando nos braços do Nial pareciam horas. Sentir seu corpo junto ao meu de uma maneira não sexual foi melhor do que te-lo dentro de mim. Seus braços em volta dos meus era como um consolo imediato, eu não precisava de palavras, apenas aquele abraço parecia já ter sugado toda a minha tristeza.

Desfiz o abraço quando pensei na possibilidade da Kate também vir atrás de mim. 

Ele segurou meus braços, olhando no fundo dos meus olhos. 

— O que aconteceu?

Desvio ligeiramente o olhar, mas ele segura meu rosto com as duas mãos.

— Kate pode ver isto, é melhor voce entrar. 

Ele bufa. 

— Ela está ensaiando com seu pai e o vovô, duvido que apareça agora. 

Confesso que senti uma sensação de decepção em saber que Nial seria a única pessoa a vir saber como eu estava, mas não era algo novo. 

— Aquela música, eu ia dançar ela com o André. — Minha voz falhou, mas pela expressão do Nial percebi que ele entendeu perfeitamente o que eu disse. — Os passos... eu ia fazer com ele, e ela sabia disso. 

Nial olha para o lado, visivelmente irritado. 

— Kate parece fazer questão de lembrar apenas meus fracassos. — Digo. — Eu odeio essa sensação de competição que ela cria entre nós. É cansativo. Minha vida inteira foi assim. Uma competição que a Kate sempre vence.

— Eu posso fazer com que ela mude a música. — Balanço a cabeça. — Cass...

— Não faz mais sentido eu brigar por isso, tenho que superar essa situação de uma vez. 

— Mas não desta maneira. — Ele fala com tom de voz irritado. — Eu sinto muito por isso. 

Eu não queria falar mal da mulher com quem ele se casaria, não parecia nada justo, mas Nial sabia muito bem onde estava se metendo. 

Nial enxuga as lágrimas das minhas bochechas com a costa da mão, de uma maneira tão delicada que me fez fechar os olhos. Era impossível resistir a ele, por mais perigoso que fosse. Eu mal conseguia fingir que o queria.

— Eu queria poder mudar toda essa situação. — Sussurrou ele. — Queria que fosse voce. 

Abro meus olhos. Ele estava a polegadas de distância dos meus lábios. O calor no meu corpo aumentou, era como uma febre intensa. Eu podia sentir seu hálito mentolado acariciar meus lábios e seu perfume masculino me embriagar pelas narinas. 

A porta de emergia é aberta, nos afastamos imediatamente. Era o vovó, ele olhou para nós com uma expressão estranha, parecia saber o suficiente para nos condenar. 

— Cassandra, está tudo bem? — Ele pergunta vindo na minha direção. 

Nial se afasta ainda mais, colocando as mãos nos bolsos. 

— Está sim, Nial me ajudou. 

Ele olha mim e depois para Nial, desconfiado. 

— Voce tem que terminar de ensaiar a valsa. — Alertou ele em um tom de condenação para Nial. 

Nial piscou algumas vezes e assentiu entrando no studio as pressas. 

Vovô me lança um olhar compreensivo. 

— A música, não foi?

Assenti fracamente. 

— Eu disse que essa escolha seria ruim, mas ela não me deu ouvidos. — Ele suspira. — Sinto muito, minha netinha. 

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