Frostbite - Por Dimitri Belikov

Capítulo 19

Levou quase seis horas para conseguir a aprovação que precisávamos do tribunal. Menos de uma hora depois, estávamos a caminho de Spokane. A viagem levaria pouco mais de duas horas, mas parecia uma vida inteira. Agarrei a roda ao ponto em que meus dedos estavam com cólicas. Dirigir me manteve focado em algo além do bem-estar de Roza e minha própria culpa em causar tudo isso. Se eu me permitisse ceder a esse medo e preocupação, então eu não seria útil para ela.

Um par de alquimistas nos encontraram na entrada do shopping. Ele estava localizado no coração da cidade, bem ao lado de um belo parque com um rio cortando embora. Em qualquer outro dia eu teria ficado feliz em explorar a área de lazer, talvez apreciando os pontos turísticos com Rose ao meu lado. Eu podia até ver um carrossel à distância, como o que minhas irmãs e eu curtimos na loja de brinquedos Detsky Mir de Moscou quando eu era criança. Teria sido divertido reviver essas boas memórias e criar novas com Roza, mas hoje minha razão de estar aqui era muito mais escura.

Eu não estava ciente de qualquer história que os Alquimistas tinham contado aos policiais e proprietários do shopping que os fez dispostos a abrir as portas do centro comercial bem depois da meia-noite, mas eu não questionei isso. Houve algum debate sobre quando deveríamos explorar o local, especialmente porque a aprovação atrasada significava que não teríamos imediatamente a luz do dia como uma ferramenta adicional em nosso arsenal. No entanto, foi acordado que os riscos de invasão durante a noite não superavam o risco de colocar centenas de clientes da loja em perigo durante o horário de funcionamento do shopping. Acima de tudo, havia a sensação de que já tínhamos esperado muito tempo para começar esta missão, e nenhum de nós queria perder mais um momento.

O shopping estava completamente escuro, exceto pelas poucas luzes de segurança. Mesmo as grandes janelas perto da entrada principal não ofereciam muito mais luz por causa dos edifícios ao redor. Todas as lojas foram fechadas, com seus portões para baixo, como entramos cautelosamente. O gerente do shopping, um humano, avançou liderando o caminho. Os alquimistas sabiamente se seguraram atrás de nós, sabendo exatamente o que estávamos aqui para encontrar.

"Estamos procurando o depósito do porão. Nos disseram que há alguns túneis abandonados que poderiam ser comprometidos e mantendo posseiros." Deve ter sido a história de capa que os Alquimistas ofereceram.

"Eles são assim", falou o gerente, nenhum muito satisfeito na hora final. "Eu ainda não entendo por que precisávamos fazer isso quase duas da manhã."

"Bem, a pessoa específica que estamos procurando tem um mandado de prisão e assumimos que esta seria a melhor chance de garantir que ele estava aqui." O oficial falou com autoridade e finalidade, interrompendo qualquer protesto do proprietário. Eu sabia que os alquimistas tinham muitos funcionários diferentes do governo e outros contatos à sua disposição, e este policial deve ter sido um deles. Eu não queria saber o que lhe teria justificado tanta atenção dos alquimistas. Guardiões e Alquimistas normalmente tentavam ficar fora do caminho um do outro, mesmo trabalhando lado a lado.

"Bem, espero que isso valha a pena então", cuspiu o dono amargamente.

"Eu também..." Eu pensei que.

A entrada para os túneis foi descer um conjunto de escadas e dividir em forma de "T". De um lado havia um armário de zeladoria, do outro, um centro de atividades infantis. Ele enviou arrepios na minha espinha para saber o quão perto essas almas inocentes estavam do que eu sabia ser os seres mais malignos na face da terra. Depois de insistir que o Alquimista, dono do shopping e policial ficassem para trás por enquanto, passamos pela porta marcada "Só Funcionários" e descemos mais um lance de escadas. Cheirava úmido e o ar aqui em baixo já passava do fresco. A única luz veio de florescents cintilantes em cima. Não parecia haver muito mais do que algumas caixas de material de limpeza extra que provavelmente foram há muito esquecidos por aqueles que realmente os usariam.