Boring Love (Percabeth)

Percy

To em semanas de prova gays, desculpa 💔😭

Culpem o Nico e o Leo por serem péssimas influências.

Eles me fizeram beber (ou talvez eu estivesse bastante sóbrio), então eu fiz besteira (não que isso seja muita novidade).

Vai ver é por isso estou parado igual a um retardado no corredor do bloco onde fica o escritório da Annabeth. Pedi até a ajuda da Pipes, mas ela exagerou. Então estou de jeans azul escuro, moletom branco e um all star azul.

- Percy? -Hazel pergunta sem fazer questão de esconder a surpresa.- O que você está fazendo aqui?
- Eu vim falar com a Annabeth. Ela tá ocupada?

- Ela está em reunião com o Luke, mas pode esperar na sala dela. -ela aponta.- Vou avisar a secretária para te deixar entrar.
- Obrigado.

Hazel sorri e se afasta, o que entendo como deixa e vou até o escritório de Annabeth.

Eu já vim aqui algumas vezes, mas é a primeira que posso observar o lugar mais atentamente.

Na prateleira, além dos livros, tem uma foto de Toby pequeno. Também tem uma foto de Annabeth. Eu reconheço essa foto. Eu que tirei quando a levei comigo para o meu trabalho.

Nela Annabeth está sorrindo. Não é para a câmera, nem para os lados, é para mim. Sua mão está na cintura, ela olhava por cima da câmara e ria para algo atrás dela. Para mim.

- ... Conseguiu um contrato no Brasil para mim. -Annabeth entra na sala, equilibrando o notebook numa mão e segurando o celular com a outra.- Eu só preciso aguentar o Luke por mais... -a voz dela morre assim que me vê.- Ligo para você depois.

Ela desliga o celular e empurra a porta com o pé.

- Oi, Percy. -ela tenta desconversar.- Não esperava te ver aqui.
- Você me chamou. -respondo.
- Ah, foi. -ela coloca o notebook na mesa.- Quer um café ou...

- "Só preciso aguentar o Luke por mais..." -repito suas palavras.- Achei que vocês estivessem se dando bem.

Annabeth atravessa a mesa, se sentando na cadeira e simboliza para que eu faça o mesmo.

- E estamos. -diz por fim.
- Sei. E com...
- Eu vou passar um tempo no Brasil. -me corta.- Luke conseguiu um contrato para -ela gira o dedo no ar. Assinto com a cabeça.

- Então tá. Vamos direto ao assunto.
- Certo. -ela entrelaça os dedos sob a mesa.- E qual seria?
- A gente.

- "A gente" não existe, Percy.
- Mas já existiu. -lembro.
- Exatamente. -ela concorda.- Existiu. No passado.

- Então o que aconteceu na boate?
- Eu que te pergunto! -ela pergunta, exasperada.- O que deu em você lá?
- Do que você está falando, Annabeth? Eu só te chamei para dançar.

Annabeth levanta as palmas da mão para cima, joga a cabeça para trás e ri.

- Você, eu... -ela aponta para mim e depois para ela, como se não soubesse o que dizer.- Você estava tão...
- Eu nunca tentaria nada. -observo.
- Eu sei. Não é isso que eu quero dizer. Você estava ali...

- Evidentemente.
- Argh! -ela bate as mãos na mesa.- Quer parar de ser sarcástico?
- Certo. Me desculpe. -mostro minhas mãos.- Não está mais aqui quem falou.

- Eu não sei porque eu me afastei, eu só fiz. -Annabeth dá de ombros.
- Seja sincera.
- O que você quer de mim?
- A verdade. -respondo simples.

- E o que eu ganho com isso? -ela se inclina em minha direção, disposta a negociar.
- Minha sinceridade. -me inclino também.- Olhe nos meus olhos e diga que você não sente mais nada por mim, Annabeth.

A loira suspira voltando a se recostar na cadeira.

- Eu não posso, Percy. Você sabe que eu não posso.

Encaro ela por um momento sem saber o que dizer.

- Então por que estamos fazendo isso? -pergunto finalmente.
- Isso o quê?
- Fingindo que não sentimos mais nada. Nos enganando.

- Não estamos nos enganando. -Annabeth comenta.
- Eu estou. Sério, Annabeth, você não vai me contar nada? Por que esse namoro com o Luke tão de repente?

- Você não vai entender, Percy. E isso não cabe a você.
- Perdão? -coloco a mão no peito.- Não cabe a mim? Você é hilária, Annabeth.

Ela levanta e caminha até a porta.

- Eu me afastei de você porque temia te beijar por impulso. Temia fazer alguma bobagem. -ela abre a porta.- Agora, por favor, vai embora.

Foi tudo muito rápido.

Quando eu ia sair, Annabeth fecha a porta.

Em um momento, Annabeth estava com a mão na maçaneta. No momento seguinte, suas mãos estavam em minha nuca.

Seus lábios tinham gosto de morango e cappuccino. Minhas mãos vão até sua cintura, a abraçando.

- Percy... -Annabeth suspira, afastando nossas bocas.- Eu vou resolver isso assim que eu voltar do Brasil.
- Adoraria que não tivesse tocado nesse assunto agora. -dou alguns passos para trás.

- É sério. -ela coloca a mão em meus ombros.- Você só precisa esperar até...
- Esperar. -tento me manter sério, mas rio.- Claro, por que não?

- Percy, você pode me escutar? -pede. Eu encaro ela, cético.- Caralho, Percy. Você está colocando pressão em mim para conversarmos a semanas, e agora não quer me escutar? Merda.

- Estou esperando a mais de dois meses. -digo.- E sinceramente? Estou me sentindo um idiota. -suspiro.- Um idiota que gosta de uma pessoa que está apaixonada por outro.

Annabeth me encara por alguns segundos antes de cair na gargalhada.

- Quem está apaixonada? Eu? Pelo Luke?
- Bom, talvez seja a lógica.
- Ah, claro. -ela ri.- O que sinto pelo Luke é tudo, menos amor.

- Sinceramente? -pergunto e ela dá de ombros.- Não sei se ainda comigo acreditar em você.
- Por favor, Percy...

- Não me peça favores, Annabeth. -suspiro, frustrado.- Não mais.
- Você pode fazer isso por mim? -ela toca meu peito
e eu tento me afastar, juro que tento. Mas estou com tanta saudade da familiaridade do toque dela.

- Você sabe que tem muita pouca coisa que eu não faria por você. -digo e Annabeth suspira, aliviada.
- Obrigada. Me desculpa por tudo.

- Você vai ter que ter uma ótima explicação, sabidinha. -brinco, mas estou suplicando em meu subconsciente para que ela realmente tenha.
- Eu sempre tenho.

Ela toca minha bochecha e sorri.

E eu me deixo esquecer de tudo.

Pelo menos por enquanto.