Boring Love (Percabeth)

Annabeth

🤨

- Eu não aguento mais fingir. -murmuro, balançando cada vez mais o copo de cappuccino em minhas mãos.

Tenho certeza que, se não estivesse em lugar público, eu já estaria chorando nos braços de Reyna.

Já faz um mês que "estou" com Luke. O que quer dizer que também faz um mês que me afastei de Percy.

Reyna espeta o garfo na sua torta de maçã e me olha.

- Bom, pelo menos isso está servindo de algo. -ela para o garfo a meio caminho da boca.- Não está?
- Está, mas... eu sinto tanta falta dele. -Reyna arqueia uma sobrancelha. Complemento:- Do Percy.

- Ah, coitadinho. Sai com ele semana passada...
- Você saiu com ele? -questiono.

- Bom, não exatamente com ele. Jason, Thalia, Piper... -ela faz um gesto vago com a mão.- Você entendeu.
- É, entendi. Aonde você quer chegar?

- Ele está para baixo, sabe? -responde.- Thalia e Piper disseram que é por sua causa...
- Obrigada. -murmuro.- Agora estou definitivamente melhor.

- Ele tá saindo com uma garota.
- Ah, que bom para ele. -respondo com meu coração apertado.- Espero que eles funcionem.

- Você é burra, ou o quê?
- Ué, só desejo...
- Annabeth, é óbvio que ele quer esquecer você. -Reyna revira os olhos.

- Rey, isso era para estar fazendo eu me sentir melhor? -apoio o copo na mesa.- Porque sinceramente, não está funcionando.

- Sinto muito, Annie. -ela estica a mão sob a mesa e taca meu braço.- Fala com ele. O Percy é um cara daora. Ele vai te entender.
- Não, Rey. -suspiro.- Eu não posso meter ele nessa confusão.

- Aposto que ele toparia. Sabe? Por você, e por vocês. -ela diz, com cautela.

Reyna sabe que ultimamente falar de Percy, ou sobre ele, é um campo minado. As vezes eu simplesmente explodo e choro até não aguentar, outras, tento agir normalmente, mas ela sabe que não é verdade.

Eu não sou essa Annabeth que finjo ser.

A Annabeth feliz. a Annabeth inabalável. E, definitivamente, não sou a Annabeth das fotos.

Ao lado do meu "perfeito" namorado, aquela Annabeth não existe.

- Eu e ele não existe, Rey. -murmuro, afastando seu toque.- Nunca existiu.
- Claro que existiu, Annie. Você só não quer aceitar isso. Porque sabe que vai se culpar mais, sabe que vai se sentir pior...

- Chega! -grito, atraindo alguns olhares. Me afundo no banco até quase ser coberta pela mesa.- Desculpa. -murmuro.

- Me desculpa, Annie. Eu sei que eu não devia ter começado...
- Tudo bem. Você tem razão, eu sou uma medrosa. Mas quer saber de uma coisa?

- Você vai pedir desculpa? -sugere. Faço uma careta.
- Não. Melhor. -digo. Reyna arqueia uma sobrancelha.- Vamos para a melhor boate de Nova York!

Pego minha bolsa, coloco cinquenta dólares no balcão, e vou até a porta.

- É, você não está bem mesmo. -resmunga, vindo atrás de mim.