23. Destino?

71 14 4
                                    

Yeosang tinha Yeseo dormindo em seu colo. Ele a carregava nos braços enquanto seus irmãos carregavam o caixão de Yujin com a ajuda de Mingi.

     Ainda era estranho olhar para sua mãe ali, com os olhos fechados, parada daquele jeito...morta.

     Era como se fosse mentira, como se ela fosse se levantar a qualquer momento e todos fossem parar de chorar.

     Mas isso não ia acontecer.

     Ela foi enterrada e como se ainda tivesse muita coisa para acontecer, acabou.

     Silêncio se instalou, e aos poucos todos foram indo embora. Cumprimentavam Kino e saíam do cemitério. Apenas a família Kang ficou ali.

     Hyunggu estava ajoelhado no chão ao lado da cova da esposa, rezando para ela e chorando.

Chaehyun se abaixou ao seu lado e acariciou suas costas, como um consolo.

-Senhor Kang....eu me lembro de como foi perder Jingoo. Eu o amava com todo o meu coração e este é um dos únicos sentimentos os quais eu tenho certeza sobre. -A mulher encarou a lápide da sogra. Ficava do lado da de Jingoo. -Me consola pensar que agora ele terá a mãe no céu para cuidar dele. -Chaehyun suspirou e levantou. -Eu e Seungmin vamos rezar na capela para Yujin e Jingoo. Estaremos te esperando lá.

Ela saiu e foi até o filho, que a acompanhou até a capela ao lado do cemitério.

Yeosang observou a cena de longe. Precisava encontrar um lugar para deixar Yeseo. Ela acordaria com muito torcicolo se dormisse demais naquela posição.

-Pode levar ela no carro do meu pai?- Perguntou para Mingi, que assentiu. Yeosang deixou Yeseo nos braços do Song e foi até seu pai.

Ele caiu de joelhos no chão e encarou o nome de sua mãe esculpido no mármore da lápide. Era estranho pensar que agora a única coisa que restou sobre ela era um pedaço de pedra com seu nome escrito e sua data de nascimento e morte.

-O meu coração nunca vai se curar. -Foi o que disse. -Ele vai se quebrar em pedacinhos e um desses pedaços sempre pertencerá à mamãe. -Yeosang tocou a pedra cravada no chão, como se fosse sua mãe em pessoa. -Uma parte vai continuar curada, e outra vai apenas se despedaçar mais e mais...

Kino ergueu a cabeça. -Quando eu perdi seu irmão....eu pensei que ia morrer. A única coisa que me manteve de pé foi Yeseo. Eu não podia deixar que ela ficasse sozinha no mundo. Eu não podia abandonar minha filha. -Yeosang o olhou. Agora que era pai entendia a situação. Nunca voltaria a ser feliz se um dia perdesse Sarang. -E agora...Yujin se foi também. Meu primeiro e único amor...-Hyunggu chorava cada vez mais. -Pode ir com os outros, eu quero ficar aqui por mais tempo.

Yeosang suspirou e se levantou. Não tinha mais o que fazer. Encarou o túmulo de sua mãe e depois olhou para seu pai.

A vida era daquela forma. Pessoas vem, vão, seu coração se quebra e tenta reconcertar, mas nada muda muito. A saudade não é algo que você consegue evitar de sentir, e é um sentimento que nunca vai sumir de verdade.

Yeosang caminhou em silêncio até o lugar em que estavam estacionados seus carros. Ele viu o carro de seu pai, de Changgu, de Hwanwoong e de Chaehyun. Mingi estava parado perto do carro de Kino, Yeseo dormia dentro do carro, profundamente.

-Wooyoung disse que está tudo bem com a Sarang. -Mingi falou, guardando o celular que mexia e abrindo os braços para acolher o marido. Yeosang não negou o abraço e se aconchegou no peito de Mingi. -Ele disse que tem o fim de semana livre e pode cuidar dela.

Porque esta é minha primeira vida Onde histórias criam vida. Descubra agora